Folha de S.Paulo

Um jornal a serviço do Brasil

  • Assine a Folha
  • Atendimento
  • Versão Impressa
Seções
  • Opinião
  • Política
  • Mundo
  • Economia
  • Cotidiano
  • Esporte
  • Cultura
  • F5
  • Classificados
Últimas notícias
Busca
Publicidade

Xico Sá

Modos de macho, modinhas de fêmea & outros chabadabadás

Perfil Xico Sá é escritor, jornalista e colunista da Folha

Perfil completo

Grandes canalhas da literatura (I)

Por xicosa
19/03/12 02:17

Só existem dois tipos de homens, amigo, os Vadinhos e os Teodoros.

Simples assim e esquemático.

Ou se é um ou se é o outro.

O primeiro não presta, mas derrete o coração das mulheres com a sua canalhice; o segundo é um sujeito virtuoso, direito, o objeto de desejo de uma fêmea quando está sofrendo, no dia-a-dia do lar, com um macho desmantelado.

Os dois se completam. Os Vadinhos jogam, bebem e são raparigueiros, piolhos de cabarés, só voltam para casa quando fecha a última barraca do mercado do Peixe, para ficarmos na geografia soteropolitana.

Os Teodoros não deixam faltar nada em casa, homens corretos, responsáveis, cumpridor dos seus deveres.

Como de besta não tinha nada, Dona Flor, por força da quentura do corpo e de alguma espiritualidade, conseguiu o milagre de viver com os dois maridos ao mesmo tempo, o safado e o virtuoso.

Morena gulosa. Mas fez por merecer em vida o banquete, a moqueca de machos fervida no óleo da testosterona.

Fora dos livros e do cinema, pode ser que o esquema não funcione a contento, mas o centenário Jorge Amado realizou o desejo secreto das mulheres, aquela vontade guardada lá no fundo do pote do juízo.

E assim começamos a série sobre grandes canalhas da literatura. Sugestões para as próximas crônicas?

Quem é o seu canalha predileto?

Mais opções
  • Google+
  • Facebook
  • Copiar url
  • Imprimir
  • RSS
  • Maior | Menor

Adeus às armas: os machões dançaram

Por xicosa
17/03/12 11:16

Perdemos, velho Mailer!

Adeus, mundo moderno, vou criar bodes na Chapada do Araripe, para onde me dirijo neste exato momento.

Diante dos últimos estudos científicos, arrazoados econômicos e observações particularíssimas, creio só nos restar uma saída: a retomada  da nossa vocação medieval e agropastoril.

A saída está no campo, nas montanhas ou no brejo propriamente dito.

É tudo que sobrou para a rastejante criatura do sexo masculino no século XXI. É, amigo, faça como este cronista, comece a comprar  também o seu pequeno rebanho de bodes e cabras. Os sinais da nossa falência como seres modernos partem de todas as fontes e disciplinas.

O economista e jornalista Reihan Salamd, em texto para a revista Forbes já soltou o rojão apocalíptico: “Podemos dizer agora, sem medo de errar, que o legado mais duradouro da atual crise financeira não será o fim de Wall Street. Não será o fim das finanças, e não será também o fim do capitalismo. Essas ideias e instituições sobreviverão. O que não sobreviverá é o macho”.

Segundo o mesmo rapaz norte-americano, de apenas 31 anos e uma fortuna no banco, a crise internacional encerrou definitivamente o domínio sobre a fêmea.

A tese do moço: até o fim do ano, 28 milhões de homens perderão o emprego e em conseqüência do baque psíquico estarão mais frágeis e infelizes do que nunca.

Não é à toa, diz ele, que na blogosfera de finanças e economia, a situação é chamada de “he-cession”,  um trocadilho em inglês para definir o peso do mundo sobre os ombros masculinos.

Para justificar o seu mote catastrófico, Salamd cita estudos que mostram como a cabeçorra do marmanjo é mais afetada por uma demissão do que a mente feminina.

E além disso, mulher, tem outra coisa, de acordo com o mesmo teórico: boa parte da ajuda dos governos para as instituições está indo para setores dominados pelas meninas –saúde, educação e serviços sociais.

É, amigo, a falência do mundo é masculina e muitas mulheres têm sido eleitas ou  nomeadas, tanto na política como na economia, em repúdio às barbeiragens dos canalhas.

O homem lesou e a mulher vai mesmo tomar conta do mundo.

No atacado e no varejo. Observe como em qualquer serviço as moças resolvem com mais rapidez e competência.

Fiquei impressionado outro dia, na recepção de um hotel em Santos, por ocasião do evento Tarrafa Literária, como o macho virou uma bobina, qual um carretel de cacimba de tão enrolado a criatura.

Era apenas um check in, amigo, um simples procedimento de hotelaria, mas quem disse que o rapaz decifrava as coisas?! Bastou chegar uma simpática mocinha e,pá, com dois toques no sistema, mostrou quão simples era tudo.

Sim, é somente uma cena boba do dia-a-dia, porém diz muito. Nem preciso falar que o representante do sexo masculino tem inclusive mais tempo de casa do que a senhorita. Seria espezinhar demais a nossa trupe.

Nas escolas, então, milhares de pesquisas revelam como as meninas dão couro nos homens abestalhados, incapazes de interpretar um texto.

É, amigo, nos restam as atividades agropecuárias e as trincheiras das guerras, velhas práticas dos selvagens.

Os machões dançaram, caríssimo Norman Mailer!

Mais opções
  • Google+
  • Facebook
  • Copiar url
  • Imprimir
  • RSS
  • Maior | Menor

Por favor, devolva minha cerveja sagrada

Por xicosa
16/03/12 14:08

Noves fora exigências imorais e ilegais da Fifa, por favor, devolva a minha cerveja sagrada no estádio.

Não podemos pagar eternamente pelos vândalos  e pela máfia.

No tempo em que se bebia com o Maracanã lotado, mais de cem mil lá dentro, era tudo menos violento.

Idem no Arruda ou na Ilha de Lost do Recife.

Devolva-me, prezada otoridade.

Sem essa de Copa do Mundo, estou falando em qualquer Bangu x Madureira, qualquer Salgueiro x Araripina, qualquer Bavi da vida, qualquer Sport x Santa, qualquer 4 de Julho de Piripiri x River, qualquer Galo x Tupi de Juiz de Fora.

Rato de arquibancadas desde menino, quando testemunhava as pelejas de Icasa x Guarani no Romeirão, em Juazeiro, aproveito o debate copeiro para exercitar o meu esperneio jurídico: devolva a nossa sagrada cerveja gelada.

Nós, os considerados torcedores decentes, não podemos continuar nesse castigo eterno por causa da minoria baderneira. Com ou sem bebida, eles irão aprontar do mesmo jeito –o Estado que ache uma maneira de freá-los e garantir a paz aos homens ludopédicos de boa vontade.

Futebol sem cerveja é uma lástima, não orna, não combina, fica faltando alguma coisa, é namoro sem beijo, Romeu sem Julieta, é como ir a Roma e não ver o Papa.

E quando nosso time anda mal das pernas, Deus nos acuda, como agüentar sem molhar a goela?

Na ascensão ou na queda do nosso onze, urge uma loira que nos socorra, facilita bastante e melhora a qualidade da pelada.

Nesse sobe e desce, nesse Elevador Lacerda que é o futiba, carecemos -mais do que nunca!- das espumas flutuantes, como nos afiança neste pleito o bardo Castro Alves.

Tempo desses houve uma tentativa do retorno do precioso líquido em São Paulo.Nada feito, mesmo com um representante de Deus, o padre Marcelo Rossi, como avalista publicitário da causa.

Conhecedor da história, o famoso vigário sabe que a cerveja é invenção dos mosteiros. Por esta razão e com uma ajudinha monetária de cartolas e cervejarias, fez a defesa da bebida. Necas de pitibiriba. Os homens da lei jogaram duro.

Proibir rende votos. Jânio Quadros, que enxugava todas, sabia disso. E está aí o Kassab, a sua versão zero álcool, que copia a mesma onda.

Se um servo de Deus não obteve êxito, como o padre midiático, resta a nós, humildes pecadores, rogarmos às autoridades: devolvam o nosso prazer de testemunhar um jogo decentemente no campo.

Antes uma cervejinha livre do que o câmbio negro que rola em algumas praças. Tem também a máfia dos camarotes Vips que nunca sofreram com a lei seca. Os homens do Morumbi que o digam.

Sem se falar na massa, obrigada a comer toda água do mundo antes do começo das partidas. Ai adentra o estádio chamando Jesus de Genésio. Bronca na certa. Não seria melhor beber aos pouquinhos lá dentro?

O futebol é um engradado de surpresas. Tem algo que combine mais com um jogo do que uma cerveja gelada?

Mais opções
  • Google+
  • Facebook
  • Copiar url
  • Imprimir
  • RSS
  • Maior | Menor

Ainda se pede em namoro em SP

Por xicosa
15/03/12 15:07

Foto e intervenção do movimento "Aqui bate um coração"

Havia séculos que este cronista caminhador e bisbilhoteiro não testemunhava tal cena.

Foi agorinha. Na alameda Santos quase esquina com a Brigadeiro. Num kilo da vida.

Sim, pelo menos hoje, em plena hora do almoço, existiu amor em SP, amigo Criolo.

A mocinha pálida, que comia uma salada sem graça, tomou um susto quando o moço, que comia uma maminha sangrenta com coca-cola, propôs, na lata:

-Vim aqui hoje para te pedir em namoro.

Ela quase engasga com a folhinha de rúcula.

Suspense. Amor é Hitchcock.

Eu pedi mais um café só para ouvir o desfecho.

Não há passionalidade em quem só come salada, refleti bobamente.

Diz sim, magricela miserável. Eu torcia pelo corajoso rapaz. Quase meto a minha colher no meio daquele silêncio.

O máximo que ela fez foi alisar o braço do moço e dizer que depois conversavam sobre isso.

De qualquer forma já valeu a atitude do camarada com cara de escriturário. Ela, mais fina, tinha jeito de secretária bilíngue, exímia.

Como não se pede mais em namoro hoje em dia, achei duca a coragem do mancebo.

Não se pede mais em namoro, como sempre repito nesta tribuna testosterônica.

É namoro ou amizade? Rolo, cacho, ensaio de amor, romance ou pura clandestinidade?

“Qualé  a sua, meu rapaz?!”, indaga a nobre gazela.

Não se pede mais em namoro.

E o homem do tempo nem chove nem molha. Só no mormaço, só na leseira das nuvens esparsas.

Não foi o caso do destemido moço que encontrei agora no kilo da alameda Santos.

No tempo do amor líquido, para lembrar o título do livro do Zygmunt Bauman sobre a fragilidade dos encontros amorosos, é difícil saber quando é namoro ou apenas um lero-lero, vida noves fora zero…

Cada vez mais raro o pedido formal de enlace, aquele velho clássico, o cara nervoso, se tremendo como vara verde: “Você me aceita em namoro”?

São raros, raríssimos hoje esses nobres pedidos. Em alguns setores mais modernos e urbanos, digamos assim, talvez nem exista mais.

O amor e as suas mudanças.

A maioria dos homens não pega mais no tranco.

No tempo do “ficar”, quase nada fica, nem o amor daquela rima antiga.

Alguns sinais, porém, continuam valendo e dizem muito. O ato das mãozinhas dadas no cinema, por exemplo, ainda é o maior dos indícios.

Tanto quanto um bouquet de flores, mais do que uma carta ou um email de intenções, mais do que uma cantada nervosa, mais do que o restaurante japonês, mais do que um amasso no carro, mais do que um beijo com jeito, daqueles que tiram o gloss e a força dos membros inferiores.

“Vamos pegar uma tela, amor?”, como se dizia não muito antigamente.

Eis a senha.

Mais até do que um jantar à luz de velas, que pode guardar apenas um desejo de sexo dos dons Juans que jogam o jogo jogado e marketeiro dos bistrozinhos óbvios.

O cinema, além da maior diversão, como diziam os cartazes de Severiano Ribeiro, é a maior bandeira.

Nada mais simbólico e romântico. Os dedos dos dois se encontrando no fundo do saco das últimas pipocas.

Não se pede mais em namoro como esse rapaz agora em plena hora do almoço.

E nas mesas ao lado, naquele mesmo restaurante, os homens engordavam, vida de gado, falando das firmas, dos projetos, dos chefes, dos lucros que não irão para os seus bolsos.

Mais opções
  • Google+
  • Facebook
  • Copiar url
  • Imprimir
  • RSS
  • Maior | Menor

Noite de secar com o corvo Edgar

Por xicosa
14/03/12 21:23

Porque hoje é quarta-feira, dia de Copa do Brasil –essa Coluna Prestes da bola- e dia de Libertadores da América.

Dois torneios incríveis para os secadores de plantão.

Dois torneios que põem o corvo Edgar, minha agourenta ave de estimação, mais histérica do que nunca.

Está aqui no poleiro, à espera da rodada, de olho na várzea brasileira e de olho no Corinthians no México.

Aliás já vibrou muito com o seu Asa de Arapiraca, que bateu o Santa Quitéria (MA). Yes!

Mas gosta de secar mesmo são os grandes. Os Flas, os Flus, os Timões, os Palmeiras…

Porque secar, amigo, é mais divertido do que torcer.

Porque a vida é mata-mata, daqui ninguém sai vivo, ninguém escapa.

Apenas para os bem-nascidos e bem-planejados a vida é de pontos corridos.

Eu seco, tu secas, ele seca.

Nunca se secou tanto em São Paulo como agora. A cidade está partida ao meio, como o Visconde de Calvino. Metade corintiana, metade Cruz Azul do México a essa altura.

Gozar com o falo alheio, como diria  o amigo Sigmund, dando requintes intelectuais à psicanálise  de boteco, é melhor que o gozo próprio.

Ô, se é!

Secar é não saber sequer o nome de quem marcou o gol de quarta à noite no Anacleto ou na altitude boliviana.

Secar é relax. Se não está dando certo, mudamos de canal e secamos o outro jogo.

Meu melhor dia, minha virtuose de secador profissional foi num histórico Náutico 0 x 1 Íbis. Com direito a pênalti perdido e tudo.

O pênalti, aliás, é o êxtase do secador. Ele chega a se adiantar, no estádio ou no sofá, junto com o goleiro. Ele abre os braços, provoca, fala mal da mãe do cobrador bem ao pé do ouvido… Todo secador que se preza adivinha até o canto.

Quem você vai secar ou secou nesta quarta?

O corvo Edgar deseja uma péssima noite a todos os favoritos.

Mais opções
  • Google+
  • Facebook
  • Copiar url
  • Imprimir
  • RSS
  • Maior | Menor

Aos livreiros, com carinho

Por xicosa
14/03/12 01:10

Hoje é dia do livreiro. Vocês sabem como sou chegado a uma data, efemérides etc. A velha cultura que assimilei dos almanaques.

Sinceramente é fundamental celebrar o vendedor de livros, esse herói da resistência em um país que ainda lê tão pouco.

Por um tempo, fui um deles, compondo o grande time da Livro 7, no Recife, aquela que foi considerada a maior livraria do mundo. Verdade. Não é coisa da megalomania pernambucana.

Lá também estava o maior livreiro-proprietário que conheci: Tarcísio 7, o homem que só se veste de azul, agora cuidando do projeto Livro Rápido.

Era também desta casa que partia a troça carnavalesca “Nois sofre mas nos goza”, sempre citada pelo amigo José Simão na sua coluna.

Sueli, também conhecida como Criatura, da Síntese, pertinho da Livro 7, foi outra gigante do ofício.

Tem gente que é livreiro por circunstância, um bico; tem gente que é livreiro por vocação. Conheci muitos desse naipe, como Antônio, por exemplo, da Travessa, Ipanema, Rio. Um cérebro.

E o Flamínio? Grande botafoguense e livreiro passional da gloriosa Dantes, também carioca. O cara sabe tudo do ramo.

A Cidinha, da Livraria da Vila, unidade da Vila Madalena, é outra heroína. Essa manja. Livreira de mancheia.

Os sebistas, nossa, são outros que merecem mimos e palmas. O poeta Pedramérico, do Recife, foi o maior que já vi em atuação. Gênio.

Sem esquecer o Fred do Corsarium Alfarrabista, naquela galeria da frente do espaço Unibanco da Augusta.

Mas o primeiro livreiro que me impressionou na vida foi o seu Costa. Interrompia as aulas do grupo escolar Virgílio Távora e apresentava suas obras com um entusiasmo de personagem de Charles Dickens.

Sempre que deixava a sala, algum gaiato trocava o “C” do seu nome –havia escrito na lousa- por um ingênuo “B” de bosta.

E o Marquinhos, da Mercearia São Pedro, complexo de bar, locadora e livraria, aqui em SP? Livreiro-leitor e cozinheiro d´almas.

Ao poderoso exército do Círculo do Livro, que vendia de porta em porta, devo o meu amor por literatura. Eles me trouxeram todos os geniais Vonneguts. Coisas da vida.

E você, amigo(a), tem algum livreiro predileto, nesse tempo em que não os conhecemos mais pelos seus batismos?

Mais opções
  • Google+
  • Facebook
  • Copiar url
  • Imprimir
  • RSS
  • Maior | Menor

A noite que perdi uma mulher para R.Teixeira

Por xicosa
13/03/12 02:49

Finalmente o outono do patriarca. Ele se foi. Adeus, Ricardo Teixeira, o todo-poderoso da CBF havia quase um quarto de século.

Este blog não é lugar para chutar cachorro morto. Até porque o seu titular jamais maltrataria um cão. Principalmente aqueles cães danados do Mercado da Encruzilhada, os que mais amo, na invicta cidade do Recife.

Ele se foi. E aqui conto o nosso melhor encontro. Sob o signo de Eros. Lá estava um ainda soberbo sr. Teixeira entre as moças mais belas do Café Photo, cabaré de luxo desta SP de tantas ofertas e demandas.

Reinava o sr. Teixeira. Pelo menos naquele momento não estava fazendo mal à humanidade. Só às moças. Lindas. Estava na metade do reinado que acabou nesta semana.

Por inveja, não inveja do pênis como canta o doutor Sigmund, mas inveja da grana, me aproximei do homem da CBF.

E tirei uma onda. Ele é esperto e sabido, mas caiu feito um patinho do Ibirapuera.

-Seu Ricardo, quanta injustiça da imprensa paulista contra o sr., não é mesmo? –fiz a troça.

-Finalmente alguém reconhece! –disse ele, entre um cangote de uma loira e de uma morena.

-Aquele Juca Kfouri, então, quanta maldade! – segui na farsa.

-Um frustrado, só pode ser isso. Não deve comer ninguém – riu com os dentes dentro do copo de uísque.

Uma pedra do gelo do copo dele caiu no meu lustrado sapato bico fino de repórter outrora sério.

Mister Barrol, grande amigo, passou por nós às gargalhadas. Cadu, Coppola e Lanza idem.

-Uma perseguição injusta, seu Teixeira – seguia na bajulação às avessas.

-Ainda bem que alguém finalmente reconhece – disse o capo, agora com uma mulher em cada perna. Lindas. Inveja.

Um dia ainda serei presidente da CBF, especulei.

-Não, pô, sacanagem, milzinho não, tá pensando que sou da Fifa – tentava negociar com a mulher mais bonita que vi na vida.

Óbvio, tio Nelson, que ela saiu com o confederado-mor, o sr. Teixeira. Foi a primeira vez que fui vítima do seu superfaturamento.

Perdi, quem manda frequentar lugar de playboy. Perdeu, suposto pleiba.

Uma noitada e tanto.

Sem bala pra gastar no Photo com as melhores, acabei mesmo foi no Love Story, a casa de todas as casas. Pela metade do preço fui feliz inteiro.

Mais opções
  • Google+
  • Facebook
  • Copiar url
  • Imprimir
  • RSS
  • Maior | Menor

Devolvam meu suor, pilantras

Por xicosa
12/03/12 06:41

Numa certa manhã, acordei de sonhos intranquilos e a Receita Federal, por ordem de um honesto juiz paulistano, bloqueou R$ 18 mil e uns quebrados de uma velha conta-salário do Bradescão donde sempre estava devendo ao cheque especial etc.

Os idiotas esperaram a horinha certa para levarem meu suado dinheirinho de crônicas amorosas. Bando de pilantra, roubando o lirismo dos homens que amam.

Justo no dia que caiu uma laminha duns frilas, creu, pegaram, bando de fi de rapariga. Por que não pegam o auxílio-paletó do Senado, né, amigo e repórter João Valadares?

Não, jamais chamarei esses honestos senhores, que nunca bloquearam a conta do Sarney e de outras autoridades, de filhos da puta. Jamais. Perdão, ímpios e frios monstros. São grandes homens, mesmo que eles nunca tenham me avisado.

Jamais pegarão uma piaba ou um lambari do Crivela, só de babacas civis como nosostros.

Tudo bem, por não ter casa própria mudo sempre de endereço, como avisar quem está sempre mudando de canto igual cascavel de pele?. Eles estão cobertos de razão até os chifres. As correspondências não caíram na caixa postal das minhas não-casas, palhoças, cachoeiras da chapada do Araripe.

Eles me deixaram momentaneamente sem grana. Como nunca fizeram com os caras da privataria nem do mensalão, por exemplo. Deixa quieto, tá limpo.

Até botei advogado. E vou ter que catar papel de rescisões de lugares que me deram o cano, como na compra do Diario Popular pelas Organizações Globo etc, para citar apenas um exemplo midiático.

Não sei de quem diabo é a culpa, além da minha leseira de barnabé que não cuida direito das coisas. Caguei para o Fisco, caro Shakespeare. Só faltava eu ter que deixar minha cerveja gelada para preparar documentos idiotas.

Quem deve se prevenir disso tudo são os ladrões, não os homens que gastam tudo com as suas humildes existências e suas mulheres que precisam tomar ou comer uma coisinha decente –este é o meu grande gasto a descoberto.

Posso estar totalmente errado. E certo. Porque gatuno de fato estou longe de sê-lo. Só sei que são de sujeitos desleixados como eu que o Leão vai no rastro.

Como repórter investigativo estive atrás dos maiores devedores da República. Nunca vi bloquearem os centavos dos grandes sobrenomes.

Ah, levem essa disgrama pra vocês, babacas, repassem para as empreiteiras honestas, quem sabe para as obras do PAC ou da Copa. Botem na conta da OAS ou da Odebrecht, quem sabe da Queiroz Galvão. Desse povo honesto que nunca sonega, que nunca subcontrata gatos para a Transposição do São Francisco, para estas reservas morais que conheço até o caroço do olho.

Certamente me sobraram algumas moedas para tomar amanhã uma cerveja. Quem sabe aquela que o amigo Science já pregava. Aquela antes do almoço pra ficar pensando melhor.

Claro, que, como um Corisco, já já batarei em vossas portas. Se o Leão é forte, o cangaceirismo do Pajeu, donde vem minha destemida madre à cabidela , me encoraja para passar essas minhas mãos sujas e sartreanas em vossas caras. Me aguardem.

Boa segunda a todos. Se é que isso é possível. E desobediência civil para sempre, se é que vocês me entendem!

Mais opções
  • Google+
  • Facebook
  • Copiar url
  • Imprimir
  • RSS
  • Maior | Menor

Dez ´gostosas de verdade´ do cinema

Por xicosa
10/03/12 22:32

Uma gostosa é uma gostosa é uma gostosa, como diria a sábia comadre Gertrude Stein.

Todos sabem, porém, da preferência deste blog pelas ditas “gostosas de verdades”. Fêmeas mais fartas etc.

Em um plá com o especialista Marcelo Mendez, do Pastilhas Coloridas, estino do ABC paulista, saiu esta generosa lista de grandes mulheres do cinema sem vergonha do desejo e do tesão.

Gracias, Mendez, amigo basco-nordestino do ABC.  Óbvio que o diretor italiano Tinto Brass dominaria qualquer lista do gênero.

Ainda mais com a cena da bicicleta que você vê aí acima. Só empata com uma farta moça que vi ontem na manifestação dos pelados de bike em SP.  Coisa linda, linda, linda. Por ela, forço o Kassab a construir ciclovias no muque, no braço.

E vamos a elas:

Monella, a travessa – Das coisas do mestre Tinto Brass, Monella é uma das mais significativas por tudo que há de encanto. E o que pode ser mais encantador do que Anna Ammirati interpretando uma ninfeta safada, cheia de amor pra dar, em uma cidadezinha do inteiror da Italia?

A pervertida– Dos méritos do mestre Tinto, consta o radar para as beldades do mundo. Aqui ele encontra a russa  Yuliya Mayarchuk para fazer uma pobre mocinha que padece da alergia a calcinhas. E sem elas, por questões de saúde, se aventura pelas ruas de Londres. chato.

Todas as mulheres fazem –  Agora o Tinto nos revela Claudia Koll! Diana, uma mulher casada, feliz, mas em uma vida certinha demais. Até que resolve promover filantropias carnais à italiana.

O Voyeur – Se Tinto é gênio, imagina com a ajuda de Alberto Moravia, autor da novela que deu nesta fita. Mas o que interessa quando lembro da película são as cenas da empregada Fausta, na pele de Cristina Garavaglia. Com a anca que essa moça tem, ela é capaz de parar pagode em boteco e briga em velório de pobre!

Supervixens – Russ Meyer, mestre supremo dos chamados Explotation Movies, trata basicamente das protuberâncias. E por falar nelas, o colo de Christy Hartburg, no papel de Superlorna, é fundamental. Todos os seus pimpolhos devem ter mamado até os 40 anos…

 Noite das Taras – Ah mas não da pra listar essas gostosas sem citar Matilde Mastrangi. A musa fez trabalhos geniais com Ody Fraga. Neste filme, toda uma geração de garotos até decorou o episódio “Dominatrix do SP II turbinado”.

Emanuelle – E por falar em gerações adolescentes, como não homenagear a Silvia Cristel e sua deliciosa personagem Emanuelle? Lembram da transa no avião? Digna da literatura de Anais Nin ou D.H Lawrence.

Sob o domínio do medo – Sim, quem me conhece sabe de meu amor supremo por Sam Peckinpah. Óbvio que sei que ele tem dezenas de filmes melhores que este, mas em enhum deles tem essa a Susan George e aquela boca letal! Eu dava meu fígado para ser o Dustin Hoffman nessa hora.

O segredo das massagistas – Que gaúcha essa Aldine Muller! Melhor ainda neste filme de Antonio Bonacin Thome, de 1977. Viva Aldine!

Bambola – O rebolado de Valeria Marini, nesta película de Bigas Luna, é a maior prova que Deus Existe!

Quem você acha que ficou fora da lista, amigo? Hora de fazer justiças com as próprias mãos aí nos comentários.

Mais opções
  • Google+
  • Facebook
  • Copiar url
  • Imprimir
  • RSS
  • Maior | Menor

Qual o maior metrossexual do Brasil?

Por xicosa
09/03/12 03:49

E da costela de David Beckham, Deus fez o metrossexual, mas a frescura, a baitolagem como dizem meus amigos cearenses, é das mais antigas.

Quem seriam hoje os maiores nomes do metrossexualismo tupiniquim? Vamos elegê-los.

Michel Telló, os breganejos todos, Eike Batista, Rodrigo Santoro, William Bonner,o Chalita, Zeca Camargo, padre Marcelo Rossi, Ronaldo FenômenoACM Neto, João Paulo Diniz e outros playboys paulistanos?

Enquanto vocês pensam e ampliam a lista, deixo ai umas linhas pra gente tentar enteder a origem dessa modinha.

Um dos primeiros metrossexuais que vi foi o Ronnie Von, o Príncipe, ainda hoje o mais elegante dos apresentadores da nossa tevê.

Mas ainda no madrugador ano de 1926, um grave e severo editorial do Chicago Tribune pôs na conta do galã Rodolfo Valentino (1995-1926) a culpa pela primeira onda de feminização do homem na América.

Pura sacanagem dos jornalistas, óbvio, como nos relata o escriba H.L.Mencken n´”O Livro dos Insultos”, relançado agora mesmo no Brasil pela editora Companhia das Letras.

Jornalismo marron à parte, quem teria sido, cá na terra do mulato de inzonas tantas, o responsável pelas primeiras influências na baitolização do macho brasileiro de raiz?

O Databotequim, instituto de pesquisas boemias deste cronista de costumes, despachou as suas mais gentis funcionárias para ouvir o distinto público nas boas casas do ramo.

O cantor Mário Reis (1907 -1981), rapaz de fino trato, teria sido o nosso primeiro homem célebre a influenciar a plebe rude nesse quesito, conforme o levantamento feito por nossas vestais e imparciais pesquisadoras.

Não que fosse um metrossexual àquela altura, não que fosse  à imagem e semelhança do Valentino de “Os quatro cavaleiros do apocalipse” ou de “O Sheik”, por exemplo.

Simplesmente por emprestar uma sensibilidade mínima ao então cenário de macheza absoluta. O intérprete de “Carinhos da vovó” e “Deus nos livre do castigo das mulheres” era um moço cuidadoso com o visual, um dândi, sempre na estica e nos bons modos.

O mais lembrado é Mário Reis, sim senhor. A fila de possíveis pioneiros, todavia, nela incluídos héteros e homos semi-declarados, dobra quarteirões.

Castro Alves, rival do abolicionista Joaquim Nabuco nessa peleja, tem destaque na galeria, como lembra a amiga Bia Abramo ao cronista. Beirava o janota, é o que diz o seu biógrafo Alberto da Costa e Silva.

Ai vemos também na fila o João do Rio, o Cauby Peixoto, a Carmem Miranda –praticamente inventora do travestismo no país-, o boleiro Heleno de Freitas, que de tão preocupado com o visual chegava a jogar futebol com um pente no bolso,.

E assime tantos outros gamenhos do meu Brasil varonil, como diz o Zé Bonitinho, este o mais radical e testosteronizado do time do macho-jurubeba.

Rápida arqueologia feita, vamos aos pitacos. Quem são hoje os maiores metrossexuais do Brasil? Votos aí nos comentários. Resultado na próxima semana.

Um brinde de sexta-feira!

Mais opções
  • Google+
  • Facebook
  • Copiar url
  • Imprimir
  • RSS
  • Maior | Menor
Posts anteriores
Posts seguintes
Publicidade
Publicidade
  • RSSAssinar o Feed do blog
  • Emailxicosa@uol.com.br
  • FacebookFacebook
  • Twitter@xicosa

Buscar

Busca

Blogs da Folha

  • Recent posts Xico Sá
  1. 1

    O partido dos corações partidos

  2. 2

    A arte da cantada permanente

  3. 3

    O tal do amor aberto dá certo?

  4. 4

    E Abelardo da Hora recriou a mulher

  5. 5

    Como eleição mexe com amor e sexo

SEE PREVIOUS POSTS

Arquivo

  • ARQUIVO DE 20/03/2011 a 11/02/2012

Sites relacionados

  • UOL - O melhor conteúdo
  • BOL - E-mail grátis
Publicidade
Publicidade
Publicidade
  • Folha de S.Paulo
    • Folha de S.Paulo
    • Opinião
    • Assine a Folha
    • Atendimento
    • Versão Impressa
    • Política
    • Mundo
    • Economia
    • Painel do Leitor
    • Cotidiano
    • Esporte
    • Ciência
    • Saúde
    • Cultura
    • Tec
    • F5
    • + Seções
    • Especiais
    • TV Folha
    • Classificados
    • Redes Sociais
Acesso o aplicativo para tablets e smartphones

Copyright Folha de S.Paulo. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress (pesquisa@folhapress.com.br).