Caso com vadias, me divirto com santas
24/02/14 01:48Caso bem direitinho com a vadia e chumbrego bem erradamente com a suposta santinha…
Supunhetemos que, de tão suposta, como no nosso noticiário da imprensa burguesa, a suposta santa seja o seu contrário, como é de costume.
Donde a puta, supostamente, seja a santa.
E vice-versa.
Supunhetemos que… Eis o verbo. O condicional preciso, na mosca indecisa do seriado “Agente 86”, quando o inseto expressionista posa num quadro em branco e nego jura que é parte da arte. Aí foi inventada a crítica moderna.
Um engradado de Pitu para quem lembrar desse episódio do “Agente 86”. Coisas da Guerra Fria, baby!
Supunhetemos que…
Não me leve a mal, vou beijar-te agora, já é Carnaval…
Calma, valente, devagar com a marchinha da história.
Aqui é crônica de costumes, tenho a manha da picaretagem. Deixa comigo, sou o Walter Benjamin do Crato, porra.
Não queria voltar ao assunto…
Mas como ouvi um papo troncho ontem em um vôo Rio/Belo Horizonte, volto a um velho tema, data vênia, me perdoem aqueles(as) que estão cansados dessa caduquice aqui didaticamente repetida.
A prosa, pasme, era exatamente esta: mulher pra se divertir; mulher para casar. Pense em um tema triste e envelhecido em barris de caretice, amigo!
Os mancebos voltavam de uma farra em blocos de rua da folia pré-momesca carioca.
Acho necessário repassar a lição para estes moços, pobres moços. Aqui vai não uma aula de educação sentimental, aqui vai quase um Mobral sentimental, de tão primário:
O mundo evoluiu muito nos seus modos de macho e nas modinhas de fêmea. Infelizmente, porém, ainda tem um magote de marmanjo que teima em seguir na vanguarda do atraso. Só tem!
Repare que ainda existe, amigo, homem que ainda diferencia mulher pra se divertir e mulher para casar.
Trata-se, com todo perdão pela sinceridade, de um meio homem. Faz tudo pela metade. Nem casa direito e muito menos se diverte. Sem se falar que, nesta escolha, já inscreve a sua candidatura automática ao rol dos cornos.
Ora, amigo, a mulher completa tem, na mesma cabeça, um pacto com a santa e um pacto com a rapariga. É essa mistura que dá a graça.
Que me perdoem, pela fúria, esses meio machos, mas não existe essa conversinha da fêmea apenas santa ou da fêmea totalmente vadia.
Que tal o contrário, amigo, eis o recurso do método: se divertir com a que julga para casamento e casar com a que vês como ficante? Já experimentei. Funciona.
É isso ai. Caso com a mulher para se divertir; me divirto com a mulher para casar.
Bobagem, meu caro, onde enxergas a suposta virtude matrimonial, pode ter o maior rock´n´roll.
Que garantia queres, rapaz? É o medo atávico e ancestral do chifre?
Nessa hipótese do medinho de macho, não seria melhor casar com uma “vadia” (e tome aspas para o termo, colegas!), que já se divertiu muito na vida e teve muitos homens na cama?
Acompanhe meu raciocínio machista, amigo: esta mulher, teoricamente, teria menos curiosidade sobre outros vagabundos. Não acha? Muito melhor do que uma santa do pau oco.
Persistes no medo? Sei, temes que ela cante no teu ouvido aquela do Chico, “Olhos nos olhos”: quantos homens me amaram bem mais e melhor?
Ah, corta essa, meu velho, toda mulher é santa e puta. São as suas duas capacidades mais bonitas. Nem a ciência sabe onde começa uma e termina a outra. Misteriosamente elas mudam a voltagem, quando menos imaginamos.
Para tanto, porém, tem que ter merecimento. Não podes ser meio homem e ficar cheio de “ah eu tô confuso”, digo, “eu tô cafuso”, como satirizava o Didi Mocó das antigas.
Agora com licença que eu vou ali casar com uma mulher certa e errada em Araxá, onde estarei hoje em bate-papo com estudantes, e volto já.
“Que vivan los estudiantes / Jardín de nuestra alegría / Son aves que no se asustan / De animal ni policía”.
Gracias a la vida e até a próxima inviável crônica.
Xico, foi muito feliz ao falar de nós Mulheres! Se te conhece, me casaria com você!risos
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xico, meu guru do crato
já tive com muita santinha do pau oco…
e é por essas que hoje prefiro as que são o que são, tem um papo reto e sem curva, não tem medo de dizer ao que vieram e não se escondem numa pseudo hipocrisia…abaixo as mascaras da falsidade e da moralidade…
sejamos verdadeiros com os nossos sentimentos e vontades…
abraços velhinho
Engraçado. Conhece inúmeras meninas que nunca casariam com um cafajeste. Esse pensamento ai nao eh exclusividade masculina nao.
Como dizia o velho Juca Chaves:”A melhor mulher do mundo é aquela,que é uma dama na sociedade e uma puta na cama, A minha não pretava, porque era justamente ao contrario”…rsrsrsrsrs…..Grande piauiense, onde é o cú do mundo, segundo ele, hein!
Chico,
Já fui a santa, a mãe e tantas que se encaixam na verdade comezinha que escolhi para mim, nesse cotidiano sem grandes opções, mas a outra é quem sempre aponta na direção oposta e faz-me um convite irresistível para quebrar padrões destrutivos e amorais dessa sociedade hipócrita.
Há uma “Madame Bovary” nas minhas noites insones, na sutileza dos passos que eu não dei e nas saudades – páginas em branco – do que eu nunca vivi… Sou plural!
Escrevi sobre isso no meu blog Xico qdo ouvi a mesma baboseira de um marmanjo. De uma olhada :http://www.blogdataninha.com/2012/10/a-melhor-opcao.html?m=0
Bjs
Escrevi sobre isso em meu blog Xico depois de ouvir de um marmanjo a mesma baboseira. De uma olhada http://www.blogdataninha.com/2012/10/a-melhor-opcao.html?m=0
Bjs
Ah, e pra trilha sonora da tua crônica, prefiro “Folhetim”. Menos óbvia…
beijoca!
“Ó anjo que me guarda, não precisa me guardar…
Ó anjo que me guarda, hoje eu não vou vadiar…”
Amanhã eu já não sei, mas é segredo guardado na intimidade do edredon! hehehe…
Caro
Você é bem descolado e admiro sua capacidade de transitar por motes tão diferentes com certa propriedade e muita inteligencia. Porém não gostei da afirmaçao toda mulher e santa e puta… Puta meu amigo é uma categoria especifica, que se voce fizer a gentileza de ir até o Aurelio verá que é mulher que faz sexo or dinheiro… Nada contra a profissão, porém eu mulher nunca exerci.. Trabalho, ganho meu dinheiro e não gostei nenhum pouco desse balaio de gato que você fez.
Vão dizer – ah mas você não entendeu que foi só no contexto, mesmo assim existem outras palavras para contextualizar a sua tão bem intecionada prosa de hoje.
Olha Malu, eis abaixo a definição do Houais para a palavra “puta”:
2 qualquer mulher lúbrica que se entregue à libertinagem.
Com base nessa definição, acho que o termo foi bem empregado. Mas daí o problema já pode ser do Houais, né? Talvez no Aurélio seja diferente mesmo.
Esses meio homens não acharam “A Mulher” certa, pois no momento que acharem, pouco importa ser ela “santa” ou “vadia”. Aliás, como bem disse alguém que não me recordo, pouco importa quantos homens a mulher já teve, o que me importa é ser o último que ela terá. O resto é conversa de meio macho inseguro…
Bingo!!
Parece que se permitir a ser moderno é permitir “libertinagem”. Os homens no mais profundo do seu âmago ainda são muito machistas, por mais moderninho, descolado e “resolvido” que pareça! Bjo xico
Xicosa você é o máximo!!!
Essa é a mágica que me fascina nas mulheres….
Tô de acordo, Xico. Se tu não vadiar com a “santa” ela vai por curiosidade talvez ou necessidade com certeza, vadiar com os “putos”. A intimidade do casal só a eles pertencem. Abaixo os “cabeças pequenas”.
Casa comigo xico kkkkkk posso ser quem Vc quizer
Que texto incrível! Escrevo também mas não tão bem assim, quem me dera escrever assim!!!!!!!
Se uma nunca tem sorriso
é pra melhor se reservar
e diz que espera o paraíso
e a hora de desabafar.
A vida é feita de um rosário
que custa tanto a se acabar
por isso ,as vezes ela para
e senta um pouco pra chorar.
Que vida! Nossa pra que tanta conta,
já perdi a conta de tanto rezar
Se a outra não tem paraíso
não dá muita importância ,não.
Pois já forjou o seu sorriso
e fez do mesmo profissão
A vida é sempre aquela dança
aonde não se escolhe o par
Por isso as vezes ela cansa
e senta um pouco pra chorar.
Que vida! Puxa ,que vida danada
tem tanta calçada, pra se caminhar.
Mas toda santa madrugada
quando uma já sonhou com Deus
A outra triste enamorada,
coitada, já deitou com os seus.
O acaso faz com que estas duas
que a sorte sempre separou,
se cruzem pela mesma rua
olhando-se com a mesma dor.
Que vida! Cruzes ,que vida comprida
pra que tanta vida ,pra gente desanimar.
Esta musica chama-se Umas e outras,onde o Chico compara a trajetória de uma freira e de uma puta. Deu o maior bafafá na época. Não existe gente mais encrenqueira ,que estes tais de Franciscos, né?
Se sua crônica tivesse fundo musical, talvez fosse Pagu na voz de Rita.
Ri, amei, pensei…
“O que é que eu quero
Se eu te privo
Do que eu mais venero
Que é a beleza de deitar”
belíssima lembrança,Andrea. trilha total.beijo
Oi xico ! Me diverti muito lendo ! Fui lendo indo pro caminho da faculdade , nao desgrudava meus olhos do celular, quando quase fui atropelada, e isto em particular não foi nada engraçado, bjs !
Ah Xico, obrigada por partilhar conosco tanta sabedoria masculina rs se um desses “meio machos” entender algo do que você diz aqui uma alma será salva rs te amo!
é por isso que cada vez mais, as mulheres acabam cedendo aos encantos de outras mulheres. peru, tem de silicone…..