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Xico Sá

Modos de macho, modinhas de fêmea & outros chabadabadás

Perfil Xico Sá é escritor, jornalista e colunista da Folha

Perfil completo

A Copa no país do MacunaEmo

Por xicosa
15/05/12 14:03

A fila do café com pão de queijo não anda e lá se ouve o coro: quero ver é na Copa.

A coxinha não tem galinha? Quero ver é na Copa.

O bolinho de bacalhau é só farinha? Quero ver é na Copa.

SP faz duas décadas que travou geral e o taxista brada: quero ver é na Copa.

O jovem MacunaEmo -preguiçoso como Macunaíma e chorão como um roqueiro emo- não se manifesta? Quero ver é na Copa.

O garçom não vem: quero ver é na Copa.

O rapaz do Nordeste não chega para resolver a bronca da toalha de praia: quero ver é na Copa.

Faltou rúcula pra madame fresca? Quero ver é na Copa.

A sopa esfriou? Quero ver é na Copa.

Vamos todos para um puxadinho em Cumbica: quero ver é durante a Copa.

O avião não decola, a bagunça prossegue, o executivo  afrouxa a gravata, Congonhas vem abaixo: quero ver durante a Copa.

O ingresso do show não rola, o adolescente histérico pega a sua guitarra heavy metal e repete o solo: quero ver durante a Copa.

O trem rumo à zona leste não cabe mais nem pensamento, o corintiano pensa no Itaquerão, e manda o eco na plataforma da Sé: quero ver é na Copa.

A moça chora de TPM na estação Barra Funda: quero ver é na Copa.

O amor em SP, caro Criolo, é como o metrô na avenida Paulista: começa no Paraíso e termina na Consolação. Quero ver é na Copa.

O churrasquinho de gato da Augusta sobe de preço, escuto a queixa ao longe: quero ver é na Copa.

No mesmo distrito, a profissional do sexo majora, merecidamente, o seu cachê: quero ver é na Copa.

Não há mesa de sinuca vaga no boteco do Pescador: quero ver é na Copa.

No dia mundial sem carro São Paulo bate recordes de congestionamento: quero ver é na Copa.

Quero ver é na Copa. Assim é o coro em todo o país. Inventamos um belo jeito de adiar tudo de novo e esticar até o mundial a nossa elástica paciência.

O taxista carioca apavora: quero ver é na Copa.

Direitos do cidadão garantidos pela Carta Magna: quero ver é na Copa.

Escolas públicas caindo pelas tabelas: quero ver é na Copa.

Assessor de Kassab ganha uma centena de imóveis na jogatina da especulação: quero ver é na Copa.

E assim prolongamos até 2014, de Manaus às dunas de Natal, o efeito da velha anestesia histórica.

Para que resolver agora se nos demos mais esse belo prazo. Quero ver é na Copa.

Que ressaca! Quero ver é agora!

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Para confortar os corações partidos

Por xicosa
14/05/12 14:31

Diante de cartas e mais cartas de leitores desesperados, baixou de novo o encosto de Miss Corações Solitários neste desalmado escriba.

Miss C.S. é era uma cigana da Andaluzia cujo espírito se divide hoje entre um quintal do Capibaribe e uma choupana,para lá de ecologicamente correta, na Serra do Araripe, na divisa do Exu com o Crato.

Com a sua poderosa entidade, M.C.S. socorre machos & fêmeas à beira de um ataque de nervos… ou simplesmente portadores do inapagável fogo nas entranhas. Às missivas, pois, aqui histericamente resumidas:

Querida Miss C.S., o fingimento do orgasmo também pode ser uma prova de amor? (Sonsa de Mimoso, PE)

Resposta: Estimada consulente, é preferível a dramaturgia do gozo àquela velha dor de cabeça que te abate justamente na hora em que ele te procura. Há um quê de distanciamento brechtiano no orgasmo fingido. O prazer  fingido engrandece o homem, além de ser mais verossímil do aquele espetáculo verdadeiro e exagerado, cheio de caras, bocas e nove-horas. Sim,é prova de amor e caridade cristã. Prossiga. Cariño, M.C.S.

Gloriosa Miss C.S., o cachorro que arrumei é um borracho, um Vicente Celestino, bebe sempre demais e não funciona quando mais careço. Que fazer? (Maria da Precisão, Conjunto Ceará,Fortaleza).

Resposta: Muita calma nessa hora, criatura. Trata-se do famoso tipo homem-tupperware, aquele que você guarda para comer no dia seguinte.Sorte, M.C.S.

Bem-aventurada Miss C.S., ele não me procura mais, o que fazer? (Desvalida do meio do mundo, Tejipió,Recife)

Resposta – Pobre alma em desassossego, nada de apelar para cursos de striptease ou aquelas mil e uma novas posições estranhas que você leu na revista “Nova”. Uma amiga minha, por exemplo, tentou uma daquelas posições inovadoras e acabou com o marido num hospital de fraturas _e de madrugada, o que é pior. Só te resta, pobre alma, seguir o conselho do mago: senta-te à margem do Rio Piedra e chora.

Tuas lágrimas irrigarão teu caminhoe da terra brotarão novos caules. E tem mais: larga esse inútil infeliz que não serve nem mesmo para trocar lâmpadas e abrir teus potinhos de conservas. Coragem, tua M.C.S.

Poderosa Miss C.S., fui vergonhosamente traído por minha mulher, tipo flagrante delito, o que fazer? (Devoto da Gaia Ciência, Cajazeiras, PB )

Resposta: Amigo incoformado, deixo aqui, como filosofia de consolação, a sabedoria de um pára-choque que acaba de me abalroar: “Chifre foi feito pra homem, boi usa de enxerido”. Sem mais,  M.C.S.

Escreva você também para nossa cigana dos corações partidos!

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Amor pacote completo

Por xicosa
13/05/12 11:26

Amor só de mãe.

No dia Delas, eu escrevo assim, no embalo da filosofia de parachoque, cheio de flores e dedicações manuscritas:

Antigamente quando eu me excedia ou fazia alguma coisa errada, naturalmente minha mãe dizia:”Ele é uma criança, não entende nada”…

Deixo o Tremendão ai na trilha sonora da crônica e, pelos poderes de Graysskull, vamos em frente.

Porque as mulheres com filhos são especiais, especialíssimas, como sempre sublinho nestes papiros modernos.

Porque tem homem que morre de medo do que se costuma chamar por ai de “pacote completo”, quando a deusa vem com os seus meninos à tiracolo, canguruzinha marlinda.

Se bem que tenho amigas que temem mais do que nós hombres. Diante do menor barulho dos diabinhos fazem cara de Herodes.

Eu faço é cara de bom marido.

E tenho inveja porque não são meus. E tenho inveja porque não pude influenciá-los, ainda, nem na escolha do time.

Tudo bem, já saquei muito da cachola aquela lengalenga tipo Brás Cubas: não quero deixar na terra o legado da minha miséria etc etc.

Balela. Bora fazer menino, minha musa, e confundir de vez criador e criatura.

As mulheres com filhos são o que há de mais tentador nesse lero-lero vida noves fora zero.

Incríveis, magníficas, únicas. No papo e na cama.

Agora rio aqui sozinho lembrando da noite em que fui pela primeira vez para a casa dela.

Saía desesperado do quarto em busca de um copo d´água. O amigo que bebe sabe o que é um homem cego, que não achou os óculos na cabeceira, saindo por uma arquitetura desconhecida, na madruga, em busca de um refrigério para a ressaca.

Depois de alguns tropicões, seguindo uma fresta de luz, ainda sem fazer ideia onde estava a geladeira… eis que um endiabrado menino, senhoras e senhores, portava uma daquelas armas iluminadas que me levou direto para um conto de ficção científica.

Aquela tocha de fogo aumentou ainda mais a minha sede e desespero. Não se nega um copo d´água a um ressacado, apelei ao rapazinho.

Sorriso sádico, o menino, armado com uma daquelas miseráveis eespadas de He-Man, não cedeu ao meu apelo. Quem manda mexer com a sua linda Jocasta.

O ciúme e a sede de aventura o faziam me espetar e dar pulinhos ridículos e cegos.

Quando fui tomar o mísero copo d´água, o dia já havia dado as caras.

Depois do duelo, nos tornamos grandes amigos. Mesmo eu sendo louco pela sua mamãe ate hoje.

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O canalha explícito e o bonzinho vacilão

Por xicosa
11/05/12 11:21

Clássico nacional para entender o mundo-cafa

Papo de sexta-feira é assim:

-Pois saibam todos vocês: prefiro um bom canalha a um homem bonzinho e frouxo!

A sentença de Carol, sem deixar um farelo de dúvidas sobre a mesa do Sujinho, fez com que alguns de nós levássemos a mão ao queixo. Até a clássica bistecossaura do estabelecimento da Consolação (SP) mugiu irônica.

Como se todos virássemos, naquele instante, ingênuos pensadores de Rodin ou paralisadas estátuas de sal, como na Bíblia. Pense. Pense em um momento solene!

A frase nem era para tanto, mas saiu tão afirmativa, tão sem dúvida ou vacilo, que balançou até a plaqueta do “Fiado só amanhã” do boteco e derrubou a Bic azul atrás da orelha do nosso garçom predileto.

Qualquer coisa, na boca de uma mulher bonita, vira imediatamente certeza absoluta, artigo constitucional, frase de Clarice Lispector.

O dizer de Carol embutia algum saber de rotina, alguma experiência, coisa de quem viveu reiteradas vezes a situação, aquilo que chamamos vulgarmente de conhecimento de causa.

-Pois saibam todos vocês: prefiro um bom canalha a um homem certinho e frouxo.

O canalha, concluímos, sem que ela, a gostosa Carol interferisse, merece mais respeito porque é mais explícito, a mulher já entra na história sabendo, e ainda pode ter momentos líricos, passionais, bonitos, pois todo canalha é, no fundo, um devoto, ajoelha-se diante de uma fêmea como um romeiro diante do seu santo de fé.

O frouxo representa, sem nenhum distanciamento, a maioria dos machos contemporâneos e o chove-não-molha da hora. Tudo que era sólido se desmanchou em amor líquido. Ninguém pede mais sequer em namoro, repito.

O indeciso, o confuso, melhor, o “cafuso”, como dizia o velho Didi Mocó, nunca se apresenta para valer no jogo, titubeia, faz que vai e acaba não “fondo”, como dizia, no seu genial futebolês, o Dedeu, um desses tantos macunaímas da bola, cearense que brilhou no Clube Náutico Capibaribe.

Triste escolha essa: o canalha ou o bonzinho fraco. Mas vai ver, amiga, tem coisa melhor por ai dando sopa. Não caia nesse nossa tese tão esquemática.

Só sei que nada sei sobre esse assunto, como diria o grego complicado.

Melhor ainda, como diria Roberto Carlos das antigas: “Só agora eu sei, o que aconteceu/quem sabe menos das coisas/sabe muito mais que eu!”

Porque hoje é sexta, muitos confusos estão à solta por ai. Corra, Lola, corra!

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10 razões para crer no fim do mundo em 2012

Por xicosa
10/05/12 11:10

Neymar e o estilo metrossexual-cafuçu

I -A gostosa tipo nova classe C, a gostosa-gostosa que faz operário delirar no andaime, está de volta na TV, vide “Avenida Brasil”. Viva a fartura.

II -Fim da maldição. Como previu meu corvo Edgar, a ave agourenta e secadora, o Corinthians avançou na Libertadores da América. Pega o time do freguês e heroico português.

III -Foi preciso uma mulher assumir a Presidência para falar grosso contra a política de juros. No que me fez lembrar o velho Brecht: “O que é roubar um banco diante de fundar um banco?”

IV -A Justiça brasileira, via STF, devolveu terra a índio, depois de 512 anos da chegada de Cabral. Foi lá na Bahia, perto do marco do descobrimento.

V -A depilação definitiva e o movimento das sem-pelo chegaram para ficar. O estio Claudia Ohana é apenas uma “Playboy” amarelada no baú. E como dói.

VI -O famigerado (eis meu adjetivo predileto na política!) auxílio-paletó, que representava o 14º e 15º salários dos parlamentares, foi extinto ontem pelo Senado. Macacos me mordam! Valia desde 1946. O milagre começou com reportagem de João Valadares no “Correio Braziliense”.

VII – Ricardo Teixeira deixou o comando da CBF depois de 24 anos. Tudo bem, a entidade continua a Sucupira ludopédica de sempre, agora sob o poder paulista, mas já foi um fenômeno.

VIII – Quando todos os apocalípticos previam o fim da TV diante da internet, as redes sociais sucumbiram e hoje não passam de uma gigantesca sala coletiva de ver televisão. De cada 10 temas do twitter ou do facebook, nove têm origem nos telepatas.

IX -O Brasil esquece o Fome Zero e vira o país da alta gastronomia. Os cursos superiores do gênero são tão concorridos quanto a Medicina, como já testemunhamos em Pernambuco. Alex Atala e biscoito fino para as massas.

X -O metrossexualismo, mesmo na sua versão cafuçu à moda do gênio Neymar Jr., domina a cena. Perdeu, macho-jurubeba, perdeu.

Algumas outras razões para apostar no apocalipse dos Maias, amigos?

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Seis bandidos e seis mocinhos da música brasileira

Por xicosa
09/05/12 04:21

Sérgio Sampaio, o Lado B de Cachoeiro do Itapemirim

Viver é faroeste: bandidos X mocinhos. Dependendo da sua subjetividade, digo, dependendo da sua sabedoria de entender que o Fla-Flu existencial é mais rico do que supunhetamos na nossa pequenez, ser bandido ou ser mocinho, é questão de classe.

Coisa rica mesmo. De que lado você samba?, como provocou o cientista-mor do som. Enquanto você pensa, recebo aqui uma colaboração especialíssima no blog.

Sambemos do lado de Rosa Ferraz, cantora de primeira, você precisa conhecê-la nesse empoeirado saloon de uma novidade a cada limpada no rayban do pop.

A pernambucana que habita o centro-oeste, Goiânia, amante de Nelson Gonçalves e de Sérgio Sampaio, nos manda seis músicas de bandidos e seis mocinhos, o LP do bem e do mal.

Ao grande long-play da moça, please:

Lado A – Mocinhos

1) Roberto Carlos

https://www.youtube.com/watch?v=YiLwBodl3I0

“O carro acelerei
Depressa alcancei
Dizendo logo alô, eu arrisquei
Com ar de moço bom”

2) Ronnie Von

(O apelido dele era o Pequeno Príncipe  e havia, sempre no ar, uma comparação com o ‘Rei’, até porque a mídia alimentava uma certa rivalidade entre os dois).

https://www.youtube.com/watch?v=FoKGBuyYImc

“De um astro um dia ele desceu
E o deserto iluminou
Com a luz do olhar
Com a luz do olhar”.

3.    Wanderley Cardoso

https://www.youtube.com/watch?v=TjTDDqa9sL0

‘’Já que terminamos
Só resta agora
O adeus final
Lá Lará Lará Lalá
Te amar demais
Ser um bom rapaz
Foi o meu mal…’’

4. Gordurinha

https://www.youtube.com/watch?v=PBs1XqV81Ws

‘’Nasci no sertão
Acontece que eu sou diferente
De toda essa gente não sou valentão
Não sou de briga não conto vantagem
Não tenho coragem de dar num anão…’’

5.   Paulo Sérgio

https://www.youtube.com/watch?v=5vQL2qUgy6s

“Estou aqui desiludido a procurar
A fé perdida, o fim da vida, eu quero achar
Amei demais, fui bom rapaz, só fim o bem
De tanto amar, eu me perdi, não sou ninguém
Na minha vida conheci desilusão…’’

6. Um da atualidade:   Emicida

‘’Deus me fez maior, ele me fez melhor (Melhor)
Me deu uma missão de coração, neguim
Falar o que vejo, o que eu vivo, o que eu sinto…’’

http://www.youtube.com/watch?v=7QnXzVjck6M

Lado B de Bandidos:

1.   Sérgio Sampaio

http://www.youtube.com/watch?v=rbJEeB4N3So

“Eu que sou filho de um pai teimoso
Descobri maravilhado que sou mentiroso
Sou feio, desidratado e infiel, bolinha de papel
Que nunca vou ser réu dormindo
E descobri como um velho bandido
Que já tudo está perdido…”

2.   Antonio Marcos

http://www.youtube.com/watch?v=5S4hRwSWcQ8

‘’Dizem que louco eu sou
E que não vou
Muito tempo durar,
Que já não sei onde vou…’’

3.   Erasmo Carlos

https://www.youtube.com/watch?v=s5oZ2XC0xVk

“Perdão à namorada
é uma coisa normal,
mas é que eu tenho
que manter a minha fama de mau!
Tenho que manter a minha fama de mau..”

4.    Zé Rodrix

https://www.youtube.com/watch?v=bGpwy1O7_80

‘’Confesse que a história
não foi bem assim
E que eu não fui bandido o tempo todo…’’

5  Wilson Batista .

Ele não foi o tempo todo bandido, mas em algum momento ele foi, rs. Lembre-se da richa com Noel Rosa, o mocinho.

https://www.youtube.com/watch?v=vmD6D0zAGnc

‘’Meu chapéu do lado
Tamanco arrastando
Lenço no pescoço
Navalha no bolso
Eu passo gingando
Provoco e desafio
Eu tenho orgulho
Em ser tão vadio’’

6) Uma da atualidade:   Wander Wildner.

https://www.youtube.com/watch?v=A4CySmaajrs&feature=fvsr

‘’Eu sei que eu ando bebendo demais,
Você já me disse.
Eu sei que eu ando caindo no chão,
E que isso causa uma má impressão.’’

E você, meu chapa, minha rapariga, como fariam um LP de bandidos e mocinhos? Derramem vossas sugestões na caixa postal deste cronista anacrônico que vos sopra o cangote.

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Ambiente familiar: é proibido beijar na boca

Por xicosa
08/05/12 08:53

Adega carioca pioneira no veto às sailências de casais

Você é do tipo que aprecia um beijo em público e segredos de liquidificador?

Não trato de qualquer beijo de rotina. Digo aqueles beijos de novela. Arte explícita dos casais apaixonados, óbvio.

Beijo na boca, o verdadeiro defloramento, como queria o tio Nelson Rodrigues.

Ou você é do tipo que acha ridículo a pegação pública e deixa tudo para a alcova?

Toda essa reflexão, em uma manhã gelada de terça-feira, nos leva a Campinas (SP), onde um bar, o Empório do Nono, adotou cartões para advertir os beijoqueiros. Outras casas da cidade já adotavam vetos aos pombinhos.

É proibido beijar na boca.

Leia aqui a reportagem de Natália Cancian, na versão impressa da Folha de hoje.

Não devemos debitar apenas na conta do Politicamente Correto ou do Sr. Kassab, esse Jânio Quadros sem álcool, que toma conta dos costumes.

A política de proteger o “ambiente familiar” vem de longe. O caso mais tradicional é o da Adega Flor de Coimbra, na Lapa carioca, com pelo menos 70 anos de proibição.

Lembro, certa noite em Uberlândia(MG), quando eu tentava, ainda na pele de um afoito e jovem repórter, umas saliências com uma moça de ilibada reputação, moça de família mesmo, e fui surpreendido pela advertência do bar do Zé:

“Cenas amorosas estão proibidas”.

No bar do Seu Louro, em Juazeiro do Norte, bairro dos Franciscanos, a mesma história. A explicação dele até que fazia sentido: o estabelecimento era vizinho do cabarés da linha do Trem. Não queria que a sua casa fosse confundida com “a pouca vergonha” dos bregas.

E você, amigo(a), já foi interrompido(a) de atos do gênero? O confessionário do tio está aberto, se joguem sob o manto do anonimato ou com o destemor de sempre.

Este folgado cronista ainda pede mais: alguma boa história de uma bar aí da sua cidade?

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A galinhada do Kassab e a comida de grife

Por xicosa
06/05/12 23:28

A comida de marca é mesmo um novo grande fetiche.

E não só da chamada nova classe C, em nome de quem se faz tudo que se presta e que não presta hoje em dia no Brasil.

Falo da galinhada do Alex Atala, o famoso chef dono do restaurante classificado, em um torneio do gênero, como o 4º melhor do mundo, o D.O.M., de SP.

Atala é um cara legal, um cara patente ZL (zona leste de SP), que manja e não fica arrotando por ai a superioridade da chamada “alta gastronomia”.

Cabia a Atala fazer uma galinhada da Virada Cultural, em pleno Minhocão. Foi gente demais. Faltou penosa na encruzilhada de Santa Cecília. Correria e confusão até umas horas.

O secretário de Cultura de SP, Carlos Augusto Calil, deu a nota: “Alta gastronomia em um evento de massa é incontrolável… A gente aprendeu”.

Realmente o populacho não sabe se comportar diante de comida de grife. Não foi isso que o Calil falou, mas vai aqui como minha possível e maliciosa tradução. Já que não tem galinhada, que coma brioche.

É irônico que em uma SP que proíbe a comida de rua, na contramão da história e da urbanidade em todo o mundo, apenas o rango de marca seja liberado. Só poderia dar nesse sururu todo que vimos.

Não sabia que a cidade amava tanto assim uma galinhada. Ora, conheça o Dema, vá no Bahia, ambos no bairro paulistano do Canindé.

Melhor: vá a Goiás, vá a Minas,visite a Serra do Rola-Moça, nos arredores de BH.

Eu prefiro sempre com pequi, por causa da minha origem na chapada do Araripe, óbvio.

Com todo perdão do Atala, minha mãe, dona Maria do Socorro, faz bem melhor.

Já comeu seu rango de grife hoje, meu amigo, minha amiga? O bom é que costuma ser bem baratim.

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Mantra da Virada: Sr., livrai-me das tentações, mas não hoje

Por xicosa
05/05/12 17:34

No Copan, cabaré com as rainhas da pole dance

A Virada Cultural de SP é uma espécie de carnaval sem fantasia e com o espírito proibitivo kassabista, mas, apesar de você, sr. K., é uma bela festa de rua –coisa que faz falta em uma cidade cara e privatizada, com raríssimas experiências de diversões públicas.

E chega de minha pobre discurseira. Hora de flanar, a melhor ideia de urbanidade e cidadania desde que Paris inventou a luz elétrica e Baudelaire saiu tomando vinho pelas tabernas com a sua turma.

Deixo ai um roteiro esquizofrênico, cuja graça é a impossibilidade de aproveitar uma coisa ou outra. O espírito da Virada é esse. Você fica maluco porque não dá para fazer tudo ao mesmo tempo agora:

18h – É som de preto do Congo. Classe A no último: Ray Lema e Orquestra Jazz Sinfônica. Na estação Júlio Prestes. Tô dentro.

19h – O carregador de piano do John Coltrane Quartet: McCoy Tyner Quartet. Praça da República.Quer coisa mais fina?

21h30  – Bote uma beca e caia no Teatro Municipal: Angela & Cauby repetem o discaço que fizeram ao vivo em 1992. Vou levar minha tia costureira Maryvone. Direto do Crato para este momento lindo.

23h30 – Entrego titia nos braços de Morpheu e confiro o palco Cabaré, ao lado do Copan.o Copan: Ave Maria Gretchen, que disputa com Rita Cadilac, atração de domingo, o posto de bumbum mais longevo do show bizz brasuca. No mesmo local, minha grande aposta da madruga: a atriz e cantora cubana Phedra D. Córdoba, a rainha da Roosevelt e Caribe.

01h – Nelson Rodrigues dizia que “a pior forma de solidão é a companhia de um paulista”. SP finalmente entendeu a onda, a blague, e homenageia o tio Nelson no Sesc Belenzinho. Tem uma festa de peças. E o melhor: Wander Wildner, o rei do punk-brega, com um repertório que dialoga com a sacanagem rodriguiana.

03h30 – Jupiter Maçã nos espera com a beleza rimbaudiana de milhares de miss Lexotans. Na Barão de Limeira.

11h – Agora já estamos na manhã de domingo, óbvio. Defalla para quem é antes de tudo um forte –com ou sem o tal do vinho químico. Ainda na Barão, amigo.

15h – Hora do gênio Pinduca no Arouche. E a guitarreira segue com o melhor encontro de toda a Virada, quando as águas do Capibaribe se misturam às torrentes do Mississipi: Robertinho do Recife & Jesse Robinson.

Boa Virada a todos. E como diria Santo Agostinho: senhor, livrai-me das tentações, mas não hoje. 

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Contra a pijamização do sexo e do amor

Por xicosa
04/05/12 11:23

Sexta-feira é dia de etiqueta no blog. No episódio de hoje: usos & costumes no lar doce lar.

O pijama, amigo, é o paletó de madeira do amor.

E não adianta acreditar nos pijaminhas modernos. Fashion ou à moda antiga, o resultado é o mesmo.

O amor dispensa fardamentos.

O mesmo papai-mamãe, o mesmo pijama de bolinha, o mesmo sexo “funcionário público” e sem lirismo em cima daquele surrado colchão…

Se a rotina já é uma inimiga, sempre na tocaia, imagina a rotina apijamada, fardada, listrada ou de bolinhas.  

Pijamas fora, pombinhos. Chega desse rotineiro sono dos justos e acomodados.

Se o sexo só na cama burocratiza o desejo e o elimina, imagina o sexo de uniforme.

A cama, que segundo o tio Nelson, é um objeto metafísico. Seja que diabo isso signifique, faça na cama somente o obrigatório.

Porque você quer despertar o seu lado mais selvagem.

Ao mato, meu rapaz, como nossos kariris, tabajaras, fulniôs e caetés –os canibais que devoraram a culpa cristã ao deglutir o bispo Sardinha em Alagoas.

Aos lugares inusitados, principalmente os lugares públicos. Aos parques, aos bancos traseiros, aos passeios de bicicleta ao bosque mais próximo, às grotas, às cachoeiras, cascatas, aos quintais alheios com flores roubadas.

Porque o medo é o melhor dos excitantes. Sem medo do flagrante delito.

Além do temor, que põe os nervos à flor da pele e enriquece o gozo, a possibilidade de ser visto por um voyeur é também animadora.

Recomenda-se o lindo uso de saias e vestidos, peças que sempre vestem bem esse tipo de pecado. Fonte: os filmes do tarado e genial Tinto Brass.

Porque se você não transar fora da cama, outro(a) fatalmente vai propor ao/a parceiro(a). Eis o perigo.

Não deixe espaço na relação para que um(a) forasteiro(a), um(a) aventureiro(a) o faça. A vítima pode ser você. Não duvide: a concorrência é sempre criativa e atenta às necessidades de pensar em mudanças, no varejo e no atacado, para dar mais requinte ao babado. Ação, amigo.

E o melhor, querida Lola, fora da cama o miserável que divide contigo o mesmo teto não vai roncar logo depois do ato. No máximo fuma aquele king size com filtro de um homem satisfeito.

Fora da cama a gente imita o galo. O único bípede do mundo que canta, feliz, depois do gozo. O resto entristece e dorme.

Porque você precisa ter uma boa resposta para uma velha pergunta. Já pensou que coisa mais sem graça não ter uma boa resposta quando lhe perguntarem qual foi o lugar mais inusitado onde fez amor?

Não precisa ser algo obrigatoriamente extravagante, como o caixão funerário de Catherine Deneuve, no filme “A Bela da Tarde”, mas que seja algo, digamos, diferente.

Sem querer arrancar confissões, mas com alguma curiosidade, qual lugar você sugere, meu rapaz, minha doce rapariga?

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