Revisitando o lar de um macho-jurubeba
20/10/12 00:52Fazia séculos que não voltava a um lar-doce-lar de verdade. Um teto de um macho-jurubeba.
Eis que no Recife, na volta para a Várzea, me reencontro com o meu verdadeiro passado.
Uma casa de homem, por supuesto, essa maravilha de cenário, no que lembrei da minha narrativa mais antiga sobre o assunto.
Porque, noves fora o “homem de predinho antigo”, aquela criatura que adora um pé-direito alto, um sofá de época e uma luz indireta, o macho solteiro é um desastre no capítulo decoração.
Tem lá o seu sofá velho, a sua tv, uma cama barulhenta, três ou quatro panelas _sem cabo_ encarvoadas pelo tempo, e copos de requeijão, muitos copos de requeijão, alguns deles ainda com um pedaço do papel do rótulo.
Se brincar, o cara coleciona também os velhos copos de geléia de mocotó, um
primor de utensílio “vintage”.
E quando a fofa, toda fina e fresca, nova namorada, chega lá no “muquifo” com a sua garrafa de champanhe?! Procura, procura as taças, para fazer uma graça com o marmanjo, e nada. O jeito é beber Veuve Cliquot em copo de extrato de tomate.
Quem mandou apaixonar-se por um macho-jurubeba autêntico, que vem a ser justamente o avesso do metrossexual, aquele mancebo da moda que se lambuza de creminhos da Lancôme e decora o loft, sim, ele mora num loft, de acordo com as tendências da revista “Wallpaper”.
Pior é quando ela tenta mudar tudo. E põe aquele seu quadro caríssimo e de grife numa sala que não tem nem mesmo um sofá que preste?!
Um desastre.
A fofa, toda classe média metida a besta, não desiste nunca. Ai presenteia o bofe -sim, ela está doida e perdidinha pelo vagabundo- com uma batedeira prateada ultramoderna com 600 funções, que nunca será usada.
Ai fica aquela batedeira high-tech fazendo companhia aos três pratos chinfrins e aos garfos tortos _como se o Uri Geller, aquele parapsicólogo que aparecia no Fantástico das antigas, tivesse jantado por lá ou feito faxina na área.
Ela começa a revirar geral, um deus-nos-acuda, numa casa onde ninguém havia mudado sequer uma planta de lugar. O reino vegetal, aliás, é outro ponto fraco do macho solteiro. Jarros, flores? Nem de plástico.
Na casa do homem solteiro típico, a utilidade triunfa sobre a estética. O cúmulo do utilitarismo. Sofá da tia-avó vira cama, como diz a minha amiga D., co-autora dessa crônica. A cama vira sofá, a rede vira sofá e cobertor, o cobertor vira cortina preso à persiana…
A falta de cortina é outra marca registrada do desmantelo do cavaleiro solitário. Quando muito, papel filme.
Abajur? De jeito maneira. Tosco no último, ele não tem cultura de luz indireta, nem nunca terá, esqueça.
Outro traço de personalidade do macho solteiro: tudo que chega até a cozinha vira tupperware -aquelas embalagens plásticas de lasanha comprada pronta, caixinha de entrega de comida chinesa ou japonesa, potes de sorvete… Uma festa!
Sim, na geladeira só latinhas de cerveja, uma garrafa de água vazia e uma triste e chorosa cebola partida ao meio.
Nada contra o artigo, mas eu discordo com alguns pontos a alguns extenct. Eu sou provavelmente uma minoria, porém, lol. Obrigado por partilhá-lo no xicosa.blogfolha.uol.com.br.
Nos meus tempos de república na mesma Curitiba do Wonka, encontramos a forma mais democrática para o problema de “quem lava a louça”: Deixa tudo sujo, em cima da pia, e quem for usar, lava antes do uso.
Sou otima no quesito ” maximo com o minimo “. Um loft organizado com um macho jurubeba eh uma misturinha capaz de deixar qualquer uma a vontade… Ou melhor com vontade!! Dica maravilhosa.. Apague as luzes e acenda velas perfumadas!
Este é um recurso tão grande que você está fornecendo e você dá-lo afastado para livre. Eu gosto de ver sites que entendem o valor de fornecer um recurso primordial para livre. Eu realmente adorava ler suas mensagens xicosa.blogfolha.uol.com.br. Muito obrigado!
Macho jurubeba tem prazo de validade na vida de uma mulher. 20 e poucos anos.
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Eu passei alguns dias em uma casa exatamente como você descreveu Xico, mas não tinha entendido direito o conceito. Agora sei, conheci um autêntico macho jurubeba e adorei!
Mas esse macho jurubeba tem um ponto fundamental a seu favor, ele é “macho”, habitos se mudam, mas a macheza de um homem, ah isso não se muda nunca, ou é ou não é, e se é já ta de bom tamanho.
” a utilidade triunfa sobre a estética”
Muito boa!
Esqueceu dos famosos “lagoinhas” furtados do buteco!
Tá tranqs, meninas: pra ser jurubeba, não precisa ser macho.
Afinal, qual a diferença entre batedeira e liquidificador? e que diferença isso faz, se vc chama o bofe pra comer e nenhum dos dois tá pensando em bolo?
Tem colchão, tá valendo.
Pobre homem, pobres mulheres. Alias, especie em vias de extinsao. E como ja foi dito por ai, em breve……breve mesmo, serao catalogadas. Me bate uma nostalgia da geleia de mocoto…rs
Deixastes-me com os olhos marejados caro Xico. Brigado por não descrever o banheiro e nem a saboneteira de margarina.
meninas, menina jurubeba não rola. menina tem que ser fresquinha. hihihihi
Valeu, conselheiro do Divino FC.
Sim, já li este texto mas continua atual, aliás o macho-jurubeba ainda existe!
Chorei de rir – ” O jeito é beber Veuve Cliquot em copo de extrato de tomate”. É bem por ai…kk Olha o que vale mesmo é trocar o óleo, se o copo esta com o rótulo de requeijão não voga tanto, tudo isso passa batido quando a pegada é boa.
Ja fui assim, funcionou com algumas, mas na prática o que eu observo é que não funciona mais, nem para uma simples fodinha…talvez seja a idade, mas hoje já chegam perguntando ou “percebendo” se tem TV a cabo, se tem cama boa, se tem…etc…
o melhor de tudo é não ter ninguém pra te falar o que é certo ou errado…pq na vida, minha menina, não há certo nem errado…
kkkk… Morri de rir com essa. Quero vê se eu vou aguentar morar num AP que só vai ter CDs, livros e um colchão, é claro. Tu é gostoso, mas um tiquim de conforto não faz mal. Kkkkkkk!
Eu lembro desse seu texto, Xico. Bem legal. Revisitando porque já passou uma vez aqui no blog.
adoro! sala clean, dá p fzer yoga. hsauhs
Eu já li este texto ano passado… ctrl C…ctrl V
Também me sinto uma fêmea jurubeba! De tanto receber os amigos, acabei ganhando taças … Mas de resto …..
Xico é uma descrição exata da minha casa. Na casa de um macho-jurubeba na ausência de gás, faz-se um macarrão no chuveiro quente.
Abrazo mestre!!
janela aberta é cinzeiro
ja fui assim…….
Poxa! vc esteve aquí em casa quando chico?
depois que buguinha foi pra Olinda, a casa ficou isso aí!
Olha Xico…eu sou um macho-jurubeba solteiro…
Mas o que mais importa pra nós….e a liberdade….
Xico, onde eu acho um exemplar do macho jurubeba? Meu preferido, mas em extinção…
Fernanda: fui forçado a sair desta recentemente. Ainda tenho umas recaidas de vez em quando,mas dai dona patroa que entrou na minha vida da a xibatada usual.
Recife tem de sobra.
Minha casa parece a casa de uma fêmea jurubeba.
kkkkk
Tamo junto, Nívea!
Presente! Mais uma no clube!rsrsrs