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Xico Sá

Modos de macho, modinhas de fêmea & outros chabadabadás

Perfil Xico Sá é escritor, jornalista e colunista da Folha

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Virei "homem de predinho antigo". E agora?

Por xicosa
28/03/12 17:26

De tanto tirar onda e sacanear o tipo “homem de predinho antigo”, acabei pagando a língua: quis o destino, guiado pelas mãos de uma generosa amiga, que eu me tornasse, desde ontem, um…, adivinhem!, “homem de predinho antigo”.

O homem de predinho antigo, esqueçamos doravante as aspas, é aquela criatura moderna, que adora um pé-direito alto, um sofá de época e uma luz indireta, cultiva o seu próprio manjericão para impressionar na hora daquela pasta verde para as moças etc etc.

Ele tem a mesinha de centro cheia de revistas gringas, móveis de design, aquelas cadeiras ou poltronas com nome de gente, entende de vinho, cheira a rolha, sente o bouquet, enfim, um tremendo picareta.

E agora, que fazer, estou em um predinho antigo mas a educação e os costumes ainda são da fase homem-jurubeba?

Os colegas de predinho antigo, por sacanagem, prometem me ajudar a me tornar um típico exemplar da turma.

Será?

No que lembro o macho solteiro que fui, totalmente desastrado no capítulo decoração.

Porque a verdadeira casa de um solitário jurubeba é assim: tem lá o seu sofá velho, a sua tv ainda a válvula, uma cama barulhenta, três ou quatro panelas -sem cabo- encarvoadas pelo tempo, e copos de requeijão, muitos copos de requeijão, alguns deles ainda com um pedaço do papel do rótulo.

Copos menores, daqueles de geleia de mocotó Colombo, também são fundamentais para a vida e a festa.

E quando a fofa, toda fina e fresca, nova namorada, chega lá no muquifo  com a sua garrafa de champanhe?! Procura, procura as taças, para fazer uma graça com o marmanjo, e nada.

O jeito é beber Veuve Cliquot em copo de extrato de tomate.

Pior é quando ela tenta mudar tudo. E põe aquele seu quadro caríssimo e de grife numa sala que não tem nem mesmo um sofá que preste?!

Um desastre.

A fofa, toda classe média metida a besta, não desiste nunca. Ai presenteia o bofe -sim, ela está doida e perdidinha pelo vagabundo- com uma batedeira prateada ultramoderna com 600 funções, que nunca será usada.

Ai fica aquela batedeira high-tech fazendo companhia aos três pratos chinfrins e aos garfos tortos -como se o Uri Geller (em ação na foto), aquele parapsicólogo que aparecia no “Fantástico”, tivesse jantado por lá ou feito faxina na área.

Ela começa a revirar geral, um deus-nos-acuda, numa casa onde ninguém havia mudado sequer uma planta de lugar. O reino vegetal, aliás, é outro ponto fraco do macho solteiro. Jarros, flores? Nem de plástico.

Na casa do homem solteiro típico, a utilidade triunfa sobre a estética. O cúmulo do utilitarismo. Sofá da tia-avó vira cama.

A cama vira sofá, a rede vira sofá e cobertor, o cobertor vira cortina preso à persiana…

A falta de cortina é outra marca registrada do desmantelo do cavaleiro solitário. Quando muito, papel filme.

Outro traço de personalidade: tudo que chega até a cozinha vira tupperware -aquelas embalagens plásticas de lasanha comprada pronta, caixinha de entrega de comida chinesa ou japonesa, potes de sorvete… Uma festa!

Sim, na geladeira só latinhas de cerveja, uma garrafa de água vazia e uma triste e chorosa cebola partida ao meio.

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Hai-kai para o gênio dos hai-kais

Por xicosa
28/03/12 16:26

 

Só tomando um Dreher

e lá se foi o filósofo

silêncio no Méier!

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São Paulo, túmulo do futebol

Por xicosa
27/03/12 16:12

O mais doido dessa guerra travestida em cores de times é saber que o futebol pouco importa. O jogo é apenas um detalhe do detalhe do coisa-alguma.

Como na desgraça antes do clássico de domingo, logo de manhãzinha. Dois mortos e muitos feridos antes de mais um Corinthinas x Palmeiras.

Não vale mais nem a moral, poeticamente hiberbólica, de Jackson do Pandeiro: “Esse jogo não ver ser 1×1/Se meu time perder eu mato um”.

Pouco importa o que vai ocorrer em campo.

Jogo, pra quê?

Só quer sangue, embolar com outro macho até a morte, e pronto. Prefiro a elegância do velho Oeste.

Sem querer mascar o velho chiclete PLOC da nostalgia, mas, pelamô, futebol é zoação, tirar onda com o vizinho ou com o colega de firma e tomar o mesmo engradado da aposta com o adversário dos 90 minutos.

Toma tento, garotada. Não há time do mundo que valha uma vida. Só uma mulher, um grande amor, vale a existência. O resto é amadorismo e pelada.

Por essas e por outras é que a Pauliceia, cuja boemia está em risco na gestão Kassab, também corre o risco de sepultar o domingão de sol no Pacaembu, o estádio mais charmoso do país.

Amigo torcedor, amigo secador, é triste, mas São Paulo, terra de muito samba, choro e rock´n´roll,  está virando o túmulo do futebol.

Foi a primeira a proibir cerveja, depois proibiu batucada, bandeiras… E de tanto proibir fez dos clássicos os incríveis jogos de quase uma só torcida. Palmas!

O pior: tantas proibições só proibiram a alegria, a prova dos nove do velho Oswald, o maior colunista de esportes da história paulistana (vide o jornal “O Homem do Povo”), e nada de proibir a dita cuja, a violência, essa dama bruta que toca o terror e sempre aparece travestida de velha da foice.

Proibir, aliás, é a única moral dos mandatários dos nossos tempos. Quem não faz, vai lá e proíbe, é bem mais fácil, sempre em nome das melhores das intenções e da cartilha católica.

Sim, a violência nos estádios e nos arredores não é monopólio de São Paulo, mas  aqui o pânico tem sido mais freqüente, como nas emboscadas seguidas de terror e morte.

De tanto proibir proibiram o torcedor  de ir a campo. Eles conseguiram. A praça é dos vândalos como o céu é do monóxido de carbono.

Resta esperar o fim da novela mais chata do planeta, sentar a bunda no sofazão da sala e ver o jogo pelos olhos das câmeras da tv que manda nessa joça.

Pelo menos uma boa lição disso tudo aprendemos: somente proibir não é o caminho, não adianta, talvez o segredo esteja no seu contrário. Em liberar geral, como na mais sensata, e ainda utópica, política antidrogas.

Apenas vigiar e punir, seu Fucô, talvez não seja o lance.

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Dez melhores faixas gringas de dor-de-corno

Por xicosa
26/03/12 21:12

Publicamos aqui várias listas do melhor da música de dor de cotovelo do Brasil. A famosa dor-de-corno, se é que você me entende, amigo.

Ao ler aqui no blog a  crônica musical “Só o chifre humaniza o homem”,  na qual cito as dores de cachorro molhado do Tom Waits, o leitor Arthur Lara Moreira, jornalista de Belo Horizonte, propôs a relação do fino da fossa gringa.

Seja Odair José ou a garota perdida dos Ramones, só uma boa trilha sonora cura e salva um(a) desalmado(a).

E lembre-se também do velho mantra deste cronista vira-lata: Se a vida dói, drinque cowboy.

Aí estão as dez mais da cornitude. Com links para a radiola do yotube.

O amigo certamente vai sentir falta de alguma outra música. Manifeste-se agora ou cale-se até a próxima lista.

Eu encaixaria ai umas faixas do Elvis Costello, mas tudo bem, Arthur fez bonito. Grande lista. Garçom, um gin tônica!

01) The KKK Took Muy Baby Away (The Ramones).

02) Angie (The Rolling Stones)

03) Busy Being Fabulous* (The Eagles) – Essa canção que me lembra uma ex-namorada. Uma ignorante soberba, mas que tinha muita pose.

04) You’re Breaking My Heart (Nilsson)

05) His Latest Flame (Elvis Presley)

06) You’ve Lost That Loving Feeling (Elvis)

07) Two Timer (Kiss)

08) My First Night Without You (Cyndi Lauper)

09) Go Your Own Way (Fleetwood Mac)

10) When A Blind Man Cries (Deep Purple).

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É o fim: Zé Mayer larga papel de predador

Por xicosa
25/03/12 21:34

Foi com pesar, e algumas lágrimas envelhecidas em barris de carvalho, que vimos agorinha, no programa TV Folha  [na Cultura], o ator José Mayer anunciar a sua despedida do papel de “predador” na televisão brasileira.

Golpe mortal no que chamamos de macho-jurubeba, a antítese e resposta nostálgica ao metrossexualismo.

Os machoes dançaram, caro Mayler, bem que te avisei.

Segundo Mayer, Pereirinha (Fina Estampa) foi a última missão do gênero. O matador is dead.

Se a teledramaturgia está 100% dominada pelas mulheres como protagonistas, como me soprou outro dia o diretor Nilton Travesso -gênio da história da tv brasileira-, imagina agora.

Faz-se um silêncio de mil catedrais, como diria o tio Nelson.

A entrevista de Mayer à colunista Mônica Bergamo você pode rever aqui. Eu sigo com a minha homenagem permanente e repetida ao homem, ao mito, ao insubstituível carcará dos dramalhões nacionais.

Mesmo com a despedida, é da costela mineira de Zé Mayer que Deus tenta refazer o macho de raiz, o predador roots, aquele bípede hoje catalogado como perdido ou em avançado processo de extinção.

O que Deus tenta reparar com a costela do Zé é o homem do pré-metrossexualismo, sem frescuras, um bruto correto que amava as mulheres, ponto.

Não está sendo fácil, mas é uma boa e derradeira aposta do Criador, que anda mesmo desgostoso com flexibilidade da macheza e do caráter da sua pioneira criatura.

Vox populi, vox Dei. A voz do povo é a voz de Deus. Foi preciso o clamor das ruas –de corpo presente e em  missas virtuais- para que fosse tomada a providência divina.

O clamor em torno do tiozão revela uma certa nostalgia da macheza. Arriscamos a mínima moral do boteco. Para as meninas de todas as idades, o cara é uma resposta aos vacilos e ao medinho do homem atual sem pegada, sempre na espreita, confuso –“eu tô cafuso”,como diria o velho Didi Mocó.

Toda essa minha lenga-lenga tipo David Cooperfield, queridos sobrinhos, não passa de freudianismo engarrafado, psicanálise de botequim, mas vão por mim, o Mayer é do ramo e Deus há de conseguir restaurar o seu Adão a partir desta costela.

Do contrário, para conhecer o que foi o macho na história, teremos mesmo que exumar o camarada Humphrey Bogart.

Volta, Zé, volta, a missa televisa dos lares carece de você!

Juro que nao estou passando muito bem. Vou ali na Bela Vista me consolar com o guru Peréio!

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Por que o Ceará domina o humor no país?

Por xicosa
24/03/12 21:27

Agora com a morte do compadre Chico, coloco na mesa, aqui no eterno banquete platônico de botequim, uma questão nacional:

Por que será que os cearenses dominam, historicamente, a cena do humor televisivo no país?

Óbvio que existe craques na arte de fazer graça em todos os Estados, o mineirinho Zacarias, de Sete Lagoas, aqui nos belisca para lembrar disso.

Todo lugar tem os seus “comédias”.

A terra de Tiririca  impressiona pela sua fartura e qualidade: Chico Anysio, Renato Aragão, Zé Modesto, Rossicléa,  Espanta Jesus, Lailtinho Brega, Skolástica,  Raimundinha, Tom Cavalcante, Coxinha, o Ceará do Pânico…

Falcão? Aí já estamos falando de algo superior: está para a fuleragem nordestina como Nietszche para a filosofia alemã.

Arrisco algumas razões para a produção em série e exportação de humoristas alencarinos:

– Cearense não se leva a sério desde que aprende a falar. Sempre tem o poder da auto-esculhambação, tira onda de si mesmo, a começar pelo mito da cabeça chata.

– Nas grandes adversidades, como os ciclos de seca, o cearense também ri da sua própria desgraça.

– Apelidados carinhosamente de “judeus brasileiros”, devido aos deslocamentos, o cearense também tira onda dos outros. “Abestado” é o adjetivo-mor para tratar, por exemplo, cariocas e paulistas.

São apenas pitacos. Se eu gostasse de tese teria estudado. Não seria o Mobral que vos fala.

Mentira, Terta?

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Bela capa de adeus. Tô mentindo, Terta?

Por xicosa
24/03/12 16:57

A melhor concordância verbal dos últimos tempos.

Como no poema de Mario de Andrade, Chico Anysio poderia dizer, na boa, eu sou 300, 350. Os editores de “O Dia”, matutino carioca, sacaram que o genial cearense tinha muitas vidas.

Outras ótimas elegias gráficas, uma mais moderna e outra mais popular, foram boladas pelo Correio Braziliense e pelo Correio 24 horas, da Bahia.

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A incrível luta da fêmea e o cabelo

Por xicosa
23/03/12 02:06

Curto essas pesquisas malucas sobre comportamento. Vi uma agora no site TodaEla que é um primor: as mulheres passam 26 anos da vida sofrendo com os cabelos.

A pesquisa foi publicada originalmente, neste mês, pelo jornal “Daily Mail”.

Acordar com o cabelo rebelde é o que pega, amigo, seja ela uma perua ou a mais moderna e cool das garotas londrinas.

O estudo me fez lembrar de uma praga que roguei, por escrito, a uma ex. Aqui compartilho:

Nada pior para uma mulher que acorda em uma peleja sem fim com as madeixas. E tem dia que não adianta: as leis cósmicas conspiram contra os fios do cocuruto feminino e não há milagre que dê jeito.

Seja ela de que religião ou corrente filosófica.

Não era nem o caso da desalmada em jogo, que sempre soube dá um toque sublime e ligeiro no penteado.

É que nos últimos dias do nosso romance, a testemunhei em uma peleja contra uns fios da franja que vou te contar, que embate!, me lembrou a luta do século, Muhammad Ali X George Foreman (1974), que ficou mais incrível ainda quando narrada pelo escritor Norman Mailer.

Uma guerra contra o franjão desobediente!

Ela querendo sair para o trabalho e nada dava jeito na revolta capilar inesquecível.

No momento até tentei ajudá-la, com o máximo possível que um homem pode fazer nesse momento: dar uma força, um incentivo moral e torcer para que os deuses capilares amansem as suas fúrias e tempestades.

Calma, calma, calma… e tudo ficou nos conformes.

Inevitável foi rogar essa praga ao final da nossa história.

Por mais que tenha o capítulo da decisão da roupa, também fundamentalíssimo para o gênero feminino, nada, porém, que se compare com os cabelos.

No vestuário dá-se um jeito, um truque. Nos cabelos, não. É um sofrimento. Com ou sem grana.

Porque se a madame vai no melhor salão da cidade, também volta ao lar doce lar com a juba até lisa, mas cheia de interrogações em todas as pontas. Com ou sem chapinha. Black-power, crespo, seja qual for a pegada e o estilo.

E muitas vezes, meu caro, acaba sobrando para nós, dedicados marmanjos. É duro ter que pagar pelos fios revoltos da moça.

O pior é quando ela faz uma pequeníssima mudança no corte, uma aparadinha de nada, e pretende que a gente dê conta da suposta metamorfose. É osso.

Mas o que fazer, como indagaria o velho Lênin?

Nada.

Sem ela não pode ser.

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Com duas mulheres sob o mesmo teto

Por xicosa
21/03/12 07:36

O drama da hora é o seguinte: uma teia de aranha e duas fêmeas em guerra velada.

Vamos explicar direito. Sigam, por favor, minha pobre narrativa:

Faxineira, diarista, empregada doméstica ou qualquer funcionária do lar de um homem solteiro é sempre uma beleza.

Um carinho, um zelo, botões repostos nas camisas, roupa cheirosa, cama, mesa e banho.

Tudo no capricho, mesmo em um mocó de um macho-jurubeba, aquele cara que mora em um apê sem cortinas, talheres tortos e copos de requeijão.

Mesmo assim, essas bravas diaristas trabalham assoviando o sucesso da hora, o hit do rádio, apesar da vida nada fácil.

Trabalhar para um marmanjo solitário é muito mais jogo. O cara nunca vai implicar com aquela teia de aranha no teto ou uma manchinha qualquer na roupa lavada.

Aí basta o mancebo arrumar um xodó, um rolo, um cacho, uma costela… para aquele humor desmanchar-se aos poucos.

A nova namorada inicia um processo de pitacos. A diarista cessa aquela alegria besta de dantes.

Com pouco tempo, as duas criaturas normalmente não se entendem, gênios difíceis.

Quem paga somos nós, porcos chauvinistas, que não teremos mais aqueles botões repostos na camisa colorida -aquela mesma, caríssimo Paulinho da Viola, que cobria a minha dor, na canção do amor no Recife.

Uma não repõe os botões por despeito e protesto contra a nova inquilina; outra não zela por razões ideológicas, ora, não pode incentivar o machismo -sim, trata-se de uma mulher evoluída, emancipada, moderna.

Duas mulheres sob o mesmo teto, a menos que você seja um poderoso sultão, é jogo duro.

Seja sogra, diarista, tia, mãe, irmã… E quando as TPM´s coincidem? Vixe, fica tudo tão difícil quanto atravessar o Mar Vermelho.

E quando não batem os signos?

O xodó tira um móvel de um canto, a diarista muda uma planta de lugar…

A diarista esquece a teia de aranha lá no cantinho da parede, o xodó faz um apocalipse…

O xodó implica, a diarista começa a falar bem da sua ex, com quem também fazia uma batalha dos Guararapes sem trégua.

Até o fatídico dia do juízo final: “Ou ela ou eu!”.

As duas dizem quase em uníssono.

Com quem você fica, amigo?

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O único bar que nunca fechou no mundo

Por xicosa
20/03/12 02:25

Foto de arquivo do Crato Notícias

Agora o vício são as séries intermináveis.

Coisas da vida, coisas de blog, meu guru Kurt Vonnegut.Vamos começar agora mais uma. Não tem jeito. A série dos bares mais charmosos do planeta.

E um bar/restaurante pode ser bom mesmo sendo ruim e pode ser ruim mesmo sendo o Fasano.

Não depende de frescura, depende de espírito.

O Guanabara, um estabelecimento cinquentenário da cidade do Crato, no sul do Ceará, é bom e tem seus defeitos, mas possui o maior charme para um flanêur, um bôemio: é o único bar do mundo sem portas.

Quero ver alguém com a gracinha de tentar fechá-lo, como se achasse o grande bebedor do mundo. Não perde nem para o bar Esperança do Carvana.

Nunca fechou em 54 anos de vida.

E não ter portas não é uma imagem poética. Não tem portas mesmo. Inclusive para não cometer o vil descuido –tem sempre um desavisado- de fechá-lo nunca.

Seu Neném, 82, o dono desde os 29, fez uma promessa: vai manter o bar como o único que não fecha no mundo.

E aí, Nova York, o que dizer do vanguardismo?

Só no Crato!

É só chegar na rua Monsenhor Esmeraldo, 853, no centro da cidade e comprovar o que sempre recomprovei na vida.

Outra qualidade do estabelecimento. Lá convivem do maluco que entra pedindo uma grana pra derradeira fubuia às autoridades constituídas.

Do amigo Chamex ao cineasta pernambucano Claudio Assis em busca, segundo ele mesmo, de um filme.

Não curti a reforma, seu Neném, mas fazer o quê, né, isso é conservadorismo de boêmio que aprecia o mesmo cenário. O sr. tem que melhorar as condições da casa. Servir melhor para servir sempre.

E você, prezado(a) leitor(a), qual o bar mais charmoso do país?

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