Só os fortes têm o privilégio da recaída
20/02/14 01:45Carolina, nos teus zolhim tristes guardas tanta dor…
Carol, minha amiga, leitora desde quando eu ainda tinha cabelo, implora: me fale se tem alguma estrátégia contra os males da recaída.
Digo eu: desista.
Só os(as) fortes têm o privigélio da recaída. O resto é auto-ajuda.
Você já passou por isso?, ela pergunta. Risadas ecoam sobre Copacabana.
Digo: viver é um Lázaro ao contrário: cai e rola na grama ou na lama. Raramente acontece o milagre bíblico do “levanta-te e anda”.
A recaída é necessária. Humaníssima. Cair de novo, pegando ao pé da letra, talvez seja o sentido da existência. Menos para quem acha que viver é um sucesso ou uma falsa felicidade permanente. Essa gente que mente que o cu não sente, como diz minha mãezinha querida, mantras da minha terra.
Viver é o mito de sifu, digo, Sísifo, fino e fofo Albert.
A leitora implora. Publica alguma coisa. Nem que seja uma crônica antiga –ela manja que sou o rei da reciclagem, da ecologia do texto, perdendo nisso no Brasil apenas para o meu Deus-mor Nelson Rodrigues.
No que busco no baú de ossos e ofícios, meus caros amigos Pedro Nava e Marcelino Freire, alguma tese sobre o asunto.
Encontro, claro, já escrevi sobre tudo desde que deixei de ser um sério repórter de política e resolvi investigar o que mais interessa: a humaníssima capacidade da gente se lascar no amor ffeito maxixe em cruz.
Agora falando sério: a recaída. Poxa, você acha que está inteiro(a) de novo, que já viveu o luto, que está pronto para outra(o).
Mas que nada.
Você pega um táxi.
Toca uma música qualquer.
Qualquer uma.
Um Roberto Carlos ou um Leonardo Cohen. Um Chico Buarque ou um amado Bartô Galeno, que é a mesmíssima coisa –“no toca-fita do meu carro, uma canção me fez lembrar você…”.
Qualquer música, pianista José, qualé a nota, diz aí, velho Pablo, canta para nosotros.
E esta música, mesmo sendo a mais bela ou a mais vagabunda, trata-se, inevitavelmente da sua biografia completa naquela hora.
Toda canção, na hora de algum sofrimento verdadeiro, conta a sua história de vida. Uma canção triste na madruga é sempre uma biografia não-autorizada.
No rádio do seu carro ou no radinho fanhoso do porteiro, no bar do Zé, quando eu tanto amava minha falsa magra do Catete, ou na madruga do Galeto Sat´s em Copacabana.
São os perigos da recaída na madruga.
Você vai ligar pra ela.
Gastar a última ficha.
Você vai ligar pra ele.
A última narrativa possível.
Puerra, você berra, borracho(a), em portunhol selvagem. Puerra, estava tudo tão, aparentemente, bem resolvido(a).
Nem chega a ser surto. É algo assim mal-passado na chapa quente do juízo: “Ah, mas ele(a) vai ter que ouvir agora!”
Você tem algo mal-digerido nas oiças e no coração perdido. Comassim?
Ele/ela acha que é tão simples partir pro outro lado da força.
Né não.
É pesado.
Eu não te mereço um caralho.
Você é muito boa para mim uma porra, de novo e de novo a mesma ladainha, quem manda ligar nessa apagar das luzes!
Enfim, tudo, aparentemente, havia chegado ao fim, com uma certa civilidade falsa e babaca, e você, a caminho de casa, nessa madruga, pensa “que merda”, como pude, como pude aceitar tudo isso, não, ele(a) vai ouvir agora tudo que merece.
Lupicínio nele!
A lindeza de reconhecer que amor (paixão, vamos lá!) não come da ração cachorra da civilidade.
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Não é que eu queria revirar um sentimento revirado, mas toda vez que eu procura uma saída acabo entrando sem querer na sua vida….
Acho que não são só músicas que tocam em hora errada, alguns textos pipocam na nossa frente quando a gente menos precisa de um “tapa na cara” … quase envio para a pessoa dar uma lida …
Ótimo texto!
Meu Guru: para uma recaída, como informa o folclore brasileiro “para um pé doente há sempre um chinelo velho” (Aluizio Azevedo – O Cortiço)
“A lindeza de reconhecer que amor (paixão, vamos lá!) não come da ração cachorra da civilidade.”
Uma das frases mais geniais que já li.
Nossa… numa manha de sabado vejo dialogos ,poesias conversas sobre o desconhecido, ora chamando de amor, ora chamando de tristeza, agonia ,alegria, ansiedade, plenitude, auto ajuda, não ajuda, tudo percepição da vida, do desconhecido. do não saber decodificado pessimamente e por mim que nem sei escrever portugues direito, não sei nem
onde ficam as teclas.
Xico, sendo uma coisa boa ou não, verdade é que só você consegue me prender nos textos escrevendo tão arretadamente. Sou nordestina, não grite comigo. Mas devo dizer que é tão bom que estou voltando (depois de muito tempo) ao hábito de navegar num determinado blog todo dia, feito menino curioso, só pra ver se tem algo de novo.
E já tive uma recaída mesmo antes de terminar também. A gente sabe que vai dar merda depois mas mesmo assim vai lá e faz. Sempre aquela justificativa cretininha de pensar “mas é tão bom…” Ah, a arte de se enganar por essa danada!
Beijo grande!
Negue seu amor o seu carinho
Diga que você já me esqueceu
Pise machucando com jeitinho
Esse coração que ainda é teu
Diga que meu pranto é covardia
Mas não se esqueça
Que você foi minha um dia
Diga que já não me quer
Negue que me pertenceu
E eu mostro a boca molhada
Ainda marcada pelo beijo seu.
Eu acho que essa música ilustra bem o seu tema…e para mim não tem melhor música para sofrer caladinho no fundo de um bar, só você e “sua amante” (A cerveja) pensando na ordinária, salafrária, bendita e ETC ( e todos os”adjetivos” carinhosos) da mulher. RSRSRSRSSRS
..eu tenho feito de tudo
pra me convencer
e provar que a vida é melhor sem você.
Mas meu coração ,não se deixa enganar…Chitãozinho e Xororó
oi chico amo vc de paixão . seus comentários são sempre tão precisos e preciosos .adooooro . tantas são as vezes que me pego dizendo nunca mais , ah. nunca mais. até que olha eu aqui outra vez .
xico , acho vc uma gracinha kkkkk adoro os seus comentarios sempre muito interessantes. adooooroooo. bjbj
lindo texto,já tive recaídas antes mesmo de terminar,kkkkkk pelo menos só eu é que sabia que era uma recaída.
desse tipo eu nao tinha visto ainda. bjo
Ah! Você esta vendo só
do jeito que eu fiquei
e que tudo ficou
Uma tristeza tão grande
nas coisas mais simples
que você tocou
A nossa casa querida
já estava acostumada
guardando você
As flores na janela
sorriam cantavam por causa de você.
Olha meu bem nunca mais
nos deixe por favor.
Somos na vida um sonho
nos somos o amor.
Entre meu ,por favor
não deixe o mundo mau
lhe levar outra vez
Me abrace simplesmente
Não fale, não lembre
Não chores ,meu bem.
Esta da Dolores Duran é de matar,tambem
Aí aí…eita Xico, como você é arretado!!! Inunda minhas manhãs com suas sábias e deliciosas palavras…
Gracias, Fernanda. volte sempre.bjo
Xicoooo!!!
“Você é muito boa para mim uma porra, de novo e de novo a mesma ladainha, quem manda ligar nessa apagar das luzes!”
HAHAHAHAHAHAHAA JÁ FALEI EXATAMENTE ISSO!!!!
PÔ!! PARECE QUE DEUS BRINCA DE TRAGÉDIA GREGA COM A GENTE!! UMA MADRUGADA, VOLTANDO DO ESTADÃO, DIVAGANDO NUM TAXI PELO CENTRO DE SAMPA, O DIGNÍSSIMO TAXISTA COLOCA “A HORA DO REI”, NA RÁDIO TROPICAL FM.
PROGRAMA QUE TOCA ROBERTO POR 1 HORA!!! SEM PARAR!!
FOI PRA ACABAR COMIGO, NÉ?! E COM A CAIXA DE ENTRADA DO MOÇO DE TANTA SMS!! HAAHAHAHAHA….TERMINEI NO BIXIGA….COMO MUITAS VEZES QUE RECAÍ HAAHAHAHAHAHAA…
BEIJO!!!
Ah, Xico. Sou muito sua fã. E, realmente, uma recaída é só pros muito fortes mesmo. Mas, melhor que viver a história repetida – e com triste fim – é abrir o coração para os Impressionistas (ou Ilusionistas???) desse Brasilzão. Um beijo!
Adorei a cronica!!!!
Recaída é fogo….
O pior ou o melhor,não sei, é que não aprendemos apaixonamos a vida toda…
Das lembranças
que eu trago na vida
Você é a saudade que eu gosto de ter.
Só assim, sinto você bem perto
de mim ,outra vez…
Esqueci de tentar de esquecer
resolvi , te querer por querer……
Depois do terceiro rabo de galo ,o mais valente dos homens,derrama um rio de lagrimas,ao escutar esta singela melodia.
Essa é pra arrombar.abs
Parei de prestar atenção na aula só para ler essa lindeza… Love you Xico!
E ai, Xico ? Seria o Bar do Zé o famigerado bar do zé de juazeiro?
é aquele ali escondidinho no Catete. o cara é da Paraíba se o espírito alcoolizado não me engana.abs
“Eu não te mereço um caralho.” …Sabia que eu tinha esquecido de falar alguma coisa :/
hahaa.beijo e boa sorte ai
Aaaah, Xiquinho…saber perder também é bonito. Chorar as pitangas no lugar certo ajuda a virar a página mais rápido. Eu como da ração cachorra (cachorrona) da civilidade nessas horas, au au. Mas ficar chutando cachorro morto, tô fora. Não me quer, fazer o que? Lamber rodapé, chorar na cama, fazer faxina. Enquanto isso eu me resolvo com ração de gato e quando menos se espera, outro cachorro aparece. Ibope eu não dou não.
Sim, tem q saber,ter o luto e tudo. mas se rolar uma recaída nao custa um esperneio daqueles! bjo