Os 10 livros mais bêbados do mundo
10/11/12 18:58Abro o jornal –sim, ainda sou um gutenberguiano viciado em cheiro de tinta- e dou de cara com o Jaguar, o homem, o mito, o gênio, o traço, alambique, o soluço, a lenda viva, viva!
O homem que criou o Pasquim, com outros caras do ramo como o Tarso de Castro, sacaneia a desgraça, assim é que se faz:
“Fui corneado por meu fígado”, disse ao Marco Aurélico Canônico. Leia aqui na Ilustrada.
É que descobriu, aos 80, o diabo de uma cirrose. A maldita. A que lá levou muitos, como o samurai-polaco Paulo Leminski e uma legião de anônimos igualmente amigos da vodka.
Jaguar parou, mas não condena. Moralismo aqui não é a tônica.
Testemunhei bons bebedores por ai. Anônimos e conhecidos como o cubano Pedro Juan Gutierrez (Trilogia Suja de Havana etc).
Quem mais me assombrou, no bom sentido, foi o Jaguar. Já na casa dos 70 anos, bateu a mim, debutando nos 40, e Ronaldo Bressane com seus 30 e um chorinho. E o mais incrível: o jovem Bruno Torturra na flor dos 20 e poucos. O embate foi na Mercearia São Pedro.
É óbvio que o álcool faz mal sim, mas como obra milagres para a gente suportar a existência. Que belo lubrificante d´almas & caveiras, diz um amigo mexicano.
Como jornalismo e literatura, tradicionalmente, sempre gastaram os cotovelos na fórmica dos balcões dos bares, deixamos ai uma lista de 10 livros que tratam do assunto. Lembre-se, porém, meu jovem: Bukowski era um bêbado, mas nem todo bêbado é Bukowski.
Memórias Alcóolicas – de Jack London (várias editoras). Tenho uma edição rara da Paulicéia, editora já extinta e que deixou grandes livros no sebo. Clássico é clássico e vice-versa, como diria o Jardel.
Crônica do amor louco – Charles Bukowski (L&PM). Poderia escolher qualquer outro do velho Buk. Fico com esta reunião de contos pela narrativa “A mulher mais linda da cidade”.
Paris é uma festa – Ernest Hemingway. Saiu por várias editoras. O barba que reinventou o daiquiri em Cuba completou o tanque nos cabarés franceses.
Rum: Diário de um Jornalista Bêbado – Hunter S. Thompson (L&PM). O gonzo e sua aventura no Caribe. O filme não é lá essas cocadas, mas o livro é garantido.
Manual de sobrevivência nos butiquins mais vagabundos–Moacyr Luz com ilustrações de Jaguar e contracapa de Martinho da Vila (Senac Rio). Tudo que você queria saber sobre boteco e tinha vergonha de parecer um bêbado amador.
Confesso que bebi – Jaguar (Record). Memórias de um amnésico alcoólico. Crônicas de um bebedor profissa.
A morte e a morte de Quincas Berro D’Água – Jorge Amado (Record e Companhia das Letras). Acho o melhor livro do baiano porreta. Espiritismo, álcool, metafísica e safadeza.
Malagueta, Perus e Bacanaço – João Antônio (Ática e Cosac Naify). Viagem ao fim da noite dos bares. Com tacadas de sinuca ao fundo.
Pornopopéia – Reinaldo Moraes (Objetiva). Só o caminho do excesso, com várias saideiras a cada esquina, conduz ao palácio da sabedoria.
Bíblia Sagrada – Duvido que exista um livro no mundo no qual se bebeu tanto vinho. In vino veritas. Nele está a verdade. Até água foi transformada na santa bebida. E olhe que neste tempo não tinha essa frescura de cheirar a rolha e sentir o bouquet. Era tudo macho-jurubeba de Cafarnaum e arredores.
Óbvio que ficou faltando uma prateleira de bons livros com cheiro de álcool. E olhe que não molhei ainda a palavra hoje. Hora do amigo fazer justiça ai nos comentários.
Ih, de cara, já senti falta de um dos livros que mais gosto: “De Moscovo a Petuchki – a lucidez de um alcoólico genial- Venedikt Erofeev (Cotovia, Lisboa).
Foi por causa desse cara que escrevi o meu “Tripa de cadela & outras fábulas bêbadas”(ed. Dulcinéia Catadora, 2007). Não vem ao caso. Quero saber mesmo é o que há de bom e ficou de fora.
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Xico,
O Cheiro de Deus de Roberto Drummond onde seus parentes todos tem nome de uisques.
Abração
Fernando
“Boêmios errantes” de John Steinbeck merece estar nesta galeria!
Adeus às armas, de Hemingway, é uma tensão etílica constante, principalmente porque, entre vermutes, conhaques e grapas, o sujeito dirige uma ambulância durante a 1a Guerra. Aliás, álcool presente em todas as refeições de quase todos os enredos do autor.
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“Cemitério dos Vivos”, do Lima Barreto.
Xará, o conto “Uma história lamentável”, do velho Dostoievsky, e quase todos os livros do Bolaño – com o detalhe de uma parte do 2666 em que ele fala da estranho etimologia das nuvens cirros – as mais altas da atmosfera – que tem seu nome de skyrrhos, duro, tumores duros, cirroses. Mas, como dizia o polaco samurai dos pinheirais: nada me demove, ainda serei o pai dos irmãos karamazov. Este é o cara da birita, o pai de Ivan. Saludos, che!
e por falar na “etimologia”, não podemos falar de manguaça sem lembrar de um mineiro, aí digo falo de Paulo Mendes Campos, mestre que escreveu um conto que deveria estar na caderneta (perdida) de todo
bebedor-poeta: um anjo bêbado
Lembrei de “O Poema do Haxixe”, de Baudelaire, que fala sobre o vinho também.
sim,alem de falar d vinho ainda tem o poder do haxixi pra calibrar.abs
Meu conterrâneo, talvez eu adicionasse “Ligeiramente fora de foco”do fotógrafo, amigo-do-copo e mulherengo Robert Capa.
É o beber na guerra – que não deixa de ser um beber muito macho.
carajo.livraço.vou atras dele.abrazo
Há uma crônica do Veríssimo que é uma das minhas preferidas, Ressaca. “Ressaca de vinho: Pior era a sede. Você se arrastava até a cozinha, tentava alcançar a garrafa de água e puxava todo o conteúdo da geladeira em cima de você. Era descoberto na manhã seguinte imobilizado por hortigranjeiros e laticínios e mastigando um chuchu para alcançar a umidade. Era deserdado na hora.”
sim,bela cronica.Verissimo é bom d vinho! e d jazz tb. abs
“El alcohol es como el amor —le hace decir Raymond Chandler a Terry Lennox en El largo adiós—: el primer beso es magia; el segundo, intimidad; el tercero, rutina. Después de eso lo único que hacemos es desvestir a la muchacha”. Mas Chandler era bem disciplinado. Bajo el volcán, Lawry fulminado pelo álcohol considera: “la agonía del ebrio encuentra su más exacta analogía poética en la agonía del místico que ha abusado de sus poderes”. “El mezcal de México es una bebida infernal —dice Lowry en carta a su editor—, pero es, no obstante, una bebida que usted puede adquirir en cualquier cantina, más fácilmente, me atrevería a decir, que el whisky en esos días en nuestra vieja y querida Horseshoe.” beijo, Lourdes
Lourdes,querida, agora deu vontade de tomar el mezcal na vossa companhia, tu e Felipe. beijos
a casa é sua, é só chegar!
Apesar de não ser o foco do livro, ‘Os trinta e Poucos Anos de Nadine Kite’ também é recheado de noites com cheiro de álcool e muitas risadas.
Mandou bem Xico!! só tem livro bom!! o legal é ver que: A sobriedade é cansativa até mesmo no terreno do sagrado!!! Salute!
Procure no google: LIVRO CIBERCELULAS. Este livro irá te surpreender!
Embora a bebida não seja o tema principal, “Medo e Delírio em Las Vegas” e “Hell’s Angels”, de Hunter Thompson, são bem bêbados. Outro que se encaixa é “Big Sur”, de Kerouac.
Em “O Mestre e Margarida” há a melhor descrição de um ressaca jamais escrita. A causa: vodka em demasia. O pior: o demo quer se apossar do apartamento do cara e o teletransporta para o outro lado da URSS com bebedeira e tudo.
Tem um conto fantastico do Paulo Mendes Campos: Por que bebemos tanto assim?
Sensacional o conto, valeu pela indicacao!
Misto Quente do Bukowski!ele conta seu primeiro e uns outros 300 porres.
Zona erógena (Philippe Djian)
Xico segue outro do Moacyr Luz: Botequim de Bêbado tem Dono. Parceria do Moacyr com o Chico Caruso.
Xico, juntaria “Noite na taverna” à lista. Bebedeira das boas. . .
beijo, lindeza. =)
faltou “À sombra do vulcão”.
Flores do Mal – Baudelaire.
Luiz Ayrão – A saudade que ficou
http://www.youtube.com/watch?v=Ug_2Spi5Mko&feature=related
Isso é bom demais!