Melhores calçadas para bebês, velhos e bêbados
28/06/13 14:45Sou a favor de impostos sobre grandes fortunas, sou a favor de radicais reformas nas propriedades urbanas e rurais, mas aqui trago uma causa bem mais simples:
Melhores calçadas para os passeios dos carrinhos dos bebês, melhores calçadas para os velhos, melhores calçadas para os passos trôpegos dos bêbados, melhores calçadas para o salto alto das moças que voltam da formatura ou do casamento, melhores calçadas para as sandalinhas rasteiras que pisam nos astros distraídas.
(Sim, os bêbados, estes involuntários Carlitos que têm a inocência das crianças e a debilidade dos velhinhos).
Às Valentinas paulistanas e suas botas invernosas, calçadas mais dignas. Àquela moça do sul que arrisca um scarpin, o direito de pisar decentemente sobre nossos humildes desejos.
Para os que flanam no Catete nos domingos que cheiram a galeto e melancolia, para os que seguem as belas bundas -Giseles ou Raimundas-, meu caro Lourenço Mutarelli.
Pisos decentes para a vovó de azulados cabelos que blasfema na frente da Adega Pérola, em Copacabana, depois de merecidos mexilhões e vinhos rosés.
Para a Lolita desatenta que não mira horizonte nem beco, nem solo nem céu, para a Lola que apenas dedilha, qual moderno crochê, mensagens e aplicativos.
No Recife, pelo mafuá do malungo, não sobrou solo pátrio que preste nem na Rua das Calçadas.
Pisos perfeitos para a disparada dos garçons na madruga –o medo diante do último ônibus que queima o ponto da Vila Madalena.
Sob marquises, calçadas como salas de estar para os feios, sujos e malvados, mas sobretudo calçadas impecáveis para os extremos, as duas pontas do rali da existência, os bebês e os velhos.
Deixo no rodapé um comentário do amigo Wagner Willian, de SP: “Cadeirantes então, nem se fala. Um dia fui levar um amigo meu para passear (dar a volta no quarteirão) e porra, PORRA!, não conseguimos virar a esquina…”
Aos incômodos citados acrescentam-se, aqui em Copacabana, ai de mim, jardineiras com área superior à dos aposentos dos empregados domésticos, quando ainda existiam domésticos e/ou seus aposentos.
Logo ali, a uma pessoa de distância (sem guarda-chuva, sem bolsa de compras, sem carrinho de bebê e, por favor, sem cachorro), um caroço na fachada, uma gaiola, isola a portaria do prédio de qualquer contato com seres humanos ou quase.
Que tal, entre a ciclofaixa e a calçada, abrir uma via para pedestre?
A respeito do artigo na pagina de esporte de hoje,o futebol nunca foi o ópio do povo……o ópio do povo sempre foi a religião.
sim, a matriz da frase é o marx,com a religiao. mas a frase é adaptada ao futebol desde a copa de 70. gracias pela observação.abs
..vide filme” Pra frente Brasil”……
Amor platônico bom é assim. Velho Xico, escrevendo como sempre e eu perdidamente apaixonada pelas palavras…
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xico, meu guru do crato
é triste saber que em 2013 ainda temos ruas e calçadas mal conservadas e até aquelas que nem existem…
é dinheiro e concreto para o engenhão, itaquerão, maracá…e como fica nossas ruas e calçadas…isso aqui em sampa…
abraço…
Aqui em Sampa o problema das calçadas é terrível.Quando eu vou a feira com a patroa e tenho de trazer o meu carrinho cheio pelas ditas cujas, é uma verdadeira aventura.Quanto aos bebuns ,Deus sempre guia.
E que prefeito quer arriscar a reeleição, irritando votos difíceis de conquistar? Fico com esse pessoal todo que você arrolou, em troca de um único prefeito!
como disse roland barthes: “je réclame de vivre pleinement la contradiction de mon temps, qui peut faire d’un sarcasme la condition de la verité”. precisa nem saber francês pra entender, precisa? eu num sei e sei até traduzir. a minha plataforma tb inclui taxação daslu e friboi, mas será q geraldo vandré tem sempre razão? ou a hora não é das melhores, hein, Xico Sá?
a hora é boa pra desovar todos os desejos, Cassandra. gracias pelo Barthes. bjo
bjo, xico.
Seria heresia clamar por uma camada de liso e decente asfalto sobre aquelas históricas mas impraticáveis ruas de pedra de Paraty, onde a cada dois palitos se perde a pose e a dignidade ao caminhar?
rs! ali naõ se mexe, é a grande prova dos 4 de todos os bebados. inclusive os que vamos pra Flip. abrazo
Então não vá para Paraty. Escolha um litoral não histórico onde possa andar de skate nas ruas lisas de indecente asfalto.
digo não se mexe,amigo,nas pedras. asfalto jamé, Deus me livre! abs