Doze músicas brasileiras de protesto
26/06/13 23:13E o gênio que Irará deu ao mundo acaba de lançar uma música de protesto no compasso das manifestações das ruas. “Povo Novo” é o nome dela.
Tom Zé, com a colaboração da rede e de amigos, diz na sua trilha:
“Olha menino, que a direita/ Já se azeita,/ Querendo entrar na receita, mas/ De gororoba, nunca mais/ Já me deu azia, me deu gastura/ Essa politicaradura/ Dura, / Que rapadura!”
Você pode ouvir a música no site oficial do cantor e compositor.
Este cronista callejeiro vai na mesma pisada e relembra uma dúzia de hinos de contestação. É só clicar no título da canção para ouví-la:
“Carcará” – João do Vale. Talvez a mais forte de todos os tempos. Pega, mata e come! Veja aqui o vídeo.
2) “Cálice” – De Chico Buarque & Gilberto Gil, com Chico Buarque & Milton Nascimento. Recentemente o rapper Criolo fez uma versão que atualiza a letra para o drama social das periferias.
3) “Pra não dizer que não felei das flores” – Geraldo Vandré.
4) “É proibido proibir” – Caetano Veloso. Feita no período da Ditadura, cairia muito bem em tempos de “padrão Fifa”.
5) “Aquele abraço” – Gilberto Gil. Chacrinha continua balançando a pança…
6) “Vozes da Seca” – Luiz Gonzaga. Uma esmola para um homem que é são ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão.
7) “O pequeno burguês” – Martinho da Vila. Vestibular, passei no vestibular…
8) “Todos os olhos” – Tom Zé. Esse poderia emplacar o LP inteiro.
9) “Deixe esse vergonha de lado” –Odair José. Um hino da luta de classes em louvor das empregadas domésticas.
10) “A cidade” – Chico Science & Nação Zumbi. “O sol nasce e ilumina as pedras evoluídas/Que cresceram com a força de pedreiros suicidas. Perfeita para o debate sobre a especulação imobiliária que ataca o Recife.
11) “Diario de um detento” – Racionais MC´s. O grupo firmou a nova música de protesto nos anos 90. Histórico.
12) “Pânico em SP”, -Inocentes. O punk-rock paulista poderia emplacar também umas dez do Cólera. “Passeata” seria uma delas.
Quem faz lista sempre peca e ajoelha no milho da omissão.De cara já senti falta de um Edu Lobo, de um Oliveira de Panelas, de um Emicida, de um Mundo Livre S/A, de um Belchior, de um Fagner, vixe, está faltando muita coisa nesta bodega de muita conversa e pouco sortimento.
Do que você sentiu falta, caros leitores? Ajude a inteirar a seleção aí nos comentários.
Excelente lista, Xico! E muito bem completada pela galera leitora, que citou outras pérolas do cancioneiro de protesto de autores como Renato Russo, Raul Seixas e Sérgio Sampaio. Dou a minha modesta colaboração citando outras três pérolas de dois saudosos monstros (e malditos!) sagrados da MPB: “Ideologia” e “O Tempo não Para”, ambas do Cazuza, e “Guerreiro Menino”, do Gonzaguinha, eternizada na voz cearense do Fagner.
“meus heróis morreram de overdose, ieh! Os meus inimigos estão no poder, Ideologia, eu quero uma pra viver…” cazuza
“acender as velas já é profissão, quando não tem samba, tem desilusão…” ze Kéti
“bichos saiam dos lixos, baratas deixa eu ver suas patas, ratos entrem nos sapatos dos cidadãos civilizados…” titãs
Bela crônica xico! Como sempre.
Lero Lero Edu Lobo
…..e” Um homem também chora (Guerreiro menino)” de Gonzaguinha cantada por Raimundo Fagner….Não dá pra ser feliz…..
Certamente DIA DE VITÓRIA de Marcos Valle,que é emocionante.
Correção: “Cálice” é de Gilberto Gil e Chico Buarque.
“A Polygram queria fazer um grande evento com todos os seus artistas no formato de encontros, e foi dada a mim e ao Chico a tarefa de compor e cantar uma música em dupla.
“Era semana santa e nós marcamos um encontro no sábado no apartamento dele, na Rodrigo de Freitas (a lagoa referida, aliás, por ele na letra). Eu pensei em levar alguma proposta e, um dia antes, no fim da tarde, me sentei no tatame, onde eu dormia na ápoca, e me pus a esvaziar os pensamentos circulantes para me concentrar. Como era sexta-feira da Paixão, a idéia do calvário e do cálice de Cristo me seduziu, e eu compus o refrão incorporando o pedido de Jesus no momento da agonia. Em seguida escrevi a primeira estrofe, que eu comecei me lembrando de uma bebida amarga chamada Fernet, italiana, de que o Chico gostava e que ele me oferecia sempre que eu ia a sua casa.
“No sábado não foi diferente: ele me trouxe um pouco da bebida, e eu já lhe mostrei o que tinha feito. Quando, cantando o refrão, eu cheguei ao ‘cálice’, no ato ele percebeu a ambiguidade que a palavra, cantada, adquiria, e a associou com ‘cale-se’, introduzindo na canção o sentido da censura. Depois, como eu tinha trazido só o refrão melodizado, trabalhamos na musicalização da estrofe a partir de idéias que ele apresentou. E combinamos um novo encontro.
“Ele acabou fazendo outras duas estrofes e eu mais uma, quatro no total, todas em oito decassílabos. Dois ou três dias depois nos revimos e definimos a sequência. Eu achei que devíamos intercalar nossas estrofes, porque elas não apresentavam um encadeamento linear entre si. Ele concordou, e a ordem ficou esta: a primeira, minha, a segunda, dele; a terceira, minha, e a última, dele.” Gilberto Gil
Andre, meu caro, valeu, vou emendar lá,so coloquei Chico. abraço
ENSAIO GERAL – Gilberto Gil
apesar de voce
tente outra vez
pavão misterioso
brasil
o bêbado e a equilibrista
“Clube da Esquina nº 2”,Milton Nascimento, Lô Borges e Márcio Borges ( 1972 )
http://www.youtube.co/watch?v=IbCSsHf34I4
Tem Paulinho da viola tb, ” Sinal Fechado ”
( 1969 ), em alusão ao AI-5.
http://www.youtube.com/watch?v=w9JWuQPeaW0
Silvinha, com Vou botar pra quebrar! Completamente atual! http://www.youtube.com/watch?v=1GJTsK7r1Z4
Tem que fazer, Xico. Veja o que Raul disse (“Eu também vou reclamar”): http://letras.mus.br/raul-seixas/48311/
Outra da Nação. Propaganda “gás de pimenta para temperar a ordem” “corro e lanço um vírus no ar, sua propagando não vai me enganar”
tem que ter “Compromisso de morte” do mundo livre s/a
“Até Quando?” – Gabriel o Pensador
http://www.youtube.com/watch?v=2Tbi-pluTNk
Só uma ressalva Xico! Cálice é de Chico e Gil (aniversariante de hoje/ontem), duas estrofes de cada um e o refrão do baiano!
SÉRGIO SAMPAIO é perfeito!
EU QUERO É BOTAR MEU BLOCO NA RUA
https://www.youtube.com/watch?v=PiCteoGZf7Q
Cidadão – Zé Geraldo; Eu quero botar meu bloco na rua – Sergio Sampaio; E a Canção de Protesto de Caetano Veloso: ♪ Quero cantar só
Canções de protesto
Contra as canções de amor
Odeio “As Time Goes By”,
O manifesto
Canções de amor.
Muito ciúme, muita queixa, muito “ai”
Muita saudade, muito coração.
É o abusar de um
Santo nome em vão♪
Xico gostaria de ressaltar “que pais é esse?”, ótima letra e sempre recente, não concorda?
alugase do raul e que pais e esse da legiao
Antes de ler a sua lista vou colocar aqui a minha Caro Amigo , Xico Sá :
! – Carcará – João do Vale e José Cândido
2 – É – Gonzaguinha
3 – Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores
4 – Tem Mais Samba – Chico Buarque
5 – Apesar de Voce – Chico Buarque
6 – Brasil – Cazuza
7 – O Bebado e o Equilibrista – João Bosco e Aldir Blanc
8 – Alegria, Alegria – Caetano Veloso
9 – Comida – Titãs
10 – Não vou Ficar – Tim Maia
11 – Gota d’agua – Chico Buarque
12 – Oriente – Gilberto Gil.
Agora vou comparar uma lista com a outra, hoje é Aniversário de Gil e marquei voce em uma foto no facebook se tiver um tempinho le o meu texto por lá a foto é de Gil ao vivo na USP em 1973.E Oriente é a musica que abre o primeiro link abaixo do texto da foto abraço. Eduardo Green.
Não coloquei a autoria de Pra não Dizer Que não falei das Flores , para Geraldo Vandré, mas como ele e a musica são sinonimos me perdoe pelo ato falho.Aliás ela e Carcará do nosso João do Vale e José Candido foram as agradáveis coincidencias. Mas se a gente quiser dá pra fazer uma coletãnea com mais de 120 musicas facinho, facinho, sem esquentar a cachola.
bela lista,grande Green.abrazo
faltou a mosca na sopa ãe meu rei! Viva Raul…
Legião Urbana “que país é esse?”
E, claro, com a contribuição popular na hora do refrão: “É a porra do Brasil!”
Abraços!
Faço das suas as minhas palavras.
Taiguara é o próprio protesto!
Eu preciso de você!
http://www.youtube.com/watch?v=RnaYBE5nx24
A Palo Seco, de Belchior, que foi lindamente regravada por Wander Wildner.
Refuse/Resist, do Sepultura
Crucificados pelo Sistema, do Ratos de Porão
Sem dúvida, faltou “Disparada”
vixe,pecado mortal! valeu.bjo
Tudo bem que o tema são as músicas brasileiras de protesto, mas como eles são nossos patrícios, acho que vale lembrar de Grândola Vila Morena, do Zeca Afonso. Afinal, uma música que guiou a revolução em um país merece nossas cordialidades
“Indignação” do Skank!
Luiz Ayrão – O divórcio. Primeiramente chamada de “Treze anos” mudou de nome para “o divórcio” para passar pela censura. Foi uma reação a comemoração dos “treze anos da revolução”, realizado pelos militares.Brega também é protesto!
http://www.youtube.com/watch?v=NhYCXNnijdE
gracias,amigo
Bem lembrado, Ygor, e ainda contemplou a nossa canção romantica (ou brega). o livro “eu não sou cachorro nao” mostra como o gênero foi até mais censurado q o q conhecemos como MPB. abs
Eu também vou reclamar, Raul Seixas
Faltou “Vai Passar”, de Chico Buarque de Holanda
poderia entrar sim,mas como ja havia contemplado o chico com cálice… bjo