Lea T., te amo em número, gênero e grau*
31/07/14 01:43Sem essa de degustação ou vida gourmet. Deixo ai, porém, um tira-gosto do meu livro novo, coisa de macho-jurubeba, pô!, já nas boas casas do ramo. E dá-lhe jabaculê explícito. A causa é nobre e, como diz meu amigo Juca Chaves, ajude o pobre escritor a comer o seu caviar.
Agora falando sério…
Querida Lea T, viraste mulher e fui o último que soube. Isso não se faz, mas como não te perdoar, se o amor tudo pode?
Perdoadíssima estás.
Mesmo eu tendo que rever esta tua foto aí acima com o maldito fotógrafo Terry Richardson. Mesmo assim. Até o hype está perdoado. Por tua casa, tua nobre causa.
Viraste mulher e fui o derradeiro a tomar ciência…
Já eras a mais bonita brasileira mesmo sem operação alguma. O arquivo vivíssimo deste cronista prova o que disse quando ainda, anatomicamente, eras homem. Não importa o quadradinho que tu preenchas na ficha do hotel: não fere o meu lado masculino, como canta o Pepeu.
Lea, eu poderia ter ido contigo a Bangcoc e segurado na tua mão na hora do mais epistemológico dos cortes. Conheço a Tailândia e poderíamos passear depois. Nós nos divertiríamos como nunca.
Por escrito é a segunda vez que rogo a uma deusa o privilégio de tal sacramento apostólico romano.
Havia pedido, em público, apenas a mão da Luiza Brunet, depois de uma epifania na Flip, em Paraty, onde novamente me encontro agora.
Sei que tens um mundo a teus pés, os modernos de Milão e Londres etc.
Mesmo assim insisto: casa comigo!
Não tenho lá essas posses, mas te garanto casa, comida, roupa lavada e cafunés. Não sou lá grandes coisas, mas junto a ti viro o mais orgulhoso dos machos.
Te beijo na boca em pleno Ba-Vi, nas arquibancadas do Barradão ou de Pituaçu. Depois vamos jantar com o Toninho Cerezo, o sogro dos sonhos, no Rio Vermelho ou derredores.
Saudemos a escritora Simone de Beauvoir, Leazinha. Não se nasce mulher, torna-se mulher, como lembraram, em lindo texto sobre ti, as meninas Bruna Narcizo e Thaís Botelho, na revista IstoÉ Gente – saiba que acompanho tudo sobre a sua vida e obra.
Tu te tornaste a mais bela delas, menina Lea. Este corpo agora te pertence.
Com respeito, admiração e o amor possível, teu noivo platônico, Francisco.
*Esta crônica faz parte d´O Livro das Mulheres Extraordinárias (ed. Três Estrelas).
Xico, só um H-O-M-E-M! pode escrever como vc escreveu com amor pela Lea T, é um orgulho prá mim ler suas palabras!
Abraco de hermano
Imagino, neste momento, que todas as mulheres citadas neste livro, devem ter acordado mais radiantes do que nunca no dia de hoje. Ter seu nome carinhosamente pronunciado envolto por elogios tão sinceros e delicados é alta honraria. São mulheres excepcionais, dignas de tal estima, assim como o autor que nos escreve. Parabéns.
Não terá versão para iPad na Apple Book Store?
Chico, tu matou a pau meu velho.
A melhor prova de que respeito e admiração andam juntos e misturados nesse mundo.
Parabéns pela declaração e me junto a ti.
Ela não VIROU mulher, ela já era mulher antes da cirurgia, porque ela se identificava como tal.
E o corpo sempre pertenceu a ela… enfim.
Qualquer maneira de amor vale aquela
qualquer maneira de amor vale amar
qualquer maneira de amor vale a pena
qualquer maneira de amor valerá.
Milton e Caetano.