Te vejo no Tinder, beijo, não me liga
26/08/14 03:14
É cada uma nesses tempos de amores líquidos e escorregadios. Todo mundo se entende num clique de um curtir do facebook ou de um coraçãozinho inflamável em um aplicativo.
Repare nessa pequena fábula de modernagem que ocorreu outro dia com uma amiga queridíssima e desejadíssima de SP.
Depois de uns seis meses de peleja, paixão e poucos encontros –ele sempre ensaboado e fugidio como a maioria dos homens de hoje-, ela resolve se livrar da pequena tortura amorosa.
Chega!
Sem essa de pouca chuva no seu roçado. De secura/volume morto basta o da capital paulistana.
Eis que a amiga, de saco cheio mesmo, resolve entrar no Tinder, essa brincadeira da grande comilança, como diz meu amigo Marco Ferreri.
Logo na terceira opção da galeria do tesão clandestino, surge o cara, todo “se-achando” na fotinha de isca.
Entre a surpresa e um risinho nervoso, a nega mandou um coraçãozinho para cima do desalmado. Não é que o miserável tinha flechado também a bela moça!
Rolou o “match”, a coincidência que tem feito a alegria, pelo menos a alegria passageira, dos amantes de Internet.
Poucas horas antes o infeliz-das-costas-ocas havia demonstrado o seu fastio, dito que não estava a fim, blábláblá e outras nove-horas.
Só rindo mesmo, como ela fez ao me narrar a fábula moderna.
Teria ficado com ciúme da presença da moça na farra do aplicativo, mesmo tendo dito que não estava no jogo com ela?
A historinha me fez lembrar de uma frase do escritor norte-americano Jonathan Franzen, em um ensaio do livro “Como ficar sozinho” (Companhia das Letras, 2012):
“O amor representa uma enorme ameaça à ordem tecnoconsumista, porque ele denuncia a mentira”.
O ficcionista também mandou essa, que cairia tão bem no episódio real quanto o vestuário sexy da minha amiga:
“O simples fato é que a tentativa de ser perfeitamente curtível é incompatível com os relacionamentos amorosos”.
É. Pode ser. O que você acha, nobilíssimo leitorado?
Ah, eu amo o Tinder! Conheci uma pessoa super-bacana através dele e recomendo para todas as minhas amigas. Amor é amor, não importa como chega até você. O Tinder é só mais uma ferramenta.
Que Tinder, que nada.A grande moda do momento é RDR ou seja roqueiro decadente reacionário,vide Lobão e Roger.Que lixo……..
Amor que fica é amor de… thinder!?!?!
Desprezo o Facebook e, portanto, desconheço o Tinder. Soa-me a Teddy Bear.
Gostava do velho IRC. O esquema rolava na base da conversa, sem trapaças imagéticas. Seduzíamos as garotas na ficção do teclado e aos poucos liberávamos os dados aterrorizantes: barriga, cachaça e pobreza. Bons tempos aqueles.
O que eu gosto mesmo é de uma boa mamada na vara, feita pelas meninas da casa de massagem de Madame Angela.
Ah, Xico. Sou que nem você: amante a moda antiga. Se eu não fosse compromissada eu ia fazer de tudo pra gente se conhecer. Mas cara a cara.
Vou comprar celular novo só por causa do tinder, ele é muito prático pois nossa seleção sexual é idêntica dos pavões e também porque é gratuito.
sim, muito prático e objetivo. o engraçado é q o cara não quis a moça na vida real e so na virtual (a mesma). abs
Xico querido, é a tal da “masturbação virtual” conheço um monte de gente assim… um beijo para vc!
esta faltando nas pessoas algo que e maravilhoso, ou seja olhar nos olhos, a paquera propriamente dita, hoje você já não sabe como chegar junto de uma mulher ate porque o homem sempre foi o caçador , hoje ele se tornou a caça.
Salve-se quem puder… Ou ame quem quiser, ou melhor, quem te quiser também. Acho que estamos vivendo numa fase mais ou menos assim. Como li num belo texto no blog da Tati Bernardi “Tinderelas” – “(…) Eu vou ficando deprimida em ver meu amigo chamando amor de ‘cardápio de açougue’…”. Triste eram os amores de verão, hoje os “amores” do Tinder são medonhos. 😉
Chico,
meu amor, sempre acompanho suas publicações e quase sempre me identifico com elas! essa do Tinder caiu como uma luva!
bjs.
Caro Xico,
sempre é bom ler seus textos e refleti-los, pois são sempre atuais com essas “doideras” hodiernas.
Eugênio Pacelli
Chico, na época em que o “cardápio” era mais escasso, as coisas eram muito mais fáceis. A verdade para o ser humano é: quanto menos opções, melhor. Tinder e outros aplicativos do gênero são a meu ver ferramentas egocêntricas.
Perfeito Xico!
A volubilidade das pessoas aliada aos “matchs” é terrível. Deveriam (os) ser mais objetivos, realistas e trabalhar o homofonismo da palavra(mete, rs)! É para isso que servem esses apps.
Farto e Variado este “Novo” Campo, cujas dissimulações mostram-se escancaradas; só ingênuo não percebe… Mas, Caro Xico, tem gente casando, casando mermo… e tem pais (mãe, principalmente) que não tem a menor dúvida de que está NO CONTROLE dos passos dos filhos por estes “Novos” Campos. Como A VIDA é farta, farta de gente que é… que emula!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! AbrAÇÃO, Xico.
Não entendo nada disso.Sou do tempo que puta fazia de tudo,menos beijar na boca,que era reservado só para seu amor.Isso é que é amor verdadeiro.
Hahaha… Isso sim era amor verdadeiro: tirar a puta do puteiro e casar… De véu e grinalda. BONS TEMPOS.