Tristeza agora tem fim: 2014 está longe de ser 1950
09/07/14 02:31
Só me resta, para começo de conversa, ser duplamente socrático nesta madruga insone.
Só sei que nada sei, me sopra o Sócrates grego, diante da nossa incapacidade de explicar as coisas pelo futebolês -3×1, vá lá, 7 não se explica nem pela teoria mais decadentista da crise técnica e administrativa do futiba canarinho.
Há tempos o que vemos em campo não representa a brasilidade, arrisca, aqui no meu ouvido esquerdo, de novo, o Sócrates paraense da Democracia Corinthiana. O mais do mesmo que ele mesmo sabiamente nos dizia desde o “Cartão Verde” da Cultura, talvez o melhor e mais reflexivo programa de esportes da tv brasileira há séculos.
Nossas várzeas têm mais flores e cada dia menos meias armadores, repetia este poeta em coro, na noite da Pauliceia, como o mesmo inigualável doutor Sócrates. Ouviram do Ipiranga e da Vila Madalena certamente.
Só me resta agora convocar o Freud de botequim para este nosso banquete platônico: os meninos represaram as lágrimas que ainda haviam para chorar, toda uma Iguaçu, uma Sete Quedas… Não se reprima, não se reprima… Na hora do jogo valeu a trava, a merda, o enfezamento do inconsciente coletivo.
Sim, quero que o Marin, esse capacho da Ditadura, vá para o inferno com toda a cúpula da CBF, afinal de contas foi o cartola mesmo que previu a sua descida aos porões dantescos caso não ganhasse a Copa.
Vade retro, Satanás de rabo, mas os desmandos da Casa Bandida do Futebol, como o Juca diz a sigla, também não explicam a tragédia. Longe disso. A seleção já foi campeã mais de uma vez com coisa ruim ou pior à sua frente. Nem a podridão explica, caro Sigmund.
Recorro também aos pranchetinhas, os entendidos –mesmo- de futebol da nossa crônica. Gastaram todo o estoque de teorias. Concordo com quase todos. Desde a preparação responsável e demorada –seis anos, no mínimo- do exército alemão para tentar ganhar uma Copa. Estão chegando lá, bora ver no domingo.
Mesmo o pranchetinha mais entendido e apocalíptico, porém, reconhece que de sete seria impensável, improvável etc. Sete não passaria da conta do mentiroso.
(Só não invoco o tio Nelson, coitado, cujas frases foram usadas e abusadas até por patrióticas multinacionais de celulares. Deixa o tio Nelson descansar em paz a sua ressaca mais cívica).
Deu vontade de chamar o Graciliano Ramos, gênio da escrita russo-nordestina, mas seria tarde demais. Queira ou não queira já somos pentas isolados pelo menos até a próxima Copa –o velho Graça previu que o futebol, invenção dos ingleses, não daria certo por estas plagas.
Deu vontade até de pegar o mesmo poema do Walt Whtiman que o Geneton Moraes Neto usou no seu documentário “Dossiê 50: comício a favor dos náufragos”.
“Vivas àqueles que levaram a pior!/ E àqueles cujos navios de guerra/afundaram no mar!”
A derrota, porém, ainda está com tintas muito frescas para fazer merecer tal conforto poético.
É preciso ruminá-la, gastar esse fracasso por muitos anos, embora, ao contrário da geração do Maracanazzo, hoje tudo se apague na velocidade de um post polêmico no Facebook ou de um cafuné de Rivotril -aqui não julgo o conforto desse e de outros tantos colos químicos, longe de mim, seu Serafim.
Nem se quiséssemos, por enviesado orgulho de testemunha ocular da história, 2014 seria igual a 1950. Não é mesmo. Nossa dor não é maior mesmo, sinto muito. Never more. Por mais que insista um cronista anacrônico como este que vos chora as pitangas na madruga. Nada mais verdadeiro, sempre, do que a ideia de que os tempos são outros.
Era um retrato na parede, Carlos, e como doía… É apenas um arquivo de selfies e como dói bem menos, digo, como passará bem mais rápido.
Para o bem ou para o mal -mais para o bem, creio eu- não se chora tão intensamente e por tanto tempo como antigamente. Nem no amor e muito menos no futebol.
Concordo com você, Xico. É para o bem que não se chora mais como antigamente pelo futebol.
Viu o artigo de Juca Kfouri, que diz como o Neymar assistiu ao jogo?
http://amarretadoazarao.blogspot.com.br/2014/07/matou-selecao-e-foi-jogar-poquer.html
O Neymar nem merece consideração da torcida, nem é jogador de futebol, é modelo publicitário, é a Gisele Bündchen da Nike
http://amarretadoazarao.blogspot.com.br/2014/07/gisele-bundchen-da-nike-ou-hexacampeoes.html
MESTRE CHICO BELAS PALAVRAS.
PORÉM DEVEMOS SE ATER QUE QUEM SE ILUDE NÃO É QUEM ILUDE.
HOJE O BIG PHIL APARECEU NA TV COM FOLHAS E MAIS FOLHAS DE ESTATÍSTICAS, APRESENTOU PROVAS ROBUSTAS DE QUE NÃO HAVIA UMA ILUSÃO QUANTO AO ESTADO FÍSICO DE SEUS COMANDADOS, ENFIM PROVOU QUE SEUS COMANDADOS ESTAVAM PREPARADOS PARA CONQUISTA DO TÍTULO, PELO MENOS NO PAPEL .
SÓ NÃO CONSEGUIU EXPLICAR A GOLEADA SOFRIDA ONTEM.
COMO TAMBÉM NÃO CONSEGUIU EXPLICAR TER GANHO A ÚLTIMA COPA DO BRASIL PELO PALMEIRAS COM UM GOL DO “ATACANTE” BETINHO.
TAMBÉM NÃO CONSEGUE EXPLICAR COMO UM TÉCNICO REBAIXADO PARA A SERIE B DO CAMPEONATO NACIONAL PODE SER ALÇADO PARA DIRIGIR A SELEÇÃO BRASILEIRA.
ILUSÕES NÃO PODEM SER EXPLICADAS
tanta gente comentando e sem dizer a verdade’ a causa. os caras podem ser bom de bola mas sao fracos emocionalmente. vao seguir defendendo essa choradeira toda do david luiz, thiago silva, oscar e resto de molecada. esses caras nao podrm formar parte de uma selecao. uma copa e coisa de gente grande, qu resolva a parada quando ha pressao. de todo esse grupo os unicos gente gtande foram julio c, paulinho e neymar, o rrsto deve ir pra fogueira.
Xico, fui tão besta que reli 2 livros do Nelson para entrar no clima, antes da copa. Agora você não quer desenterrar o pobre, mas e’ duro não pensar que, em 7 movimentos, em poucos minutos, nosso rabinho de vira-latice foi aparecendo, depois de tanto tempo escondido. A vergonha dos jogadores e nossa, perplexa, pulava na cabeça como “xi, descobriram”. E ja’ esta’ passando, como você adivinhou. Mais rápido para quem, como eu, curtia vinil com musiquinhas e lances do tempo do Feola e viu Pele’ jogar no Santos e Vavá pisando em pescoços de adversários no Canal 100, decerto antes de algum filme de Sissi, a imperatriz: velho tem muita coisa boa de que
lembrar, sobra pouco espaço para bestagem. Abraço!
Cely, lí o seu texto e me chamou a atenção quando você cita Romy Scheneider em Sissi a Imperatriz, o esteriótipo da princesa que todas as mulheres dos 40/50 até alguns anos dos 60, queriam ser, incentivadas pela família classe média idiota (aliás, como é até hoje o classe média brasileiro, que troca o conhecimento, pela vida “revolucionária das engenhocas tecnológicas e pela Disney World”). Esses dias eu estava vendo no canal Arte 1 (canal estritamente de arte), junto com minha mãe de 88 anos e que nos anos cinquenta fomos ao uma matineé ao lado de meu pai e meu irmão assistir a esse filme em um dos 12/15 cinemas que haviam em meu bairro (Moóca, em São Paulo) com lotação mínima de 1000/1200 pessoas. Hoje são supermercados, lojas de qualquer porcaria, ou colocaram abaixo para substituí-los por torres de 8 apartamentos por andar de 66 mts2, com 3 dormitórios, sendo um “suite”, para a distinta classe média que guardam seus carros Cherokees, Hyundai, em duas vagas, pois os projetos mal cabem um celta GM. Não a toa, que as paredes dos subsolos-garagens vivem riscadas. Isto posto, como dizia, estava eu assistindo um clássico de Henri-Georges Clouzot, L’enfer (acho que você lembra ou assistiu) com a lindíssima Romy Scheneider, Serge Reggiani, Dany Carrel, Mario David e Jean-Claude Breacq, onde estupefata mamãe ficou, em dado momento ao assistir cenas explícita de sutil homossexualismo, pois a nossa Romy acaricia com olhares de desejo, a sua amiga o personagem de Dany Carrel (aliás, outro lindo exemplar da beleza feminina do cinema europeu dos anos 60) Marylou. Minha mãe, não é de todo uma mulher inocente, mas aquela Sissizinha era a sua princezinha do mais recôndito lugar de seu inconsciente coletivo, pois mamãe sempre foi uma plebéia de muito dignidade ao lado de meu pai um metalúrgico, sindicalista (não nos moldes do lulismo), mas que deixaram pra mim e meu irmão, os seus mais íntimos e preciosos volares de civilidade, cultura(desde de criança)e conhecimento. Mas como todo ser vivo, tem o seu lado lúdico e sonhador, ela não era diferente das demais mulheres de seu tempo. Venerou Rita Hayworth, Lauren Bacall, Brigitte Bardot, Liz Taylor, Gina Lolobrigida, Sophia Loren, e tantas outras. Quanto ao Vavá, ele pisava no pescoço, porque não tinha técnica suficiente para jogar como centroavante, se glorificou justamente pelo lado da imprudência, do esforço vigoroso, ao contrário de Almir Pernambuquinho, que tinha além da truculência, técnica, habilidade e inteligência. A truculência ele exercia fora das 4 linhas também, que, como conta a história, era mais fora das 4 linhas do que dentro delas.
A tristeza vai durar enquanto na fatura do cartão persistir a prestações
camisa da seleção.
Além do placar de sete a um, no futebol, temos que amargar mais um sete a um:
sete por cento de inflação e um por cento de PIB. Não é fácil!!!!
Xico, desculpe, mas no Redação notei você meio pacheco. Talvez pelos ares globais.
Portanto, admirei esse texto.
O Brasil seguiu na copa porque enfrentou adversários igual ou um pouco pior que ele.
Único adversário de peso, antes da Alemanha, foi a Croácia que foi prejudicada pelo juiz japonês. De resto, o Brasil simplesmente jogou essa copa do mundo como se estivesse disputando a Copa América. O Time foi fraco em todos os sentidos, com ressalva ao Neymar.
O treinador não introduziu nada de novo na forma do time jogar, era um bando correndo atrás do adversário, vide o jogo contra a Alemanha. Acho até que foi longe demais nessa copa.
Xico eu não chorei, porque não sei chorar……. Lá pelo quarto gol da Alemanha eu já estava curtindo com a cara dos patéticos jogadores e comissão técnica dos canarinhos. Se não fosse pela zueira que vamos sofrer agora pelo mundo afora, até que seria divertido. E olha, vai se preparando porque o hexa não chega nem nas próximas 3 copas. Ah coitados.
Do quarto gol em diante, só conseguia rir da palhaçada do circo dos horrores que o Brasil “fuleco” se tornou! Nem a Alemanha merecia jogar uma semifinal com um time tão medíocre!
Xico Sá, obrigada pelas palavras sábias!
DANKE, DEUTSCHLAND!!
Obrigado Alemanha!!! Foi necessária aquela surra antológica na Copa do Mundo do Brasil para enxergarmos o quanto estávamos mal preparados. O quanto o nosso técnico era obsoleto. A partir daquele momento entendemos que um jogador, para poder vestir a nossa gloriosa camisa amarela, principalmente em Copa do Mundo, tem de ter absoluta consciência de que não é permitido apatia, tampouco cinco minutos de “branco”. Diante de tamanha humilhação fizemos a tão necessária assepsia na CBF. Limpamos, expurgamos, exorcizamos. Todos os dinossauros foram devidamente fossilizados. Foi preciso nos recolher para nos fortalecer. Investimos seriamente na base, melhoramos nossos campeonatos, moralizamos e saneamos os nossos clubes. Sempre soubemos do nosso inquestionável potencial de talento. Nos quatro cantos deste gigante Brasil, a bola sempre foi o principal objeto lúdico de crianças e marmanjos. Sempre foi ela, Sua Majestade A Bola, reverenciada e respeitada. Mas foi apenas depois do dia 8 de julho de 2014 que recomeçamos a nossa trajetória rumo ao nosso verdadeiro lugar de protagonista. Graças ao vexame e ao escárnio. E todos nós sabemos que você, Alemanha, nem imaginava a eficácia daquele tapa em nossa cara. Por tudo isso: DANKE, DEUTSCHLAND!!
A Copa dos 7×1 terminou. Lamentável mesmo será sua ausência na tv! Tragédia anunciada, buá!
Chorei muito em 82 .quando a geração talentosa de Zico,Socrates,Falcão,Junior,etc perdeu pra Itália,na copa da Espanha.Não gastei uma lagrima sequer,por Hulk,Fred,Fernandinho,Maicon e outros perebas.Não mereciam. É fácil agora dizer que a culpa é minha,mas a alma do torcedor sendo escrachado por todos,como fica? Me veio a mesma dor ,de quando meu Santos tomou de 8×0 do Barcelona.Por fim precisamos varrer estes canalhas da historia atual do Brasil,personagens sombrios do período mais negro do nosso país.
Eu acho que o surrealismo do que aconteceu ontem me anestesiou. Se tivéssemos perdido por um placar apertado, se tivéssemos empatado mesmo após a prorrogação e perdido por um pênalti batido para fora na última cobrança, eu teria chorado e chorado muito. Teria ficado arrasada. E tenho certeza de que veríamos visto, como vimos para várias outras seleções durante a copa, jogadores inconsoláveis chorando estirados no gramado. Mas não. O choque foi tão grande que ficamos perplexos, anestesiados, de olhos secos. Eu sou chorona. Choro em filme, choro lendo livros, choro vendo outros chorarem, choro quando estou sofrendo. E isto para mim é um alívio. O choro intensifica a dor, mas depois que passa, lava a alma, acalma e me esvazia. Mas ontem eu não tive vontade de chorar. E agora, o que é que eu faço?
Xico, não vou lhe puxar o saco, quanto menos lamber-lhe as bolas. Obrigado pelo seu compartilhar de ideias. Espero que meu texto longo não te encha o respectivo saco. Abraço caro amigo.
SÓ AS CRIANÇAS PODEM CHORAR.
Vivemos na busca contínua por um herói. Um jogador de futebol de origem humilde, um juiz negro, um presidente metalúrgico. Alguém vindo do chão mais duro, da selva mais violenta. Algo que nos tire o sufoco do peito, alivie nossas mazelas, derrotas, lutos, vergonhas. Como vivemos bem na esperança. No confortável do amanhã, no tranquilo do “daqui a pouco”. Melhor: torcemos por tudo isso. Para tudo mudar num dia de sol e praia, para ganharmos na loteria, para o feriado cair na quinta, para a corrupção acabar, para o menino não roubar. A verdade é que torcemos a realidade. Pois, por aqui tudo abunda. Terra, povo, céu e mar. Sobra-nos o que falta no mundo. Natureza e sorrisos. Risos e mais risos para todos que nos visitam menos para nós que, desta vez, não iremos para casa – estamos nela. E, talvez, pela falta dessa longa e penosa viagem de volta, possamos aproveitar para parar de reclamar, xingar, choramingar. Afinal, não sabemos o que é chorar de verdade. Países em guerra choram. Tsunamis choram. Terremotos choram. Mulheres subjugadas choram. Choram os que não tem qualquer esperança. É por essa falta de qualquer noção que somos uma nação de pedintes. Pedimos proteção aos santos, anjos, divindades. Pedimos ajuda desse Deus naturalizado. Pedimos para o dólar baixar. Pedimos para esquecer. Talvez, fosse melhor trocar todo esse nosso verde por um belo tapete capaz de abrigar tudo que varremos e queremos esconder. Deveríamos sim, erguer essa cabeça e lembrar que futebol não paga conta, não resolve problemas, não gera empregos. Gera dívidas e motivos para que continuemos a falar, discutir, teorizar, explicar, indagar. Deus ajude!Viu? Como bom brasileiro já estou aqui pedindo, torcendo, orando. E agora, um minuto de silêncio pelo falecimento do sonho do hexa. Pronto, agora, cantemos o hino à capela.
Emille Kisar, um dia depois da tal “catástrofe”.
Grandioso!, Xico, meu caro! Em proporções extremamente hiperbólicas – pra acalorar a polêmica nossa de cada dia -, digo que sequer houve sofrimento. Ora, cá entre nós, grande copa, que certame; a melhor da história do Universo! Mas já sabíamos que essa não era a grande seleção tupiniquim. Digo com base no famigerado e científico “empirismo de boteco” (visto que ainda estou alcoolizado pela algazarra pós-jogo) que o próprio cidadão brazuca tinha fincado, nos sertões do inconsciente, que essa seleção não era das mais imponentes; daquelas que nos causam e criam expectativas que, alfim, se esvaem com uma bela de uma decepção. E concordo, meu veio: sumamente, em tempos de Vila Madá e calorosas ruelas cariocas, selfies evanescentes (quais amores) etc etc, não há sofrimento borbulhante, brascubista… ratifica ou retifica, fellow?!
Xico, nosso problema é muito maior. Nosso Brasileirão tem uma qualidade péssima assim como os Estaduais, a CBF escolheu errado o Mano Menezes e no meio do caminho veio o Felipão que fez um bom trabalho, ganhou as Confederações, essa seleção tinha uma dependência grande de Neymar, e quando o gênio não joga os caras ficam completamente perdidos em campo. Foi uma Copa muito linda para o futebol, vimos Argelia quase vencer Alemanha, vimos o bom futebol de Colombia, Costa Rica, Mexico, Gana, Chile. Essas seleções fizeram o que a nossa nao fez: planejamento de longa data, disciplina, muito treino. Pra mim iremos perder 2018 também.
Bela crônica, mas não sei se pra quem gosta e é aficcionado por futebol como você, eu e tantos outros milhões de brasileiros isso se apagará na velocidade das redes sociais. Eu dormir e acordei várias vezes essa noite, sonhei até com um Flamengo x vasco num Maraca lotado, eu que sou rubro-negro de alma e coração, mas ontem era um brasileiro desolado a cada gol da Alemanha. Sabíamos que o time canarinho era limitado, com um técnico obsoleto e ficamos sem Neymar, mas nós sempre acreditamos. E eu te digo, Xico, não sei se vou conseguir esquecer. Abraços
Prezado Xico,
Esta derrota faz-me esquecer aquilo que não vi, mas ouvi. Nesta religião que impregna a alma dos brasileiros, que é nada e tudo, perder para Uruguaios jogando bem, num gol achado, é doloroso. Mas ainda éramos os caras.
Mas 7, parceiro? Numa semifinal de Copa Mundo? O time parecia desarranjo intestinal causado por caldo de sururu estragado! Esta derrota expõe que não somos os caras, que sequer conseguimos nos defender, que dirá jogar bem! Sério, estou esperando que os Paraguaios, inflamados por nossa derrota, imvadam nossas terras para se vingarem do genocídio que promovemos contra eles!
É difícil digerir esse 7, mas o Brasil precisa desse “Acorda Brasil”… Estamos vivendo momentos dificieis na saúde, educação,justiça,política,segurança, trabalho.. O Brasil quase parou neste último mês , a indústria está quebrando, pagamos a maior carga tributária do mundo e temos o pior retorno dessa fortuna que entram nos cofres públicos. Vimos que quase nada ficou pronto para essa copa, mesmo assim parecia que o pais estava anestesiado iludido que se fossemos hexa tudo ia ser maravilhoso…..o efeito anestésico passou e temos que acordar para a realidade.. As eleições vem aí… esse vai ser o momento do show …
Qual show se a corja de políticos independente de partido é a mesma. Se fossem diferentes teríamos algumas cidades e estados muito bem já que nem todos são administrados pela mesma sigla de partido. Com todos os recursos disponíveis nenhuma das doze sedes fez grande coisa além das arenas e estas sedes eram administradas tanto a nível estadual como municipal por partidos diversos incluindo aqueles se dizem hoje totalmente capacitados a resolver as mazelas do Brasil.
hoje é tudo mesmo assim efêmero, na tristeza ou na alegria, só vale a hora do selfie… de preferência na alegria… como as plateias (torcidas?) dos jogos durante a copa… esperando o momento de
aparecerem no telão do estádio e nas tvs do mundo inteiro com suas caras pintadas (acho agora q tudo começou no fora collor…). meros 5 segundos de fama! e basta! mas, na alegria e na tristeza… no amor e no futebol… na máquina de moer carne do mundo real… qq sentimento passa rápido… como diz o poeta anão morto: tudo passa, tudo passará…
Acorda brAZil, sempre precisando que alguém de fora nos mostre como somos “MEDÍOCRES EM TUDO QUE FAZEMOS”
Fiquei na madrugada insone aguardando o seu texto…
Foi dificil de dormir xico sá…Tive febre assistindo ao jogo….Olha que sou torcedor do Bahia desde a infância, portanto, conheço bem a dor de cotovelo do futebol.
Depois da ressaca pelo dia de ontem, tendo só bebido água mineral (ainda bem que é feriado em São Paulo), fiquei até tateando a cabeça pra escrever alguma coisa no meu blog. Mas como fazê-lo de pois de ter lido teu texto? Melhor compartilhar suas palavras que expressaram o que eu sinto sem que eu tivesse percebido isso antes de lê-las.
Eu não to nem perto de ter visto a copa de 50 meu caro Xico. Mas lhe digo que estou sofrendo verdadeiramente, sem ironia de selfies ou tuítes. A noite foi péssima, uma sensação de catarse ao contrário de tragédia grega em arena brasileira. A dor é grande. Nunca vi isso na minha vida!
Xicosá, Xicosá, crônica espetacular, pra variar. Da mesma forma que a fome é o melhor tempero, a frustração parece funcionar como um combustível também, né? Aquele jogo de ontem foi para desmentir quem dizia que aqui no Brasil não tinha terremoto, não tinha tsunami… A todo instante vinham-me à mente imagens daqueles documentários do Discovery: tubarões caçando cardumes de sardinhas de forma organiza e inclemente.
Por mim, posso dizer que, mais que sofrendo, estou aliviado porque, de certa forma, o Mineirazzo era necessário. Precisamos parar de pensar que está tudo bem, que agora somos os tais em tudo, que os europeus e americanos estão quebrados e que agora “é tóissss”. Deus é contra a guerra, mas fica do lado de quem atira bem, já disse um sábio. Bora trabalhar. Planejar. Com seriedade. Com objetivo. Só assim se chega a algum lugar…
Por outro lado, a beleza do esporte é esta, e é por isso que devemos levar as crianças a praticar: o esporte te ensina que um dia você sai vitorioso e no outro, é derrotado. Num dia você conforta o adversário e no outro é confortado. Ensina a cair e a levantar. Ensina a trabalhar em grupo, a ter respeito pelo colega e lealdade ao adversário. Se ao menos pudermos perceber, absorver e introjetar isso, meno male.
Por fim, o que que aquele filho de chocadeira, aquele capacho da ditadura, aquele batedor de carteiras e ladrão de medalhinhas está fazendo na presidência da CBF? Como apear o gângster de lá? Vamos começar a pensar por aí?
Prezado Xico,
Sem dúvida você é brilhante, talentoso, realista (fantástico?) e poeta. Porém, amigo, em tudo que há de errado no Brasil sempre dar uma cutucada na “ditadura” é algo meio patológico. Olhe, a nossa turma da esquerda sempre acusou a “ditadura” de usar o futebol como instrumento de manipulação política. Pois, agora, mai uma vez, “julgou-se os outros por si mesmo”, pois nada pode se comparar a o que este governo tentou fazer desta copa e, mais grave, gastando tubos aos bilhões para tentar se manter no poder com este tipo de “link” nefasto. Esses personalismos neymarianos (o que foi aquilo do hino com os jogadores com a camisa do Neymar? “xamanismo urbano”?), estragam o que de belo e profundo pode haver no próprio Neymar. Perdemos para nós mesmos ao não prever o quanto a Alemanha sabe jogar futebol e perderemos muito mais se não entendermos que nos 1 X 7 há uma mensagem que Deus nos passa: do que abismo há entre o Brasil e a Alemanha na política, na economia, na educação, na segurança, na saúde, na psicologia e na auto-crítica histórica. Vamos aprender isto também…perdemos prá gente que se organiza, reflete e faz auto-crítica e não crítica apenas….que trabalha e não “fiscaliza” intransitivamente as coisas… perdemos por sermos arrogantes, soberbos e supersticiosos (o que mais o Felipão e o Parreira podiam ser, se não a idéia “talismã”…o Zagalo só não estava por estar de “atestado”). Autocrítica, humildade, trabalho…Viva o Brasil e graças a Deus pelo 1 X 7, desde que não vire crítica, arrogância e malevolência. Parabéns Xico, você é gênio da raça, mas também, mesmo a você, pode ter bons frutos no 1 X 7. Bora trabalhar a nós todos…
mas num cutuquei so o resquício autoritário nao,amigo, falei da crônica d costumes do sofrimento de selfie e facebook, so empacotei tudo na mesma oportunidade, como o pacote de abril, meu caro,se é q vc me entende. abraço e gracias pela leitura atenta.
Claro que entendo meu amigo… sem dúvida o texto é muito mais amplo e legal que o ponto que “critiquei”…. apenas aproveitei para te “pedir” meu amado compatriota: vamos tentar crescer como país com esta “lição”… e você, mais do que ninguém, sabe que não se deve abusar na ingenuidade genial do povo brasileiro…nossos defeitos poderão ser nossas virtudes….mas vamos precisar trabalhar duro. Aliás, meu querido, você tá trabalhando muito…escreve, comenta, responde, poeteia, historia e estoria…vida longa meu mano da “pátria amada de chutarias” (não deu prá resistir ao nelsismo)….abração
Pelo q os sobreviventes d 1950 dizem, fora a cidade do Rio de Janeiro ninguém ligou mto p/a Final daquela Copa, qto mais para a Copa em si. Outra época, outras cabeças, as distâncias etc et… c
À parte q perder d 2 X 1 pro Uruguai à época (mais do q hj), não era exatamente o “vexame” ou o desastre q foi miticamente construído pela imprensa esportiva do eixo Rio-SP ao longo do tempo, dos anos seguintes, mito paradoxalmente reforçado pelo contraste das conquistas da geração seguinte.
boa reflexão,amigo.Acabo de voltar por um longo rolê nas ruas do mesmo Rio q chorou a noite inteira em 50… não vi sequer uma selfie triste de uma gostosa da Lapa ou de Copacabana. abraço
O tombo de 1950 foi muito grande, afinal precisávamos apenas de um empate, estávamos ganhando e acabamos perdendo. Foi inacreditável. Ontem não deu nem tempo de começar a torcer.