Amor e sexo na voz de uma mulher
07/11/12 10:00Nada mais reconfortante do que ouvir a voz de Iris Lettieri (na foto) antes de embarcar no Antonio Carlos Jobim, o Galeão. Aquele aveludado, com tons de grave nada cinza, nos leva aos céus antes mesmo de qualquer partida.
Agora só é possível ouvi-la no internacional do Rio. Já esteve em outros no passado, como em Foz do Iguaçu, Manaus, Congonhas etc.
Na vastidão do Galeão a voz nos pega no colo, sussurra ao miocárdio, mostra que uma fêmea, muitas vezes, sequer precisa de um corpo.
Repito velha tese: mulher é metonímia, parte pelo todo. Basta um narizinho aqui, uma omoplata acolá, e está ganha a vida. Não carece ser bonita por completa. Melhor que não seja.
Voltando a ouvir atentamente La Lettieri, incluo a voz como parte dessa história. Com uma bela voz dentro do seu chatô, pouco importa que corpo tenha. Você só necessita daqueles fonemas noturnos ou matinais. Você vive de sussurros como um passarinho de alpiste.
A carioca dona da voz mais bonita do Brasil -Simone, de Olinda, com quem estudei, talvez seja páreo- foi a primeira mulher a apresentar um telejornal no país, na TV Globo, anos 1970. Depois foi para a TV Manchete, foi modelo, cantora, uma deusa.
Homens do mundo inteiro querem fazer amor com a voz de Iris. O Faith No More, por exemplo, incluiu, sem permissão, a gravação de sua voz na faixa “Crack Hitler”, do disco Angel Dust, de 1992. Deu um rolo danado. Achei uma bela homenagem.
Ao partir agora para o Recife, via Galeão, fechei os olhos, me senti em um quarto escuro, fazia amor com aquela voz. Para fazer amor com uma voz não é preciso o gemido de gozo mais explícito de Brigitte Bardot em “Je t’aime moi non plus”.
Na voz de Iris, basta um Air France, voo 447, Rio/Paris… Basta um Gol, voo 1150, do Rio de Janeiro para o Recife… Nem carece que estejas indo para os braços da(o) amada(o). A viagem de negócios mais chata do mundo se torna um veraneio em Bora-Bora.
É sim possível fazer amor com uma voz. Viajo feliz. Como se nas asas da Panair e do desejo.
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“Não falem da Panair perto de mim
Não falem que é pra não aumentar a minha dor
já fui moço, já gozei a mocidade
Se me lembro dela me da saudades …”
xico, meu guru do crato…
a “veneza-brasileira” te aguarda de braços abertos…
uma boa viagem para vc e quando estiver curtindo por lá lembre-se de nós meu caro…
abraços velhinho!!!
é,velho Franco,ja na área.muito bom.faremos um brinde a ti.abs
Xico, passa um lupanar com moças de até 30 anos e que combram 50 reais/30min de prazer carnal, lá na área da rua Aurora. Aquela que tem um corpo memoravel e te fez bater nas nuvens com um mega orgasmo.
Bira,rapaz,ando desatualizado la na área. mas continuo gostando. abrazo
Eu só me apaixono se a voz, bonita ou nem tanto, mas de alguma forma especial, me arrebatar. A voz precisa ter personalidade forte, não importa o timbre, o sotaque, a intensidade (vulgarmente chamada de “volume”). Mas confesso que as bem graves e “encorpadas”, que reverberam, são as melhores para mim. Tenho um amigo que diz que a voz é um falo pra mim rs Acho que é isso mesmo. Viva a voz! E viva seus textos, sempre 🙂
O gozo de Je t’aime… não é da Brigite Bardot (o que não quer dizer que BB não possa ter sussurrado esta expressão em milhares de gozos). Mas na música, façamos justiça, era Jane Birkin.
os gemidos da Birkin tb sao otimos,mas Bardot tb gravou, amigo. a musica foi feita pra ela,segundo o canala Serge. abraço.Valeu por ter feito justiça a Birkin.Alias as duas sao feissimas,ne?
Da mesma forma, me derreto com uma voz bonita e gostosa de homem… É crucial: pode ser um gato, mas se não tiver uma voz bonita, não tem chance de eu gostar; mas se tiver uma voz gostosa, seja como for fisicamente, já é 80% do caminho andado.
Depende. E quando ela diz: “ultima chamada!” É pressão chico, é muita pressão!
Amei! Imagina isso numa situação de amor?
Essa Daniele, foi de arrepiar
ai pega fogo.beijo
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a voz dela é o máximo. de fato a viagem começa antes da viagem.
Belas considerações sobre a sexy e bela voz de Iris Lettieri! Aquela voz é algo de outro mundo… é pura volúpia mixada com as mais distintas fantasias!
volúpia mixada! em poucas palavras vc disse melhor q eu.beijos
Belo artigo sobre a Iris!
a Iris vale um livro, um filme. Marido lhe traiu, pediu divórcio, e EXIGIU não receber pensão, bens, só quis seu nome de volta!
Depois, foi convidada, pessoal e meio que nem queria, pelo próprio Pierre Cardin pra ser modelo dele, foi e não gostou. rs
Iris deve ter sido a única pessoa no Mundo a perder uma lente de contato numa piscina e, depois de procurar, ENCONTRAR! rs
Iris tem estes e muitos outros trabalhos e continua fazendo, continua na ativa!
Xico….sou apaixonada por voz…sussurro…..e tudo mais….rss…. concordo plenamente com vc…é possivel sim…fazer amor com uma voz…. sonhar … e apaixonar-se entao nem se fala….beijos…ti amo.
Ah! Que danada a imaginação do poeta ao construir um cenário de amor sem cólera com a séria e comprometida narradora de destinos voadores…
Dá-lhe, Xico Sá, que consegue encontrar inspiração até na voz de uma mulher!!!Vai ser romantico assim, lá em…Recife, Olinda, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraty e aqui onde eu moro!!!!
de plantao sempre,Mary. tu mora mesmo adonde? beijos
” tu mora mesmo adonde?”
Essa Xicosa foi imperdoável
Pior, bem pior, que trocar o nome d’amada
rsrs
moralmente ou gramaticalmente? hahha.abraço amigo
…no Internacional dos Guararapes a voz é de Mônica Feijó. Fazer amor, não, mas me sinto íntimo de La Feijó quando a ouço.
é mesmo,rapaz! coisa finíssima e bem lembrada.abrazo