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Xico Sá

Modos de macho, modinhas de fêmea & outros chabadabadás

Perfil Xico Sá é escritor, jornalista e colunista da Folha

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O poderoso STV e a malhação do Judas

Por xicosa
06/04/12 11:50

 

Judas "Cabelo do Cão", no Crato. Foto Gessy Maia/2010

SP não terá neste sábado, depois de 80 anos, como nos conta a Fabiana Cambricoli, do jornal Agora, a tradicionalíssima malhação do Judas da rua Lavapés, no Cambuci.

Aqui no Nordeste, onde ainda é forte e heavy-metal a brincadeira, vários pontos clássicos de malhação também foram desativados.

Jamais no Crato, no Cariri, que faz a maior eleição direta do país para escolher democraticamente seu alvo.

A grande praça de malhação permanente de Judas, no entanto,  é na rede, na internet. Aqui é o ano todo, não depende da aleluia do santo sábado.

Aqui se julga, aqui se castiga. Sumariamente. Bem ao contrário do tartarugoso processo jurídico.

Tem gente, principalmente coleguinhas jornalistas mais corretos, que reclama deste grande e inevitável STV, o Supremo Tribunal Virtual, que tudo pode e tudo condena.

Sintoma dos tempos, amigo.

O STV, neste PatroPizza, é importantíssimo.

Vai fazer linchamentos malucos? Vai sim. Porém nada que a Justiça de fato e de direito não já faça as mesmas besteiras.

Com o STV pelo menos temos julgamentos imediatos. Às vezes cruéis. É do jogo.

O bom é que O STV mancha a honra, mas não leva ao sistema penitenciário. Que nada cura.

Quem você, amigo, malharia nesta semana?

O Demóstenes não vale. Já foi. “Meu amor é… Cachoeira”, como cantava o maior gentleman da TV brasileira, o príncipe  Ronnie Von.

O Eike Batista e sua bem-educada família –prova de que dinheiro compra até felicidade mas não compra educação e respeito!- continua valendo como alvo.

Os motoristas bêbados idem. Faça a Angélica, amigo(a), vá de táxi. Ou a pé, como este cronista andarilho.

Atropelo no máximo alguns pombos pelas malditas calçadas irregulares. Que país é este que não pensa nos velhos e nos bêbados que flanam.

Malharia o Kassab. Pelo conjunto da obra, incluindo as piores calçadas do Brasil.

Mas malhar apenas um Judas municipal não vale.

Malhemos os escalões maiores.

Malhemos o Alckmin, o bom cristão Geraldo, e os massacres da PM paulista.

E aí, presidenta Dilma, por que não escancaras logo o arquivão maldito da Ditadura? Cadê a Comissão da Verdade?

Não carece botar os milicos no pau-de-arara, mas pelo menos uns beliscões de efeito moral. Os caras te levaram à masmorra e por pouco não te eliminaram.

Voltemos ao Supremo Tribunal Virtual, nossa grande corte superiora, e ao grande Judas da semana.

E aí, amigo(a), em quem você daria uma sova pública, mesmo que simbólica?

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Como ganhar tempo mirando as mulheres

Por xicosa
05/04/12 13:16

 

Cardinale, a mulher que parou o Velho Oeste

Quando dei por mim havia passado a tarde inteira, em uma esquina nas imediações da Paulista, a assistir o espetáculo da vida: a passagem das mulheres, seus rumores, seus silêncios, seus enigmáticos sorrisos capazes de tornar a Monalisa um quadro kitsch da 25 de Março.

A desculpa era um almoço seguido do jogo da Champions League no plasma do boteco. Ao final do expediente, nada disso havia tido importância. Gastara a tarde no observatório das passantes.

Às 15h15, pontualmente, desfilou a que valeria anos de espera. A dama tatuada do cachorrinho. Autêntica russa, imagino. Tremenda Maria Sharapova.

No que me lembrei de uma pesquisa inglesa feita sob encomenda da Kodak para saber quanto tempo nos dedicamos a este exercício. O homem gasta, em média, 43 minutos por dia espiando as fêmeas.

E repare, amigo, os britânicos ainda ficaram espantados com este número. Vê se pode. O pior: as moças dedicam apenas 20 minutinhos para mirar os rapazes.

Aqui nos trópicos, a tirar pelo meu mau exemplo, o índice masculino subiria para os seus 90 minutos com acréscimos. Fácil, fácil. Pelas suas contas, entre os 18 e os 50 anos, o homem perderia um ano olhando para mulheres.

Se esta devoção é perda de tempo, quero morrer o maior derrotado e looser da face da terra.

A chegada ou passagem de uma deusa é capaz de congelar até um duelo de brutos no deserto.

Essa eu tirei do filme “Era uma vez no Oeste”, de  Sergio Leone. Um velho caubói sugere, na taberna, para a mocinha Claudia Cardinale:

“Vai lá fora e leva uma xícara de café para eles, os homens mudam de assunto ou calam quando vêem uma mulher bonita”. Era a forma de evitar a desgraça.

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Uma prova de que o corvo Edgar existe

Por xicosa
05/04/12 01:03

 

Cuervo Edgar em flagrante do fotógrafo Fred Jordão

O corvo Edgar, criatura inspirada em Edgar A. Poe, meu escritor preferido, é uma ave agourenta especializada em secar os grandes e favoritos óbvios no futebol.

Tem gente que duvida da sua existência. Nesta madruga, por exemplo, ele não deixa ninguém dormir direito aqui no meu predinho antigo em São Paulo. Está eufórico com a derrota do Flamengo, embora seja parente do urubu, seu primo-pobre.

É que ele seca mesmo os metidos, os times das grandes massas e todos os bajulados pela mídia.

Mas o motivo deste post não é tirar sarro com os rubronegros. É tão-somente apresentar o corvo Edgar à galera. Ele existe.

Como é estrangeiro, nem sei se pode ser pego pela lei seca ou pelo Ibama -algum advogado do ramo me explica?

Ele bebe sim, está grasnando. Melhor morrer de malbec do que de tédio e silêncio.

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Só o homem feio é feliz. Saiba como

Por xicosa
03/04/12 23:10

O côncavo e o convexo de Sérge & Birkin

Vejo aqui na capa do UOL uma solene pergunta: “É possível ser feliz mesmo se achando feio?”

Cuma assim?, tiro onda com a Gal, a cachorra da linda vizinha que me sorri latindo.

Ora, só é possível ser feliz –se é que a felicidade é coisa terrena- sendo feio.

Todo galã é triste.

Toda deusa é moralmente atordoada e maluca.

Só sei que esta indagação sobre estética e felicidade mexeu comigo. Sempre em defesa dos feios, sujos e malvados, saquei de novo o meu panfleto a favor da categoria.

Dez coisas que um homem feioso deve saber para tirar mais proveito da vida, essa ingrata:

I) Que a beleza é passageira e a feiúra é para sempre, como repetia o mal-diagramado Sérge Gainsbourg –o francês que só pegava mulher fraca, como a Brigitte Bardot e a Jane Birkin, entre outros colossos. Sim, aquele mesmo francês cabra-safado autor do maior hino de motel de todos os tempos, “Je t´aime moi non plus”, claro.

II) Que as mulheres, ao contrário da maioria dos homens, são demasiadamente generosas. E não me venha com aquela conversinha miolo-de-pote de que as crias das nossas costelas são interesseiras. Corta essa, meu rapaz. Se assim procedessem, os feios, sujos e lascados de pontes e viadutos não teriam as suas bondosas fêmeas nas ruas. Elas estão lá, bravas criaturas, perdendo em fidelidade apenas para os destemidos vira-latas.

III) Que o feio, o mal-assombro propriamente dito, saiba também e repita um velho mantra deste cronista de costumes: homem que é homem não sabe sequer a diferença entre estria e celulite.

IV) Que mulher linda até gay deseja e encara, quero ver é pegar indiscriminadamente toda e qualquer assombração e visagem que aparecer pela frente.

V) Que homem que é homem não trabalha com senso estético. Ponto. Que não sabe e nunca procurou saber sequer que existe tal aparato “avaliatório’’do glorioso sexo oposto.

VI) Que as ditas “feias” decoram o Kama Sutra logo no jardim da infância.

VII)  Que para cada mulher mal-diagramada que pegamos, Deus nos manda duas divas logo depois do enlace.

VIII)  Que mulher é metonímia, parte pelo todo, até na mais assombrosa das criaturas existe uma covinha, uma saboneteira, uma omoplata, um cotovelo, um detalhe que encanta deveras.

IX) Que me desculpem as muito lindas, mas um quê de feiúra é fundamental, empresta à fêmea uma humildade franciscana quase sempre traduzida em benfeitorias de primeira qualidade na alcova, como o melhor sexo oral do planeta, para não esticarmos demais a prosa.

X) Saiba, por derradeiro, irmão de feiúra, que a vida é boxe: um bonitão tenta ganhar uma mulher sempre por nocaute, a nossa luta é sempre por pontos, minando lentamente a resistência das donzelas.

Porque, meu bem, como diz o meu amigo Conde do Brega, ninguém é perfeito e a vida é assim.

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O cabelo-Joãozinho e os mistérios do planeta

Por xicosa
03/04/12 04:37

Os mistérios do cabelo-Joãozinho. Mais indecifráveis que os mistérios do Planeta, como diriam os Novos Baianos.

Acabei de ver aqui na avenida Paulista a melhor combinação do universo entre um rosto e um cabelo ao melhor estilo “Joãozinho”.

Até agora estou estátua. Que linda!

Ainda apertei a vagabunda câmera da janela do táxi, mas a moça submergiu na estação Consolação do metrô rumo ao Paraíso. Ela merecia tal destino.

Apertei só por desculpa. Preferia narrar mesmo sem a imbecilidade do retrato.

LINDA!

Pescocinho. Parecia uma galinha d´água mergulhando no açude do Penedo, no Sítio das Cobras, Santana do Cariri, por exemplo.

Jamais flagraria tanta beleza a olho nu.

Era a perfeição entre os derradeiros fios da nuca e o never more de Edgar A. Poe.

Juro, era melhor que a atriz Jean Seberg (na foto ai acima), aquela linda moça do filme “Acossado”, clássico de 1959 dirigido por Jean-Luc Godard.

Muito mais linda, misteriosa e “nouvelle vague” a anônima que me escapou de vista agora no metrô. Amanhã rastreio a deusa nas imediações.

Não tema, minha senhorita, só por apreciação estética mesmo. Sou um colecionador diário de tais alumbramentos e comoções.

O que mais interessa a flâneur de verdade?

(…)

Quantos mistérios num cabelo tipo “Joãozinho”.

Aquele corte que sempre intrigou a nós homens pelo que guarda de dúbio, anfíbio e, em muitos casos, andrógino.

Em alguns rostos, cai perfeito, ressaltando o que tem de mais belo nos traços, lente de aumento no brilho dos olhos… Era o caso da moça que acaba de tatuzar-se diante das minhas lentas retinas de velhor tarado.

Deixa quieto.

Mas não é para qualquer rosto tal corte ousado, todo cuidado é pouco nessa hora.

É mais para as mulheres de gestos pequenos e delicados do que para as mulheres mais atrevidas e selvagens –estas estariam mais para tranças, adeixas e mil segredos debaixo dos caracóis dos seus desleixos.

O “Joãozinho” ou “nambu”, como se diz em algumas regiões do país, é corte para aquela hora de reviradas na vida, ritual de passagem, transição amorosa, mudanças bruscas e malfazejos tantos.

E como é prático uma mulher com cabelos curtíssimos.

Ao acordar, por exemplo, ao lado de um novo possível namorado, não viverás o drama comum às fêmeas de cabelos longos, que já despertam, quando ainda não possuem a completa intimidade, em sobressaltos, preocupadas com o desalinho feito pelas supostas penas de gansos dos afogados travesseiros.

 

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A Semana Santa e os pecados da carne

Por xicosa
02/04/12 12:36

Ah, permita, amigo, como ex-coroinha, mascar a hóstia da nostalgia e decretar: a Semana Santa foi praticamente extinta e desmoralizada pelos católicos.

Já era. Agora não passa de um vulgar feriadão de sexta-feira.

Senta que lá vem meu fragmento de “Amacord”, meus recuerdos de Ypacarai:

A melhor coisa da Semana Santa, além de não ter aula de segunda até sexta, era a proibição de tomar banho de quarta-feira por diante.

Outra coisa boa e perversa era fazer o papel, no drama da “Paixão de Cristo”, de um daqueles soldados que descem o chicote em Jesus.

Sem essa de distanciamento teatral. Era no lombo mesmo, o que dava mais veracidade ao espetáculo ali nas proximidades do Romeirão, em Juazeiro do Norte.

A Semana Santa era mesmo uma bênção dos céus. Não essa meia-boca de hoje, apenas com a sexta-feira dedicada ao ócio criativo.

E ai de quem teimasse contra as leis divinas. Ficava aleijado, óbvio, como nos milhares de relatos ouvidos a cada ano.

Quarta-feira de Trevas. A folhinha do calendário já deixava o veto ao banho mais do que explícito. Não podia mesmo. Nem de açude.

Só os desnaturados pecadores ou comunistas, e eles estão em toda parte, desdenhavam dos costumes, mesmo sob o risco de ficarem tronchos e empenados.

A pequena gente, a meninada, sempre correndo do banho qual um bode, vibrava com a proibição católica.

Parecíamos aquele garoto judeu que faz o Woody Allen criança no filme “A Era do Rádio”.

O gurizinho, fina ironia, chega à conclusão de que há uma grande vantagem em ter nascido em uma família pobre naqueles anos 1940, arredores de Nova York: não ser obrigado a escovar os dentes com o mesmo rigor que os filhos dos mais endinheirados.

Hoje em dia na mesma Juazeiro, conhecida como a Meca do Cariri, uma minoria de católicos mais ortodoxos ainda guarda alguns preceitos antigos da Semana Santa.

A maioria liberou geral. Até banho toma nas trevas da quarta-feira.

Nem mesmo a distância da carne vermelha é questão de vida ou morte. A própria igreja relaxou o expediente. Digamos que a carestia na venda do bacalhau e do peixe tenha contribuído, ano a ano, para esta reforma do cânone.

O que os mais fervorosos não arriscam de jeito algum é a bíbilica conjunção carnal. O sexo continua um tabu nos grotões e vilas. Até os pequenos cabarés, os velhos bregas e lupanares, fecham suas portas.

É mesmo uma tristeza a vida de puta na Semana Santa, mas elas sempre fizeram questão, justiça histórica seja feita, de suspender as atividades. É hora de jejum e penitência.

Ao macho que comete o tresloucado gesto sobra um impiedoso e cruel destino: a impotência para todo o sempre, como prega a crendice.

Um amigo do Cariri, o Clóvis, ex-coroinha, católico à vera, papa-hóstia juramentado, vivia a paranóia de que as moças só lhe davam bola durante a Semana Santa. Era um daqueles donzelos que estampavam nas feições os vincos da estiagem e da carência. Um queijudo mesmo, coitado.

Tempos depois ficamos sabendo que se tratava de pura perversidade feminina. Só para testar a resistência católica e apostólica do garoto que ajudava o padre nos rituais da missa.

Boa Semana Santa a todos. Com jejum ou com muito sexo, se possível!

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Minha mentira preferida: o orgasmo fingido

Por xicosa
01/04/12 15:48

Pobre R.Crumb depois de um orgasmo sincero

“Eu sou uma pessoa má, eu menti pra você.”

Começo o dia com a melhor música dos últimos tempos sobre a sinceridade das mulheres. Canção da musa divina e perigosa Karina Buhr, uma greco-baiana-pernambucana-alemoa.

Você já mentiu para o seu amor hoje?

Mentir profissionalmente não tem graça. Ainda mais se você for publicitário, marqueteiro, jornalista, político, advogado, padre, cineasta, ator, pastor, policial…

Mentir profissionalmente é meio de vida. Só há mentira no amor ou no quase-amor, enfim, nos relacionamentos.

E das mentiras desse gênero, a minha preferida é a do orgasmo fingido.

Porque o fingimento do gozo também pode ser uma prova de amor, como o amor avulso das profissas.

Antes o fingimento, amigo, do que a ausência da dramaturgia amorosa de fato;

tem um quê de distanciamento brechtiano no orgasmo fingido.

Tem ou não tem, meu caro Alberto Amaral? -o melhor diretor de teatro com quem já atuei.

No orgasmo fingido há até mesmo, dialeticamente, um gozo que deveras sente.

Se quer saber, amigo, tem mais de verossímil no fingido do que em muitos ditos verdadeiros.

A gritaria selvagem é egoísta. Às vezes é mais para zombar das sem-sexo: ai como gozo, coitadas da minhas colegas da firma!

Sempre a favor das que fingem com decência. Melhor que fingir a velha dor de cabeça.

Contra a verossimilhança exagerada dos orgasmos com caras & bocas.

A favor do agrado do teatro, puro teatro, como na canção almodovariana de La Lupe. Ouça aqui esta outra divinal cubana.

Minta pra mim se for mulher!

Aos diabos com estas tais mulheres sinceras.

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12 músicas de protesto para lembrar o golpe

Por xicosa
31/03/12 20:44

Em memória do assombrado dia do golpe militar de 1964, ainda hoje definido pelos coronéis de pijama como Revolução, a Redentora, fizemos um long-play com 12 faixas de músicas de protesto dos anos 60 até agora.

1) “Carcará” – João do Vale. Talvez a mais forte de todos os tempos. Pega, mata e come! Veja aqui o vídeo.

2) “Cálice” – Chico Buarque. Recentemente o rapper Criolo fez uma versão que atualiza a letra para o drama social das periferias.

3) “Pra não dizer que não felei das flores” – Geraldo Vandré.

4) “É proibido proibir” – Caetano Veloso. Feita no período da Ditadura, cairia muito bem agora na gestão do Kassab em SP.

5) “Aquele abraço” – Gilberto Gil. Chacrinha continua balançando a pança…

6) “Vozes da Seca” – Luiz Gonzaga. Uma esmola para um homem que é são ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão.

7) “O pequeno burguês” – Martinho da Vila. Vestibular, passei no vestibular…

8) “Todos os olhos” – Tom Zé. Esse poderia emplacar o LP inteiro.

9) “Deixe esse vergonha de lado” –Odair José. Um hino da luta de classes em louvor das empregadas domésticas.

10) “A cidade” – Chico Science & Nação Zumbi. “O sol nasce e ilumina as pedras evoluídas/Que cresceram com a força de pedreiros suicidas. Perfeita para o debate sobre a especulação imobiliária que ataca o Recife.

11) “Diario de um detento” – Racionais MC´s. O grupo firmou a nova música de protesto nos anos 90. Histórico.

12) “Pânico em SP”, -Inocentes. O punk-rock paulista poderia emplacar também umas dez do Cólera. “Passeata” seria uma delas.

Óbvio que cometeremos algumas injustiças com alguns grupos, cantores e compositores. Agora que ouvi, por exemplo, “Dedo na ferida”, do Emicida, que atualiza nossas tragédias até o episódio de Pinheirinho.

Você está aí para reparar as nossas falhas e omissões, como sempre neste blog. Quem você acha que não deveria ficar de fora?

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O amor virou mulher e eu fui o último a saber

Por xicosa
30/03/12 02:08

Querida Lea T., viraste mulher e fui o último a saber. Isso não se faz, mas como não te perdoar, se o amor tudo pode?

Perdoadíssima estás.

Já eras a mais bonita brasileira mesmo sem operação alguma. O arquivo deste blog prova o que disse quando ainda, anatomicamente, homem.

Lea, poderia ter ido contigo a Bancoc e segurado na tua mão na hora do mais epistemológico dos cortes.

Conheço a Tailândia e poderíamos passear depois. Lá estive para rebocar o PC Farias, o capo do Collor, para o Brasil. Nos divertiríamos bastante.

Mas deixas quieto, Lea, o motivo desta é tão-somente te pedir em casório.

Por escrito é a segunda vez que rogo a uma deusa o privilégio de tal sacramento.

Havia pedido, em público, apenas a mão da Luíza Brunet, depois de uma epifania na última Flip, em Paraty.

Sei que tens um mundo a teus pés, os modernos de Milão e Londres etc.

Mesmo assim insisto: casas comigo!

Não tenho lá essas posses, mas te garanto casa, comida, roupa lavada e cafunés.

Não sou lá grandes coisas, mas junto a ti viro o mais orgulhoso dos machos. O mais são “mistérios do planeta”, como cantavam os Novos Baianos.

Te beijo na boca em pleno Ba-vi, nas arquibancadas do Barradão ou de Pituaçu. Depois vamos jantar com o Toninho Cerezo, o sogro dos sonhos, no Rio Vermelho ou derredores.

Não se nasce mulher, torna-se mulher, como lembraram da Beauvoir, em lindo texto, as meninas Bruna Narcizo e Thaís Botelho, da revista “IstoÉ Gente”.

Te tornaste a mais bela delas, menina Lea. Este corpo agora te pertence.

Com respeito, admiração e o amor possível, teu noivo platônico, Francisco.

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Deixem o Tim Maia em paz

Por xicosa
29/03/12 19:11

E não é que tiraram o velho Tim do sossego! Repare aqui na notícia do UOL.

“Exumaram o corpinho do cara, aê!,” como me narra agora, naquela prosódia carioca de quem acabou de aplaudir o crepúsculo, o amigo Ernest.

Nunca gostei, mesmo em casos para reparar as maiores injustiças do mundo, dessa onda de arrancar a matéria do chão como se caça um tatu-peba.

Por isso que a cremação é mais justa, como acabaram de fazer com o corpo do Millôr.

Do pó ao pó e estamos conversados.

Como já havia esperneado aqui nesta mesma tribuna,  sacanagem maior não há do que essa da Justiça decidir por exumar o corpo do velho Tim.

Sim, Tim Maia, o síndico-mor dos Tristes Trópicos, para um exame de paternidade.

Qualé, arranca o cabelo dos parentes, faz qualquer coisa, belisca primos, beija na boca da vovozinha e colhe a saliva, ousa, morde gente, mas não expõe o que restou do mais genial dos nossos pesos-pesados.

Cadê a polícia que não vê uma coisa dessas?! Desde já em plantão permanente pela intocabilidade do corpinho desse nosso irmão, clamamos, com o seu mantra sagrado: o que eu quero é sossego!

Que descanse em paz o maior cantor brasileiro.

Cliente morto não paga.

Esta lenda “sebosa-soul”, como diria Jorge du Peixe, o homem à frente da Nação Zumbi, merece a paz de um arrozal zen japonês.

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