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Xico Sá

Modos de macho, modinhas de fêmea & outros chabadabadás

Perfil Xico Sá é escritor, jornalista e colunista da Folha

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Sem ´sujeirinhas´ não há amor

Por Xico Sá
03/09/14 00:34

SEXUSHENRYMILLER

É café sem cafeína, drinque sem álcool, doce sem açúcar, massa sem glúten, o que era com ficou sem.

Ai tudo bem, o mundo está ficando muito limpinho e saudável mesmo.

Mas perai. As paranoias de saúde, bem-estar  etc, ok, compreendo. Afinal de contas o medo da Velha da Foice é legítimo, mora na filosofia desde priscas eras.

Sexo sem cheiro é que não dá. Ah, não. Pare o mundo que eu quero descer, como cantava o profético Sylvio Brito.

E cada vez mais ganha adeptos o sexo limpinho tipo aquele velho anúncio das havaianas: não solta as tiras e não tem cheiro.

Como se a limpeza extremada livrasse de todo o mal, o pecado, amém.

Havia escrito aqui neste blog do louco amor sobre os malucos que transam e correm para o chuveiro. Homens-flexas da assepsia. Nem aconchegam a nega sobre o lado esquerdo do peito, para que ela sinta as sístoles e as diástoles do acontecimento, um dos maiores prazeres da humanidade.

Necas, o avexamento asséptico não deixa. Vupt.

E haja ducha, escova de dentes, antisséptico bucal até no pau, senhoras e senhores.

Fazer sexo e não sentir aquele cheiro, o original bom-ar de Deus desde o Gênesis, é passar pela vida e não fazer jus aos cinco sentidos que trouxe do berço.

É ignorar um dos livros essenciais da humanidade, como o da capa que ilustra este post. Estou relendo. Recomendo a trilogia completa: Sexus, Plexus e Nexus.

Havia tratado também sobre a turma do nojinho em relação aos pelos. A nada ecológica mania de decepar a Amazônia legal das moças.

Tudo bem, até a amada Claudia Ohana já disse que mudou de estilo, não preserva mais o belo e misterioso bosque da Playboy dos anos 80. Depilar tudo bem, o que falo é dessa obsessão pela raspadinha radical. Baita infantilização do sexo, meu caro Sigmund?

Cuidado higiênico, ótimo, é o mínimo. O que não dá é esse sexo extremamente asséptico ao ponto de eliminar todos os cheiros, melações e sujeirinhas naturalíssimas da arte milenar de fazer amor.

É que li hoje uma reportagem na seção “Saúde & Equilíbrio” da Folha e fiquei espantado com os exageros. Muita gente caindo no conto da propaganda da turma do nojinho. Leia matéria completa aqui.

Correr para tomar banho e fugir das sujeiras do amor, faz favor, é pior que fazer aquela selfie pós-sexo.

Viver suja.

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Comentários

  1. Ana Carolina comentou em 11/09/14 at 7:50

    “Nem aconchegam a nega sobre o lado esquerdo do peito, para que ela sinta as sístoles e as diástoles do acontecimento, um dos maiores prazeres da humanidade”. Simplesmente sensacional essa frase.
    Adoroooooooooooo você Xico. E faço das palavras da leitora Ana Cristina, as minhas: quando estiver em BH, me procure….

  2. Fabiana comentou em 09/09/14 at 15:30

    “Viver suja” é lindo, Xico…

  3. Adnan Morais comentou em 09/09/14 at 14:10

    Xico, meu cowboy Fogoso do Crato, cada dia te amo mais. Se todos fossem iguais a você! Amo-te!!

  4. Ana Cristina comentou em 06/09/14 at 19:54

    Xico, a cada dia me apaixono mais por você! Quando vier a Feira de Santana na Bahia me procure, toda vez que vou ao Rio vejo você em todos os rostos masculinos e não te encontro!

  5. sergio barros comentou em 06/09/14 at 14:40

    Quanto aos comentarios contra o André Rizek e o pessoal do Redação, feito pelas moças das redes sociais por causa das dançarinas do torneio de basquete,tenho a declarar que comeria todas elas por que são muito gostosas ,diferente das mocreias que ficam vociferando a toa.

  6. Adriana De Simone comentou em 05/09/14 at 10:40

    Sujeira é seu universo psicológico, diria qualquer um que acompanha o lixo que é seu mundo vendido em qualquer esquina.

    • Xico Sá comentou em 08/09/14 at 13:48

      não entendi,amor. bjo

  7. Jessica Silva comentou em 05/09/14 at 9:19

    “Xico Sá me entende.” Essa é uma frase que costumo postar nas minhas redes sociais quando compartilho seus textos! Incrivelmente sutil e coerente. Me apaixono cada vez mais quando leio suas crônicas.

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