A utopia do bar perfeito
24/04/13 17:22“Para dizer toda a verdade, o bar perfeito não existe”, sopra, ainda de cara, um cronista do ramo, ele mesmo, o inimitável mineiro, carioca e botafoguense Paulo Mendes Campos, nuestro PMC.
No que adentra a taberna o Antonio Prata, paulista, corintiano, cronicamente mais jovem. Sacode o coreto: “Eu sou meio intelectual, meio de esquerda, por isso freqüento bares meio ruins”.
O bar é o lar doce lar da crônica, essa vira-lata da literatura digna de iluminados vagabundos e mariposas idem. Cada um de nós temos os nossos estabelecimentos preferidos e tentamos decifrar, geração a geração, o que seria um decente pé-sujo.
PMC disse que um bar legal precisa apresentar cinco qualidades fundamentais:
1) Boa circulação de ar;
2) bom proprietário;
3) bons garçons;
4) bons fregueses e
5) boa bebida.
A teoria está na crônica “Por que bebemos tanto assim?”, página 38 da coletânea “O amor acaba” (ed. Companhia das Letras).
PMC explica, então, como não existe o bar perfeito:
“Quando o garçom é um flor de sujeito, o dono do bar costuma ser uma besta; se os fregueses são alcoólicos esclarecidos, o ambiente às vezes é quente e abafado; vai ver um excelente e confortável bar refrigerado, e boa porcentagem de uísque é fabricada no Engenho de Dentro”.
Realmente, amigo, é difícil um botequim fazer a quina pleiteada pelo cronista. Por enxerimento na crônica alheia, acrescentaria mais dois critérios: preço bom/justo e choro.
Não respeito bar que garçom não chora na dose. É mais uma instituição nacional que está sob ameaça. Sei que a culpa pode ser debitada ao item 2 da lista de PMC: falta de bons proprietários.
Para o mulherio, um bom banheiro também entra no código das exigências. Justíssimo.
Enfim, não deixaremos de buscar o bar perfeito. Conto, nesta sagrada missão, com o palpite dos amigos.
Alguma dica de estabelecimento que se aproxima do ideal de Paulo Mendes Campos?
O Maio Bar, mais conhecido como “BUNDA de FORA”, na Buarque de Macedo – Flamengo – Rio. Como o nome indica, é diminuto, os viventes ficam ca’bunda de fora e ocupam a calçada. Mas serve as melhores batidas, breja geladin no ponto, tira-gostos supimpas, banheirin decente, dono amigável, não tem garçon e a passagem das minas que descem à praia, ou que retornam, é um “must” pras pupilas dos valetes de plantão, enfim, não há como botar defeito.
Abrç.
Ruy, o H de J.
Delírio te ler citando o querido PMC. O livro do Sabino com as cartinhas escritas entre os quatro cavaleiros do apocalipse – Cartas sobre a mesa: já leu? Dá vontade de entrar nas páginas, dá vontade de ser outra, dá vontade de reinventar a vida pra viver em busca de mais três comparsas que consigam inspirar textos como aqueles…
Bar dos Menine – Av. Prof. Alfonso Bovero, 534
http://www.sphonesta.com.br/post/47703625278/bar-dos-menine-o-que-e-boteco-de-rua-onde-av
Xico, seus textos são ótimos; procure no google: LIVRO CIBERCELULAS. Você se surpreenderá!
ninguém aqui até agora comentou sobre o Pavão Azul, na quase esquina da Barata Ribeiro com Hilário de Golveia, no Rio?
apesar de ser recifense, diria que é meu bar preferido. Desses quesitos, só não tem um banheiro 100%, mas também não passa vergonha. Daqueles de pedir o chopp no balcão, comer pasteis e bolinhos de bacalhau fritos na hora e ouvir as donas (duas senhoras, irmãs) dando esporro nos garçons quando eles tão deixando os clientes na mão.
ah, em Recife, o Barbosa, na frente do Central, também é supimpa, com uns petiscos de dar água na boca – além de ter um preço muito mais acessível que o Central.
O Santo Antonio, em São Paulo.
1) 4 das 7 mesas ficam na calçada, numa rua tranquila a arborizada a 2 quarteirões de casa.
2) O Antonio, que antes de abrir o bar prepara ótimas tortas, cuscus (paulista), escondidinho e encomenda esfihas de bacalhao na semana santa.
3) Garçons? Tem um ajudante às sextas, quando fazem espetinho na braza.
4) Aos fregueses Antonio conhece pelo nome, o meu ele só aprendeu depois de 2 anos, portanto suponho que a clientela seja toda de longa data. Têm uma dinâmica de humor bastante particular, mas em geral sem subir o tom de voz. Seu Joaquim, cão assíduo, às vezes late. Especialmente quando aparecemos sem Carmela e Teresa.
5) Boas cervejas e boas cachaças.
6) Banheiro mais que descente.
O Beirute, em Brasília, faz a quina.
E ainda tem choro e banheiro decente…
Bar do Peixe na “Velha” Brasília Teimosa…
Não esqueça do CABEÇA de CAVALO no meu Cratinho de Açúcar.
Onde o Dono pedi ao freguês retirar o troco da caixinha e quando dá altas horas ele lança um machado sobre o bancão.
Salvem as mãos que puder!!!!
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Faltou o bar do Dorgis no bairro de Areias em Recife, cerva geladissima e bons caldos.
Bar do Cigano em Boa viagem (O grande fã de Gpsy Kinks) e o bar de Bartô em Garanhuns próximo a rodoviária.
Xico, conheço um 4 estrelas, so falta boa circulação de ar, mas os outros itens sao atendidos na integra.
Bar do Papagaio, na Vila Carrão – Zona Leste de SP…
Até o choro tel lá!!!!!!
http://papo-petisco-pinga.blogspot.com.br/2013/02/tarde-no-tiao-piranha.html