O país do futebol virou país de matadores
05/05/14 00:26
Procura-se, como no velho Oeste, recompensa de R$ 5 mil, o assassino do torcedor Paulo Ricardo Gomes da Silva, morto na noite de sexta-feira, vítima de um vaso sanitário atirado nas arquibancadas do estádio do Arruda, Hellcife, Pernambuco.
Era apenas um jogo de futebol entre Santa Cruz x Paraná, pela Segundona do Brasileirão, em noite de tempestade. Logo o Santa, Santinha, o time da “poeira” (termo muito utilizado pelo ex-governador Miguel Arraes para distinguir o proletariado), o time de uma das torcidas mais passionais e fiéis do Brasil.
Gente que sabe festejar a vida mais do que ninguém, mesmo boiando no mar de garrafas pet e estatísticas desfavoráveis no país de Caça-Rato. Gente que sabe “tomar banho de canal quando a maré encher”, como na trilha da Nação Zumbi.
Infelizmente os monstros existem em qualquer universo, qualquer torcida, qualquer canto. Que desgraça.
O assombro se repete com outra morte no universo do futebol. Ainda mais na beirada de uma Copa no Brasil. Ligamos os amplificadores contra as torcidas organizadas. Não estamos errados nessa grita ou em qualquer outra microfonia histérica do gênero.
Os caras não sossegam suas mentes diabólicas. Sejam do Santa, do Sport, do Nautico, do Flamengo, do São Paulo, do Corinthians…, tenham lá que cores sob ou sobre o lado esquerdo do peito.
O inferno (coral ou de quaisquer outras cores), como diria o filósofo francês Jean-Paul Sartre, são sempre os outros.
As torcidas são umas pragas, mas amplificar a violência delas, só delas, para o mundo é reduzir o foco a uma camerazinha vagabunda de visão estreita.
Acontece é que é bem pior a parada: o Brasil se tornou um país de matadores. Mais de 50 mil mortes por ano. Do conflito do campo –o único país do mundo que teima em não fazer uma reforma agrária decente- à mais banal das mortes na sinuca da esquina.
Pergunte a qualquer candidato à Presidência a quem interessa mexer com o assunto. Nenhum, óbvio. Reforma urbana pior ainda. Da liberação geral dos gabaritos de construção de torres nas cidades é que vem boa parte da grana de campanha.
País de matadores. No trânsito nem se fala.
A polícia, avimaria!, se for preto, pobre e favelado… É pé na porta e tiro na cara, que me desculpe o free-jazz da obviedade.
O negócio é matar. Pei-pei-pei, o pipoco da bala varando o corpo do cidadão.
Mata-se sem razão alguma.
Não que exista razão possível que justifique uma morte –seja o crime por causa do latifúndio, vingança, tráfico, amor ou ganância de varejo.
Chegamos lá. No auge da banalidade do mal, como falava Hannah Arendt sobre a Europa das guerras -sim, os europeus, senhora Fifa, são originalmente bons nessa selvageria.
Viramos um país de matadores.
Matamos até no futebol, veja bem. Isso é o que espanta – e olhe que é no futebol onde ainda menos se mata no Brasil.
Assombra gerações como a minha porque era o nosso lugar especial da brincadeira, nosso território livre, quase à prova de assassinato, o lugar mais protegido –e não só simbolicamente-, aquela coisa de chegar e sair juntos do estádio com os “adversários”.
A grande diferença era só quem iria pagar o engradado de cerveja por causa do resultado da peleja. E todo mundo voltava para casa com a camisa do seu time sem furos de bala.
Está na hora do Brasil quebrar o pau no debate, na eleição, na Copa do Mundo, mas respeitar pelo menos uma lei: o quinto mandamento. Não matarás, porra!, acredite você ou não em Deus.
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xico, meu guru do crato
Mais um texto reto e sem curva…é foda…
Hoje a morte é tão banal, que já faz parte do nosso cotidiano…Ninguém fica assombrado com as imagens dantescas que a TV mostra…Vivemos a carnificina nossa de cada dia…Acredito que a falta de amor é o que provoca essa reação nas pessoas…Eu pergunto aonde esta o amor entre os homens? O que vamos deixar para as futuras gerações?…Como diz John Lennon…Make Love, Not War…Faça amor não faça guerra…amor é a resposta.
Abraço fraternal velhinho…
Agora espacaram uma mulher até a morte ,por acharem que era uma sequestradora de crianças,com retrato falado estampado em redes sociais.Que mais falta………..
espancaram ….
Sergio Barros, meu chapa.
Não falta mais nada, amigo…Izabella Nardoni, Ives Ota, Bernardo Boldrini, e tantas outras crianças mortas e agredidas por gente de dentro de casa. Aonde vamos parar…Sabe, tenho saudades de um tempo em que o amor era levado a sério…São os tempos modernos, de amor fluido, tudo é rápido, é sem envolvimento…é fluido, é liquido…Porra cade o amor pelo próximo? Você viu por ai, meu chapa?
Se você encontrar me manda um pouco…
Abraço fraternal velhinho.
Amor, é uma mercadoria escassa na praça,véio…mas vamos tentando sobreviver sem um arranhão, da caridade de quem nos detesta…Abraços fraternos. Sergio Barros.
Como cantavam os Beatles:ALL WE NEED IS LOVE.
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DEUS ESTA MORTO.
é por ai, caro Sergio.Dostoievski ou Nietszche mataram a parada.abs
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Sem muita chibiatagem (frescura), onde essa porra vai parar…
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EU EH, EU e O PT MUDAMOS O BRASIL DISTO NINGUÈM PODE RECLAMAR!!!!
Estimado XICO : Sou daqueles tempos em que tudo devia ser feito com qualidade e não futilidade. Na década de 60/70 os estudantes tinham bandeira para levar e lutar (Lei Suplicy; Acordo Mec-Usaid; Ai 5 etc); A imprensa levava “pau” mas publicava; As mulheres que hoje ainda “brigam” o fazem por questões de feminismo, por que não lutam juntas com os homens por um país melhor?, Por falta de homens verdadeiros, líderes e corajosos (os que nos representam são meros pipoqueiros de mentiras), este país está MORALMENTE FALIDO – Há muitos tipos de mortes – Assim cada um de nós se já não morreu pelo descrédito, pela desesperança, está moribundo só esperando a sua vez de levar um “pitoco” onde quer que ande. Para resolver, ou melhor, dividir essa Massa Falida, cunhei uma pequena frase : A dissolução é a solução. Assim o seu Brasil, o meus Brasil se chamaria Goiás, RS, Amazonas, SP, Bahia e assim por diante e cada um engoliria a sua própria crise e não estaria dentro deste Grande Tacho de Hipocrisia fervente de imundície.
Parabéns pelo pensamento, e pelas colocações. Perfeito, verdadeiro, e lamentável.
Mas reflexo puro do desmando, do descomando, dos muitos péssimos exemplos vindo de cima.
Há que se mudar muita coisa urgentemente, por questão de vida ou morte.
O mais engraçado, não fosse trágico, é violência vindos do poder, ou do submundo, e nós aqui no meio escutando repetidamente, não se armem, nunca reajam, não comprem tênis, nem celulares, nem automóveis, nem… nem… nem… Meu, é ridículo. Até quando???
No país onde tudo é proibido: o cidadão comum não pode usar arma, mas os serivços de vigilancia particular pode; não pode beber cerveja nos estádios, mas na copa pode; voce é obrigado votar mas não tem como comprovar que o seu voto foi computado para quem vc votou, somos o único país do mundo que tem eleição eletronica e não há como contestar o resultado da eleição.
Onde está a polícia? Esta administrando as empresas de segurança particular. Ou vc compra a segurança particular ou ela manda te assaltar.
São mais de 5 anos sem cerveja nos estádios e a violencia só aumento, será que a culpa da violencia era da cerveja?
Como dizia o Legião Urbana: tiraram as nossas armas e com o que vamos nos defender.
Braz Cubas Brasília DF
OLHA aqui seu XICO ,tem de parar com esse papo aranha de ‘folclore de 5ta’
de so pobre ,favelado ,preto e ate o pais do futebol TUDO MENTIRADA da pior espécie vide:
1- Os ‘favelados ‘ pobrezinhos ” mais de 80% deles VIVEM assim PORQUE GOSTAO e ate desfrutao da INFORMALIDADE “(gato de tudo ,tudo a toda hora sem regras ou respeitos) a ‘informalidade fora do gheto e mais difícil ,não e sr XICO?
2- e pobre? da direito a ser bandido?ou marginal ou prostituta ?e ter conivências com a ‘informalidade’
3- a questão preto isto e uma das piores e mais hipócritas ,cínicas ,ideas impostas ao brasil
O brasil interio e preto QUASE ,institutos mais sérios do pais afirma RESUMINDO ,apenas 30% dos que se ‘declarao brancos europeos ,o são= a mais o menos ums 8 a 10 MILLOEs o resto do pais e miscigenado ,caso fosse usado
as regras dos USA ou EUROPA ,africa ect,não haveria este problema ,visto que não tem café com leite ,moreninho ,etc
4- PAIS DO FUTEBOL que balela e mentirada
A grande maioria dos brasileiros NUNCA PISOU um campo (diferente de europa ou argentina uruguay)
os Brasileiros DESCONHECEM o sporte ,regras historias ect so SABEM gritar Gol e achao que isso e conhecer FUTEBOL?
e mais ,os propios jogadores os mais fantástico ,erao ou são algums semianalfabetos ,diferente dos paise DOS FUTEBOL onde muito possuem títulos universitários ate ,com censura ,hipocrisia e folclore não se constrói
5- os europeos ‘inventarao tudo ou quase’ e tudo foi construído com muito SANGUE ,porem jamais SEM LUTA por espaço VISTO NAO TER e NAO TEM ,para plantar para COMER ,por caso O BRASIL tem pouco espaço ?
Maria, não dá para entender nada do que você escreveu e o pouco que se entende, não tem lógica. Quanto aos erros de português, não sei se tem alguma ironia ou se são erros mesmo.
se vc não entendeu PORQUE RESPONDEU?
Garanto que o Jornalista e outros, Entenderam PERFEITAMENTE ,sempre a mesma IMBECILIDADE ,aprendeu ontem português,
isto não ira ENTENDER tanbem
Ora, Maria bom seria que você traduzisse este texto, ou o seu notebook, está com defeito? não dá para entender nada do que você ousou escrever.
Leitura perfeita de um povo que já foi chamado de “cordial” e hoje exacerba na ignorância e falta de filosofia de vida.
Tivemos várias manifestações públicas na Republiqueta das Bananas, contra o governo – Executivo -; contra a Copa; contra a ineficiência dos transportes públicos. Só não vi manifestações contra a letargia do Poder Judiciário e principalmente, contra o engôdo do propalado Ministério Público.
Assistimos uma campanha sem precedentes do MP pela aprovação da PEC 37, que concedeu-lhe muito mais poder. O mote era pelo poder de investigar.
Prometeram que iam colocar políticos corruptos na cadeia e acabar com a criminalidade.
Conseguiram maior poder somente para barganhar salários maiores com os políticos do executivo e elaborar matérias em conluio com a grande imprensa.
País onde juízes e promotores não trabalha à noite, em finais de semana e feriados prolongados, curtindo ainda “férias forenses” ( dois meses por ano ), não terá solução alguma para a criminalidade crescente.
Parabéns pelo texto.
Eu, pessoalmente, acho que um crime sem proporção, é O DA OMISSÃO PRESIDENCIAL.
Não entendo como alguém no mais alto cargo deste país, possa continuar agindo como se essa matança e essa violência toda não tivesse nada a ver com o Governo Federal.
Acho imperdoável o que fizeram nesse país nos últimos 12 anos em termos de total omissão.
O GOVERNO FEDERAL, APESAR DE MONOPOLIZAR QUASE TODO O DINHEIRO recebido em impostos, NÃO quer por a mão no bolso e investir nessa área.
Se me permites uma breve correção, SEMPRE fomos um país de matadores. “Nunca na história desse país” tivemos outra conotação. Fazendo valer o famoso jargão nordestino – “morte matada” – o brasileiro muitas vezes fez (e faz) justiça com as próprias mãos na tentativa de suprir a deficiência da segurança do estado (segurança essa que soa como utopia em terras tupiniquins). E isso se enraizou tão profundamente na cultura do povo que a diferença entre cores de camisas justifica a violência entre cidadãos, onde a raiva pelo adversário (que não é nem um rival, na própria concepção da palavra e entendimento do esporte) o incentiva a fazer “justiça com as próprias mãos”, aniquilando o oponente a qualquer custo.. Todos macacos? Alguns – sem dúvidas – macacos acéfalos…
O assunto só se tornou evidente pois se trata da véspera de uma festa para bacanas, onde se tentará mostrar o sucesso da modalidade esportiva mais famosa deste país para o mundo, logicamente uma ilusão…
Um abraço