Minhas 12 rebeldes com causa
08/03/13 20:10Nos primórdios deste blog, por ocasião da “Marcha das Vadias” em SP, elegi algumas mulheres extraordinárias por causa das suas rebeldias, aquelas que portam -ontem e hoje- o luxo da coragem, talvez o maior dos luxos.
É o tipo da escolha que você faz mesmo sob o risco das injustiças de quem ama as tais listas. É do juego. Hoje é dia de manter algumas e ampliar o time das baderneiras em todos os sentidos.
– Marietta Baderna – Tão linda e disposta que o eu sobrenome deu origem à palavra baderna e virou sinônimo de agitação e vadiagem. Era uma bailarina de origem italiana que reinou no Rio por volta de 1850.
– Bárbara de Alencar – Primeira presa política do Brasil. A revolucionária do Crato se engajou, com os filhos, que estudavam no Recife, na Revolução pernambucana de 1817 e na Confederação do Equador.
-Patrícia Galvão, Pagu – Já aos 15 anos, nos anos 20, a jornalista e escritora paulista mostrou ao que veio. Escrevia textos comuno-anarquistas e andava na contramão das modinhas de fêmea.
– Dadá – A entrada de mulheres no bando de Lampião já foi uma quebradeira geral nos tabus. A macharada temia que o grupo ficasse fraco e vulnerável. Muito pelo contrário. Sérgia, vulgo Dadá, mulher de Corisco, foi a única que pegou em armas e revelou-se mais corajosa que a maioria dos homens.
– Luz Del Fuego– A garota da foto aí acima. Linda como todas as mulheres da terra de Roberto Carlos e Sergio Sampaio, a artista Dora Vivacqua honrou o pseudônimo. Ergueu a bandeira do naturismo –todo mundo nu!, bradava em todos os lugares- e zelou pela causa das vadias até a morte, em 1967.
– Leila Diniz – Bagunçar o coreto era com ela. O Rio dos 60 e 70 que nos diga. Toda mulher é assim meio Leila Diniz, como canta a Rita Lee? –outra que já sacudiu os costumes.
Clarice Lispector – Carece falar dessa ucraniana? Melhor a gente abrir os seus livros mais uma vez e pronto. As suas entrevistas também são aulas. Jovens, aos Youtube já e me digam.
– Rê Bordosa – A imortal personagem de Angeli que saiu das páginas da “Chiclete com Banana”, na SP dos anos 1980, para entrar na história das libertárias da porraloquice.
-Margarida Maria Alves – No comando do sindicato dos trabalhadores rurais de Alagoa Grande, no interior da Paraíba, enfrentou o que muito “cabra macho” não tinha coragem. Brutalmente assassinada pelos coronéis do campo em 1983, aos 50 anos.
Dercy Gonçalves – Pelo conjunto de uma obra de escrachos. Um poema sujo de saias. Fluminense da cidade de Santa Maria Madalena, morreu no Rio, em 2008, com 103 anos.
Aracy de Almeida – Palmas para a “Dama do Encantado” (1914-1988) que ela merece. Araca! A que dos míseros mangos do júri do programa Sílvio Santos, a cantora de Noel Rosa e de todo o Rio de Janeiro.
Hilda Hilst – Outra moça do interior nada comportada. Nasceu em Jaú (SP), em 1930, e morreu em Campinas, em 2004. Gênia da escrita. Na ficção, na poesia, na crônica e no teatro. Todo homem tem que pagar pau para ela, como se diz no City Bar campineiro.
E você, amigo(a), quem acrescentaria a esta breve lista sujeita a pecados historicamente imperdoáveis? Citei apenas grandes personagens que já partiram desta, mas vale também as vivas, vivíssimas.
Roberta Close. Afinal se ter prestígio quando se nasce mulher já é difícil, imagine então quando a mulher nasce com corpo de homem.
Xico, quer ser meu tio?
com todo prazer! bjo
Acrescentaria a genial Ecléa Bosi.
Inezita Barroso. Essa mulher que acaba de fazer 88 anos e continua há 33 à frente de um programa de televisão em que acredita de corpo e alma, teve a coragem de tocar viola numa época em que mulher só podia tocar piano e fazer renda. Cantou a cachaça numa época em que mulher apenas levava cachaça aos homens. Leva pela vida inteira a bandeira da cultura genuinamente caipira, que em outras épocas (e até hoje às vezes) era tida como inferior, uma vergonha. Era Mazzaropi na cabeça quando cinema considerado bom era o gringo. É uma enciclopédia ambulante da cultura brasileira e do interior. Ah, Inezita…
Dorothy Stang tinha que estar na lista. A coragem desta mulher ao desafiar os fazendeiros em prol dos agricultores nas terras de faroeste do Brasil não tem tamanho.
Sim, bem lembrado o nome dela. do mesmo universo dos fazendeiros, coloquei a Margarida.bjo
Grande Xico.Acrescento a terna e branda Brigitte Batdot.Não posso deixar de citar minha mãe,Fátima Barros e eu,claro,um tamburete jovem e bem promissor do que se entende por ser uma grande mulher.
Acrescentaria a inesquecível Simone de Beauvoir, a Atualíssima Maria da Penha,e eu, que mato um leão todos os dias: Savia maria Ferraz!!!!!!bjsss Xico!
Vc e Maria da Penha na buena. Beauvoir entraria se minha lista tivesse gente de fora. Fiquei nas brasileiras e duas estrangeiras q aqui viveram toda vida. Bjo
Eu colocaria as pioneiras da ciência brasileira
http://www.cnpq.br/web/guest/pioneiras-da-ciencia-do-brasil
Lucrecia Mott
Adorei sua lista! um abraço!ana
Rita Lee
Até citei, porém mantive so as mais antigas e mortas na lista.abs
Zuzu Angel, Coco Chanel, Chiquinha gonzaga, Simone de Beauvoir… Eu… kkkkkkkkkk
Rosa Luxemburgo
ah,se a lista fosse internacional ela entraria em primeiro.escolhi so brasilieras ou q viveram por ca.bjo
Maria Quitéria e Joana Angélica, baianas.
Olga, Sarah Bernardt, a personagem Hilda Furacão, Anaïs Nin, Cora Coralina, Lya Luft, Adélia Prado,… e a lista se repete e cresce a cada vírgula podendo chegar a cada uma de nós, simples mortais que matamos um leão por dia!
Minha avó Gerusa que deixou a pobreza dos canaviais de Alagoas para criar e educar 3 filhos em Recife. O drama que era cruzar a av. imbiribeira sozinha com 3 filhos daria um livro.
Imagem forte essa da imbiribeira.heroina. Abs
Se vale falar das que já se foram e nunca moraram por aqui, incluo Lou Andreas-Salomé.
Acrescentaria Elibeth Teixeira, mulher de João Pedro Teixeira, militante das Ligas Camponesas. No documentário Cabra Marcado para Morrer, de Eduardo Coutinho, conhecemos o poder de superação dessa guerreira.
Bem lembrado. Cheguei a entrevista-lá .abs
Faltou Lina Bo Bardi, italiana que atuou como arquiteta no Brasil, militante do PC italiano, e que participou da resistência nazista, antes de vir para o Brasil. Materializou em São Paulo parte de seu legado arquitetônico: O MASP, equilíbrio entre o peso do concreto e o vazio num vão de 70m, numa avenida só de cheios … e o SESC Pompéia, em que dá legitimidade arquitetônica às instalações fabris da cidade e à cultura popular…
eu acho q Cassia Eller tem q entrar nessa lista tbm…
Eu me acrescentaria!
Olga Benário Prestes (se tem a ucraniana Clarice, essa alemã também pode), Anita Garibaldi, Maria Bonita…
Concordo.
Dilma Roussef.
Estragou as listas!
Também acho. Por isso, sugiro os nomes de Eliana Tranchesi, Kátia Abreu, Leonor Mendes de Barros (esposa do governador e uma das líderes da grande marcha com Deus, pela família e liberdade em 1964), Llyndie England (aquela soldada USA que posou para as fotos de pressão física de prisioneiros em Abu Ghraib) e Eva Braun.
Ironia das mais refinadas…
Eu incluiria a Gabriela Leite (ex-prostituta) e a Fluvia Lacerda (top model plus size) entre as vivas e Chiquinha Gonzaga entre mortas.
Eu colocaria a Lélia Abramo que, como nas palavras de Antonio Candido, “nunca vergou a espinha, nunca sacrificou a consciência à conveniência e desde muito jovem se opôs à injustiça da sociedade.”. Ou a Geni do Chico Buarque!!!
Geni não era mulher…
São tantas mulheres maravilhosas que transformaram a face do mundo, e nesse texto foram elencados belos exemplos, e dou destaque a Bárbara de Alencar.
Mas, brincando com a sugestão de aumentar a lista: Cora Coralina, Cecília Meireles, Hilda Furacão e a grande pernambucana Cristina Tavares – defensora da Democracia.
Cristina seria um belo nome na lista.bjo
Mesmo com a Dadá na lista colocaria a digníssima de Lampião.
E também citaria Anita Garibaldi.
Não acrescentaria nada, Xico, porque já fui contemplada com Hilda Hilst. Uma mulher fantástica!!!
Mais algumas admiráveis pra mim: Virginia Woolf, Mata Hari, Benazir Bhutto e Cora Coralina. Mulherões!
Sim, Val, é q so coloquei brasileiras ou que moraram no Brasil. beijo
Rosa Parks foi uma mulher e tanto, Xico. Feliz por Hilda estar em sua lista.