O dia do Orgasmo e o direito de broxar
31/07/13 15:38Curto datas e efemérides, mesmo as mais malucas. Devo isso, naturalmente, à minha cultura de almanaque, coisa de homens vindo do interior.
Datas como a de hoje, porém, nasceram para ser sacaneadas, gozadas, vilipendiadas. Senhoras e senhores, Lolas e afilhadas de Balzac, hoje é o Dia Internacional do Orgasmo.
No que repetimos um velho mantra deste anacronista vira-lata: pelo direito sagrado à brochada ou broxada –vale os dois modos para os dicionaristas.
Uma emenda em caráter urgente, urgentíssimo, à declaração universal universal do homem que é homem: pelo direito à falha fatal na hora H.
Solto este panfleto lírico diante de uma preocupação que atormenta nossa cabeça mais romântica: estamos ao ponto de perder a nossa mais sensível e delicada condição, uma das raras, a nossa mais linda falência.
A cada dia é uma química nova na praça, um novíssimo milagre na farmácia.
Pelo direito das moças realizarem exame antidoping nos marmanjos, para saber o que é vigor artificial e o que vem a ser o fogo que deveras queima o desejo por elas.
Contra a fraude amorosa!
Depois do Viagra, do Levitra, tem ainda o Cialis e outros congêneres que prometem 36 horas no ataque, sururu na área, na boca do gol, a tática do abafa. Um dia e meio em riste. Um final de semana de confusão. Quem agüenta? Ainda mais com aquela nossa força mecânica sem delicadeza alguma, achando que sexo é esporte apenas de lenhadores.
Pelo medo do artilheiro diante do pênalti, pelo sagrado direito à broxada, pela carne trêmula diante da moça. Pelo suspense erótico, e até mesmo por aquela coisa hippie definida simplesmente como “questão de pele”, “química” etc.
Clamamos, uma vez mais: queremos de volta a nossa falência demasiadamente humana.
De ovo de codorna, de catuaba para cima, exame antidoping neles. Sim, ostra também vale, afinal de contas é o melhor dos afrodisíacos do embornal natural do velho Casanova.
O uso das pílulas milagrosas é uma espécie de dumping, para usar a terminologia de mercado –quando um concorrente cria uma vantagem desleal na praça e vende o seu peixe de forma enganosa.
Como a gazela ou a afilhada de Balzac vão saber se aquela devoção toda é motivada por elas mesmas ou pela química?
Eis um novo item na lista de inseguranças femininas. E você vê até marmanjos ainda em fraldas, na casa dos 30, recorrendo a estes arrebites do sexo. Até o poder ultrajovem, meu caro CDA, busca forças na pílulas azuladas.
Ora, a possibilidade da broxada nos torna mais humanos, mais sensíveis, atentos… Sem isso, imaginem a arrogância fálica, o poder macho, a falocracia, a plenitude da velha expressão “bater o pau na mesa”.
Homem que é homem defende e preza pela humildade franciscana da broxada.
Claro que se o tio já dobrou o Cabo da Boa Esperança e enfrenta a disfunção erétil, nada mais justo. Trata-se de questão médica, vai fundo, toda força, amigo.
O triste é ver jovens, garotos que nem aprenderam ainda dar bom dia a uma mulher, fugindo à luta, descrentes dos seus próprios poderes.
Pobres moços, mal sabem da bela compaixão e ternura que desperta uma broxada. Infalíveis, mimados pela mãe e pela química, irão passar a vida inteira sem essa bela experiência.
acho que hoje existe muita pressão por desempenho e quantidade… , se voce se respeitar e ir somente quando há verdadeiro interesse , seja de que ordem for… , as possibilidades de broxar são bem diminutas….
Dia do orgasmo? Existe mesmo ou foi vc quem inventou? De qualquer forma… tem dias que o gostoso é dormir de mãos dadas e ficar esperando o dia seguinte, não acha…
xico, meu guru do crato
ás vezes, fala e “falha” o falo…
outras fala o dedo, a lingua…e o”xerô” com amor e vontade de fazer a felicidade da amada…
abraços velhinho!!!
TODOS TEM ALGUMA COISA A ESCODER,MENOS EU E MEU MACACO(John Lennon-Album Branco dos Beatles).
errata ;ESCONDER….sorry.
Um amigo de um amigo meu, iniciou sua vida sexual com várias broxadas seguidas aos 18 anos, e depois disso nunca mais aconteceu.
iI can´t get no,Satisfaction(Jagger/Richards)…lá pelos anos 60.Muita pressão,muita competição….Viver é jogar roleta russa com seus balas no tambor,amigo.
Não é seus ,é seis. É o whiskey…….
Gosto de suas crônicas especialmente pq são mui didáticas, educativas por demais! Sobre esse tema aí, penso que há muita cobrança aos machos para acertarem “o alvo” sempre, mas penso que “é brochando que a gente aprende”. Cabe a nós mulheres comprendermos e fazermos o possível para “levantar” a auto estima do moço (literalmente falando)… Xêro p ti Xico Sá
Xico estou lendo seu catecismo e ele só comprova pq sou sua devota desde o tempo do carapuceiro: suas palavras são como um bálsamo, que aliviam o sentimento de ser safada/ puta/ pervertida diante da opinião das parentes e amigas mais chegadas. Ser declarada amante das safadezas não e mto facil. Bjs
eita,Marcela,q bom encontrar uma leitora do catecismo por aqui. beijoss e viva a safadeza universal
Ah ta, ate parece que toda brochada traz compaixão e ternura. Nesse mundo ainda muito patriarcal é bem mais comum uma mulher se chatear: “ò, que problema será que tenho? É minha barriga, é isso…”
Boa reflexão, Ze Luz.abs
Tem muita mulher que se sentiria aviltada se descobrisse que furor do parceiro vem do viagra, o que também é uma besteira muito grande.
Dependendo de como se olha, o sujeito tomar um azulzinho pode ser um elogio, uma prova de preocupação com sua fêmea, a vontade de oferecer um serviço de melhor qualidade.
Agora, o que eu acho mesmo que a mulherada não tolera no cara que toma viagra é que ele deu a nós, homens, o direito daquela famosa “fingidinha” na hora H.
Fingir era exclusividade das moçoilas, agora não é mais.
De resto, o texto está sensacional. Como de costume.
É, caro Ricardo, agora vc me fez pensar. seu ponto de vista faz sentido tb. abs
Ti admiro muito xico…. beijo …
Mas…eu já brochei com viagra! Nem tudo está perdido!
esse é um heroi! é, amigo,se nao rolar desejo na hora nao tem milagre quimico q dê jeito. valeu pela sinceridade. abs
BROXAR ??? O QUE SIGNIFICA ISSO ?!
– DESCONHEÇO !
BROXAR??? O QUE É ISSO??? -DESCONHEÇO !!!
Oh! Coitadinhooooooo!!cácácácácácá. Boa, muitão de bom.
Excelente artigo que me fez rir e pensar o quanto somos machistas a ponto de não negar uma realidade, que acontece com o jovem de 18 anos, na sua primeira experiencia, ou em outras … e com os mais experientes.
Nem sabia q hj era o dia “D”, mas vi o link da sua matéria (sou expectadora do Saia Justa, há tempos) e fui em frente.
Gostei muito do seu texto humorado que cabem verdades difíceis para laguns escutar nos dias de hoje.
Vou te acompanhar, agora. No bom sentido, claro! kkk
BBom dia do orgasmo.
Bjo
Xico: eu te amo! Voce e o cumulo da sensibilidade e…humildade. Mas seja sincero: hoje e , realmente, o Dia Internacional do Orgasmo? E serio?
Beijos pra voce e seu “ursinho de pelucia”!
O melhor da broxada, é que ficamos motivadas a reacender a chama, e haja safadezas lindas.
Pelo direito a brochada ou pelo SEU direito a brochada???
Acho muito elegante um rapazola de 30 anos preocupado em dar prazer a sua parceira, se utilizando de recursos que lhe estejam a mão…Vai defender o romantismo em se andar de ônibus e dividir o guarda-chuva para ir e voltar a um jantar romântico???kekek
calma,amigo,só publiquei uma crônica. conteste. mande brasa ai com argumentos. abs
Xico Sá, tu é phoda, camarada. Desde os tempos de “nomínimo”. Mandou bem. A aí de baixo sobre a mulher acordando é uma belezura também.
Ô Xico Sá? Rs a broxada é a transformação do ser platônico para o frágil! Simplesmente a máscara cai,vira humano e a se não tem humildade passa a ter. Ficam todos com cara de crianças, desconcertados e nem conseguem olhar nos olhos! Quase pedem um ursinho de pelúcia para a companheira de tão atarantados… é besteira, tudo besteira!Somos humanos e falhamos, agora que a mulher pode dar um tempinho e fazer o cara feliz ao invés de perguntar por quê isto aconteceu ( pior coisa a se fazer), ou fazer cara de assustada ou insegura, pode! Espera o trauma, faz conchinha dá carinho e ataca uai!
lindeza de reflexão, Silvana. gracias.beijos
Bem isso, Silvana. Sensacional perspectiva!