Pedagogia da traição amorosa
28/01/13 19:31Não me canso de repetir aqui neste blog dos corações em desatino: Só um chifre humaniza um macho.
Desculpe, amigo, se o tema o incomoda. Neste caso, melhor mudar de blog. A dor da gente, xará, sai sim nesta página.
Só uma traição humaniza a raça. É o velho mantra da coluna. Daqueles objetos pontiagudos bem parafusados pelo destino em nossas testas lisas.
Nem que seja apenas como arma de vingança, como reza a lírica do cancioneiro de Carlos Alexandre, o grande do brega.
Um chifre daqueles que nos faz furar o LP com Stephanie Says, do Velvet, ou nos põe como a última das criaturas, ao sentir as batidas dos pingos da tempestade contra a vidraça. Aí entra Tom Waits, que gorjeia This One’s From The Heart, aquela do fundo coração, o filme de Francis Ford Coppola.
Posso tocar mais uma da fita O Fino do Corno, que acabo de gravar aqui no velho cassete das antigas? Então lá vai, lá vai, roda, segura aí, peça logo outra cerveja: Les Amours Perdues, do canalha-do-bem Serge Gainsbourg. Essa é para chorar, como convém a quem deixou rastros de incompetência e de vacilos sentimentais pelo caminho.
Chifre posto, lá estamos nós, répteis do amor (agora entra Por que me Arrasto aos teus Pés, do rei Roberto, para coroar a breguice dos humilhados e ofendidos), carentes como um poodle.
E essa nossa loucura, muitas vezes, não deve ser tributada simplesmente à febre amorosa que estoura na pele e mancha o caroço dos olhos. Enlouquecemos mais pelo ego de macho, que não suporta uma “literatura comparada”, uma derrota, do que pelo grande amor de fato.
É o medo do cabrón diante das comparações. Tudo que queremos saber é apenas se o adversário, a quem sempre vemos, de imediato, como o Pelé do tantra, o Cassius Clay do priapismo, é mesmo o tampa-de-Crush, a bala que matou Kennedy, o tal da química de pele, o cão do terceiro livro…
Aí insistimos, insistimos, insistimos na nossa babaquice, até que ouvimos mesmo, daquela ingrata, que perdemos o embate, o jogo, o clássico do sobe-e-desce, o decisivo mata-a-mata nesse faroeste empoeirado dos nossos inconscientes.
A literatura comparada é o golpe fatal. E que gazela perderia a chance, diante da perguntado imbecil, de empurrar o sujeito para o abismo?! Aí não tem cachaça ou uísque que curem. É o fim. O mais confiante dos homens sucumbe nessas horas.
E se a moça, toda saltitante, aparecer na firma com aquele sorriso franco, aquela pele remoçada… Nunca vamos imaginar que possa ter sido apenas uma combinação perfeita entre o antidepressivo e o creme de vitamina C + coenzina Q10, obra e graça da renovadora indústria coméstica!
Sempre pensaremos no desastre-mor, no grito selvagem (dela) de prazer.Sempre achamos que a desgraçada, a miserável, descobriu, finalmente, todos aqueles multiorgasmos fresquinhos anunciados toda semana pela revista Nova. A capa da Nova é a primeira imagem que temos. A perua toda feliz com a carga elétrica de 220 wolts que recebeu do velho urso.
É assim mesmo. Pois a vida é simples e sempre vai imitar aquela singela crônica de Rubem Braga. Lá para as tantas, uma tal de Joana entra no carro de um palhaço, toda aconchegada a ele, meio tonta de uísque, vai para o apartamento do monstro – um imbecil que não sabe uma só palavra de esperanto. A vida é triste, Sizenando, conclui o escriba, a quem agora fazemos coro.
E no toca fita do meu carro, como canta agora Bartô Galeno, uma canção me faz lembrar você… Durante o luto amoroso, nossa vida não passa de um plágio descarado de uma música peba, brega e cafona.
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Oi Xico, confesso que fico “meio por fora” quando leio seus textos. Na minha humilde vidinha, nunca vi homem nenhum sofrer, todas as vezes foi esse coração mole aqui que se desmanchou, que chorou… será que um dia vejo isso acontecer?
Bom texto ,Xico. Quero comprar o livro Chabadabadá, e aqui no site da folha diz que está de 37,90 por 30,32 .Só que quando vou comprar o preço é de 37,90… o que acontece?
Mais que perfeito Xico!
Aqui no nordeste dizem que toda desgraça pra corno é pouco, será?
Na verdade seu texto é tão delicioso que não queria nem fazer um comentário sério, mas farei.
Ah se todos os chifres humanizassem um homem, pelo contrário, se olharmos as estatísticas a maioria dos crimes passionais são cometidos por homens que levaram uma “gaia”. Triste, mas é a realidade do nosso Brasil! Certamente o mundo seria bem melhor se os homens enxergassem o chifre com o olhar de Xico Sá! beijo Xico Lindo!
Xico quero mordiscar a ponta do seu queixo lindo
A fluidez do seu texto e suas mil habilidades para recheá-lo (bagagem cultural) são capazes de prender o leitor a qualquer tema que você queira abordar.
Desse modo, você conquista não apenas os leitores que foram alvejados em cheio pelo tema, como também todos aqueles que se divertem com uma boa escrita, sempre com irreverência, verdade, e diversão.
Ok, falei bonito para dizer que gostei do texto e não sou chifrudo. ha ha ha
Grande abraço.
Xico, me ajude adorei sua cronica, o que eu faÇo? um macho jurubeba jornalista que lhe enfeitei por um cineasta nao me perdoa mais … e isso eh existencial pra mim, me ajuda! Como reconquistar o amor perdido, guardado no fundo de armário?
O azar é dele. Convença-se disso, que é verdade.
É assim também com os chifrudos jurubebas?Xico meu caro, só vc pra nos brindar com o outro lado da questão ou seria do chifre???? adorei!! Dar o remédio sem saber o exato efeito, não tem graça!! Bjoss, sua cabeça eu não enfeitaria Xico Sá!! sem motivos justos é claro!!!!
xico, meu guru do crato
não se pode colher rosas sem temer os espinhos, nem se desfrutar de uma bela mulher sem o risco dos chifres, meu caro…
é levantar e sacudir a poeira, rumo a novas conquistas, afinal homens e mulheres só são fiéis a moda…
abraços fraternais velhinho!!!
Rastros de incompetência e de vacilos sentimentais… é fato, adorei.
Se é verdade e não ficção, Xico nos mostra como eles se sentem, já que a maioria não fala.
muito boa! de gargalhar chorando.
Eu estou para conhecer alguém que saiba mais de homens, mulheres, relacionamentos e reações adversas que tu Xico Sá!!! É fato! Os homens não se importam com o “amor” que tanto declaram e sim porque não conseguem perder nem no ping pong…. nem no zerinho ou um… homem não gosta de perder e é isso.. a vaidade nos faz enlouquecer, ir atrás, rastejar, implorar por segundos de esclarecimentos ou de carinhos… não adianta e no fundo tanto o homem como a mulher sabem.. a pior traição, talvez seja aquela traição que vc comete consigo mesmo se enganando… achando que a pessoa te ama porque disse… no caso eu que sou mulher e lhe digo com certeza… nós mulheres acreditamos que somos “as especias”… mentira! Rsrsrs é só a vaidade de não ser trocada por uma mais nova, uma mais gostosa ou mais eficiente… a pior traição é a que cometemos conosco neste jogo empata foda!
perfeito, a pior traição é aquela que cometemos conosco… o autoengano, mas a dor é imensa quando a vida te esfrega na cara o que vc não quer ver…
É como dizia minha abuelita: nada como um par de chifres prá amansar um homem. e mais: ela afirmava que todo corno é competente. Uma sábia mulher, e de vanguarda!
Q mulher sábia!! vanguardista absoluta. bjo
É…brega, cafona atomizando qualquer sentimento estulto! Mas somos seres humanos e infelizmente somos amargados com as dores sentimentais….