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Xico Sá

Modos de macho, modinhas de fêmea & outros chabadabadás

Perfil Xico Sá é escritor, jornalista e colunista da Folha

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Se o homem amasse mulher como ama futebol

Por xicosa
23/09/13 00:52

Amor fora de campo: Garrincha & Elza Soares.Foto:EPA

O que aconteceria se o homem, aqui vale o homem normal, a média dos homens -aquele cara simples, tarado por mulher, cerveja e futebol – gostasse tanto da sua amada como gosta do seu time do peito?

Seria uma revolução. Mudaria tudo. Tudo mesmo. Repare:

Para começar, o macho jamais deixaria a sua fêmea. Nunca, never. Homem que é homem muda de sexo mas não muda de time.

Mesmo quando ela se sentisse a pior das criaturas, por baixo mesmo, mesmo quando ela blasfemasse aos céus e se queixasse ao espelho que estava gorda e autoestima despencara.

Muito pelo contrário. Isso seria motivo para aumentar ainda mais o amor e até para renovar a paixão, com garantia eterna de fidelidade, como ocorre quando o time do homem cai para a Segundona do campeonato –“Eu nunca vou te abandonar, Corinthians”.

Se o homem gostasse da mulher pelo menos 50% como ama o seu time, nem uma bola nas costas, uma traição, como uma derrota incompreensível, seria motivo para o fim do relacionamento. No futebol, assim como no amor, tudo seria perdoável.

Se o macho normal gostasse da cria da sua costela como quem aprecia um Flu, um Fla,um São Paulo, um Peixe, um Palmeiras, um Bahia, um Santa Cruz, um Galo, um Grêmio, arranjaria tempo para ir com ela ao cinema ou jantar fora pelo menos duas vezes por semana –no mínimo empataria com o tempo que dedica ao clube.

Apreciasse sua mulher como é chegado ao futebol, o sujeito trocaria pelo menos uma mesa-redonda na tv por um conversa com a dama. Em vez da crise no Vasco, tentaria entender a derrota que virou seu casamento.

Se o Cruzeiro anda tão bem, brilha na dianteira do firmamento, por que não melhorar também, amigo,  a posição na tabela no jogo dentro e casa? Deixar tudo mais celeste, o amor azulzinho em um céu de brigadeiro?

Não sejamos exagerados. Bastaria dedicar 30% do que se devota ao time do peito. Teríamos uma mudança radical na vida dos casais.

Imagina se o torcedor do Goiás, caro Rogério Bueno, cantasse assim para aa namorada, como canta para o time esmeraldino: “Pra vencer tem que ser guerreiro/ Pra te ver sou sempre o primeiro…”

O cara é capaz de morrer por um triunfo do Furacão, do Coxa ou do Sport, o cara chora pelo Botafogo, o cara come toda a água do planeta pelo Vitória, o timbu deixa o lar doce lar para ir sofrer em São Lourenço da Mata…

Se o homem gostasse tanto da sua mulher como gosta do seu clube o domingo seria outro. Quando o time fosse derrotado, ele se confortaria no amor e no sexo da princesa. Não é o que acontece. A desgraça no futebol o inviabiliza na cama. É batata.

No caso da mulher doente por futebol, mesmo uma corintiana, creio que a relação seja outra. Na alegria ou na tristeza clubística, ela é a mesma. Consegue separar o desejo com o amado do placar domingueiro.

Como diria meu amigo Nick Hornby, não há termômetro que entenda o macho e essa febre de bola.

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Comentários

  1. Guilherme comentou em 30/09/13 at 12:54

    No meu caso, acho bom que seja diferente. Palmeirense que sou, já alucinei com as derrotas, que, no século 21 não são escassas, xinguei a tudo e a todos, quebrei coisas e, confesso, a violência se fez presente.

    Com as mulheres, tento ser respeitoso, como elas são comigo. Quando saímos da imbecilidade do macho-alfa, conseguimos evoluir e ser mais parecidos com elas.

    (E, sim, conheço mulheres que são apaixonadas pelo time como você descreveu. Conheci irmãs gêmas, uma da Mancha e outra da Gaviões, que se amam, mas ficam dias sem se falar pelo conflito clubístico.)

  2. Mortadela1 comentou em 25/09/13 at 18:16

    E se as mulheres gostassem de nós como gosta de novela? Sexo oral de segunda à sabado?

  3. sergio barros comentou em 25/09/13 at 17:14

    Quando passas,tão bonita
    nesta rua banhada de sol
    minha alma fica aflita
    eu esqueço até do futebol.
    O nosso grande maestro Antônio Carlos Brasileiro Jobim,dando seus pitacos futebolísticos.Isto é que é paixão nacional.

  4. daniel comentou em 25/09/13 at 16:11

    cara, como vc ta chato querendo ser feminista

    • xicosa comentou em 25/09/13 at 17:03

      e as feministas ainda me acusam de ser machista. estou perdido,amigo.rs.abs. e evite a chatice,nao leia,meu caro

      • Elaine comentou em 26/09/13 at 10:38

        Xico sua alma feminina me encanta.

  5. Freddy comentou em 25/09/13 at 14:06

    Agora faz um “Se a mulher amasse homem como ama dinheiro”.

  6. Josi Pinheiro comentou em 25/09/13 at 10:41

    Chico você é um Lord mesmo!! Eu tenho a sorte de ter um homem desses em meu lar. Sei que é difícil para alguns homens entender tudo isso e equilibrar todos estes sentimentos sem deixar de serem “másculos”.
    Parabéns pela matéria!! Grande abraço

  7. Albani comentou em 25/09/13 at 0:28

    Nossaaaaaaaa, achei o máximo é bem assim mesmo, por isso que o domingo é infernal, mesa redonda,quadrada,retangular,de canto ,mesa de centro. . . E sem falar no horário do almoço, parece que só homem almoça fora pq até os restaurantes ligam em esportes, não aguem nem ouvir a palavra goooolllllllllllllllll. KKKKKK é melhor que ser surda. Ah lembrei de outra coisa , entro no carro e lá vai estádio 97 , affffff. Bjs, boa noite

  8. Sabrina comentou em 24/09/13 at 22:20

    Meu deus nãaaao, ele seria um mala! rs

  9. sergio barros comentou em 24/09/13 at 21:47

    Buceta é bom…pena que venha com mulher junto.

  10. Lívia comentou em 24/09/13 at 19:29

    Meu marido gritaria enlouquecidamente meu nome, pelo menos toda quarta e todo domingo, bateria no peito e até choraria por mim. Até me emociono só de pensar…rsrsr

    • Fábio comentou em 26/09/13 at 11:01

      Muito bom, Lívia!!!
      … ele sairia na rua com uma camiseta que estamparia o amor dele por você, a defenderia em qualquer roda de amigos, e mais, seria o assunto preferido.

  11. Roberto Costa comentou em 24/09/13 at 18:14

    Não existe coisa mais ridícula e falsa do que mulher que gosta de futebol e tem até “time do coração”. Pergunte para qualquer uma dessas o que é impedimento ou a relação completa de jogadores titulares desses “times do coração”. Fala sério. Só o homem tem esse tipo de amor, seja por carro, time do coração ou ambição.

    • Denise Crispim comentou em 25/09/13 at 12:42

      Eu não tenho nem quero ter esse amor doente. Sei o que é impedimento, sim, obrigada e conheço os jogadores do meu time. Mas a minha vida não para porque meu time perde, nem isso atrapalha minha vida. Sou multi-tarefa e sei separar o lugar de cada paixão. E o futebol nunca, jamais, vai ocupar espaço maior que a minha filha na minha vida. O que não faz do meu gosto pelo futebol falso nem ridículo. Ridículo é achar que só a sua maneira de gostar de futebol é a correta.

  12. Neysi comentou em 24/09/13 at 17:47

    Xico Sá você é um cronista da porra. Demais, super criativo. Bela comparação. Quem dera essa paixão fosse realmente na mesma intensidade. Depois do futebol de domingo a resenha continua até a quarta. Qual homem fala tanto assim de sua mulher?

    • xicosa comentou em 24/09/13 at 17:49

      pois, Neysi, vamos equilibrar esse jogo, ne? beijo

      • Francisco Carlos Lima comentou em 25/09/13 at 8:38

        Elementar meu caro Sá: Mulher é sexo, paixão por um time é Amor!

  13. JJ comentou em 24/09/13 at 17:19

    Bem… Primeiro fale por si.
    Não é todo brasileiro que ama futebol, e com seu suado dinheiro mantem essa corja de folgado. Eu detesto futebol e amo as mulheres. Se marmanjo depender do meu ingresso pode começar a cortar cana para sobreviver.

    • xicosa comentou em 24/09/13 at 17:45

      não, amigo, falo pela maioria, mas admiro homens como vc, meu pai Francisco e mais um tanto q desprezam o futebol. Admiro mesmo. abraço e volte sempre

  14. Emiliano Junior comentou em 24/09/13 at 15:52

    Concordo com você Xico. Cinquentão que sou, não perco meu precioso tempo assistindo ou ouvindo jogos de futebol. Prefiro, junto com minha mulher, fazer belas jogadas criativas nos momentos mais loucos da paixão.

    • xicosa comentou em 24/09/13 at 17:45

      a gente vai gostando cada vez menos,ne, meu caro. Tb no na turma do cinco ponto zero.abs

  15. Fernando comentou em 24/09/13 at 15:40

    E eu lá sou homen de deixar de sair com mulher para assistir 10 marmanjos correndo atrás de uma bola? ou gritando por um deles? ou se descabelando por causa de um time!!!? Não sou viado!!!

  16. Acácio Miranda comentou em 24/09/13 at 15:11

    Xico Sá, parabéns pelo belo texto. Concordo que muitos possuem esse comportamento. Entretanto (sem querer ser estraga prazer) já fiz declarações a minha mulher o quanto a divisão do amor com meu time de futebol não existe. Muito pelo contrário, ela só agrega minha paixão pelo esporte e pela nossa relação!! Abraços!

    • xicosa comentou em 24/09/13 at 17:46

      belo exemplo,Acacio.abs

  17. Espanhol comentou em 24/09/13 at 15:06

    Muito interessante sua matéria, realmente muito inteligente nas colocações. Mas é diferente. Amamos nossas mulheres, e muito, mas se você também tem mulher, deve entender que é muito mais complexo o relacionamento, mesmo com todo amor, todo esforço, muitos homens largam até a paixão pelo futebol, largam tudo, e ainda assim não agrada a mulher amada. A comparação foi legal, mas não é para ser levada a sério.

    • xicosa comentou em 24/09/13 at 17:47

      Sim, amigo, tenho uma em casa e sei q é bem mais complexo mesmo. Só quis fazer uma cronica divertida sobre as nossas paixões.abs

  18. angela comentou em 24/09/13 at 14:39

    Essa é uma falsa questão. Homens fanáticos por futebol não escolhem entre mulheres e times porque são aqueles que não conseguem mulheres. Enquanto isso, os jogadores de futebol, que gostam mais de mulheres que de seus times, estão cheios de mulheres ao lado…

    • xicosa comentou em 24/09/13 at 17:48

      esse ponto é interessante: os jogadores sim gostam mais das mulheres do q do seus clubes.bjo

  19. Diego Andrade comentou em 24/09/13 at 13:16

    Sabe Xico, meu amigo (profundo suspiro). Não amamos nossas mulheres como amamos nossos times, pois amar constitui-se em um exercício de pura desconstrução do eu ou como diria Alberto Caeiro (Pessoa) “quem ama é diferente de quem é, é a mesma pessoa sem ninguém”.
    E o que pedem nossos times, se não apenas 90 minutos de uma insana paixão!

  20. celso de carvalho comentou em 24/09/13 at 10:51

    quanto ao amor eterno dos homens a um único time, não dá pra pedir reciprocidade às mulheres: elas jamais aceitariam um único sapato e uma única bolsa. kkkkkkkk

  21. sergio barros comentou em 24/09/13 at 9:23

    Mil vezes ver Catanduvense e Atlético Sorocaba pela serie D,do que sentar pra discutir a relação….

  22. sergio barros comentou em 24/09/13 at 8:57

    Vives na gandaia e queres que eu te respeite
    Quem que te mandou tomar conhaque
    com o tíquete que te dei pro leite
    QUIETA ,que eu quero ouvir
    Flamengo e River Plate…(Chico Buarque).

  23. Felipe comentou em 24/09/13 at 7:59

    Ótima coluna, apenas me preocupa essa coisa monoapaixonada (e limitante) que é o homem. Se o amor ao time fosse devotado às mulheres, quanto amor sobraria aos times, e o problema que isso tudo acarretaria, e a folga que elas têm quando nos dedicamos ao exercício do amor ao time, e a questão publicitária, ah, enfim…

  24. Fábio comentou em 24/09/13 at 7:43

    Xico Sá é um tesouro, um jornalista herdeiro de Nelson Rodrigues: especialista em assuntos de futebol, de relacionamentos afetivos, e de sexo. Sempre bom vê-lo com suas camisas temáticas e comentários imprevisíveis, que o destacam de uma mesmice enfadonha e sem paixão.

    Viva, viva, viva o Xico Sá!!!

  25. Eddie comentou em 23/09/13 at 20:25

    Só uma estorinha pra ilustrar como estou de acordo contigo: sou colorado fanático. Cheguei um dia cansado do trabalho, corri pro laptop pra colocar no futebol (rádio) e jantar ouvindo o jogo, já que eu moro no exterior. Minha mulher me pediu, “vem pra cama depois da janta?” “Peraí, é jogo do Inter”, disse, seco. Cinco minutos depois, estou na cama com ela. E digo: “Amo muito o Inter. Mas tu é minha prioridade, guria!”

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