Pompéia, do rock e do amor, faz 102 anos
05/10/12 22:24
Palavra do Rei Roberto que ainda hoje ecoa no bairro: “A Pompéia é a Liverpool paulistana”.
O cara se referia, obviamente, à terra dos Beatles.
A Pompéia, ainda prefiro com o assento original, é o pico do rock´n´roll de SP. De lá vieram os Mutantes, The Rebelds, Made in Brasil, Tutti Frutti, entre outros.
O bairro completa, neste sábado, 102 anos.
Neste final de semana de eleições, que a história da resistente vila operária sirva de exemplo contra a nova ordem de caretice que tenta se consolidar de vez nesta cidade.
Ali, em um sobrado da rua doutor Augusto de Miranda, 998, com direito a jardins suspensos, vinis de Neil Young na vitrola Tecnics e a minha Anna Karina mineira, fui muito feliz.
Flores da feira, risotos com paroles, paroles, paroles, filmes na TV, cine-cama domingueiro com cachorro quente, a luz do sol de “Lucia y El sexo” etc.
Sim, o amor acaba, os intuitivos gatos que o digam: sempre somem de casa antes dos finais e pequenos desastres.
É aquela parada drummondiana: as coisas findas muito mais que lindas estas ficarão.
Gracias, Pompéia, por tudo.
Ali gastei o ideal de amor sob o mesmo teto. O caminhão de gás tocava Ennio Morricone, como ela dizia dias depois, e a lua furava nosso zinco.
Ali também recebia o doutor Sócrates para tragos no botequim do Expedito, sempre com o seu papa-capim nas alturas e um silencioso coração mineiro.
A Pompéia que, apesar da atual fúria assassina imobiliária, resiste. É o único bairro que ainda mantém, em alguns armarinhos e oficinas, o respeito ao horário de almoço. Só abrem depois.
Para comemorar a data, o bravo Centro Cultural Pompéia realiza, neste sábado (06/10), o seu festival de jazz. Ali na rua Cajaíba esquina com a Cotoxó, em frente ao Tiro Liro. Mais abaixo, na Padre Chico e arredores, tem a feira de artes.
A Pompéia das enfermeiras do São Camilo, as mais charmosas da cidade.
Pompéia do PF madrugador do Souza e do latifúndio em forma de parmegiana do Degas. Sem esquecer, jamais, dos belos ombros das nadadoras das piscinas do Palmeiras.
Parabéns ao berço do rock nesta data querida.
E você, habitante ou ex-habitante do bairro, favor listar mais coisas legais da área.
E quem aí nunca pegou o 478-P para voltar de um rolê na Paulista, ou o 7272 voltando do Centro? Viva Pompéia!
Xico e o q dizer do nosso futebol:
tricolor saiu do rj p / bahia
de tam ou de gol ja disse o brown
um rolê no pituaçu é fundamental
e voltou com 3 ptos
agora cabera aos tricolores
comparecer no rj 2 jogos c/ mando seguidos
ST
Pompéia, bairro do meu querido e saudoso Sérginho Leite, grande artista, que antes de “partir” gostava de ir no “Souza”. Fomos muitas vezes juntos. Que saudades!!!
Xico… Não sabia que a minha Pompéia era nossa!!!
Vejo aí mais uma coisa que me conecta a você (além da sua literatura, com a qual eu me deleito)! Meus pais moram pertinho da Augusto de Miranda, cresci no final da Coronel Melo. 🙂
Amo a Pompéia e sinto saudades de tudo, principalmente do cheiro das flores branquinhas e miúdas, do pastel da feira de quarta, de descer de carro no tobogã da Avenida Pompéia, em direção à rua Heitor Penteado, do por-do-sol por entre os prédios no outono dos meus aniversários, das comidinhas, dos acepipes dos bares que de repente tomaram a area…
Gracias, Pompéia, por tudo mesmo!
Agora que estou tão longe, cada detalhe é uma saudade gostosa..
Um beijo de outono pra você,
Lucy
PS: Espero que a festa tenha sido bacana.
A Pulsar a pulsar, 21 anos no bairro fazendo história na fotografia brasileira………………………………………………………………………………
Procure no google: LIVRO CIBERCÉLULAS. Este livro irá te surpreender!! Recomendo.
E sabe onde que era a casa dos irmaos Batista, de onde surgiram Os Mutantes e toda esse referencia do meu bairro? Fica na Rua Venancio Aires, entre a Cotoxo e a Tucuna, onde atualmente funciona o “Conserto de Geladeiras”, do outro lado da rua do ponto de busao. Pois eh, foi la.
Qualquer ladeira abaixo num dia de frio com sol. Ladeira acima é melhor acompanhada pra dar aquela forcinha psicolólgica. Só de passear e entrar num café já é curtir.
Morador do bairro há menos de um ano, mas frequentador há alguns mais, destaco o bar do Toninho, ou Mercearia Santo Antonio, na Miranda de Azevedo entre Tavares Bastos e Coronel Melo de Oliveira, legítimo pé sujo com pedigree, o churrasco com pagode na esquina da Cajaíba com a Barão do Bananal nos últimos domingos de cada mês, e as tantas pracinhas boas pra levar o cachorro pra passear e encontrar as belas pompeianas com seus cãezinhos
Pompéia da Igreja Nossa Senhora do Rosário da Pompeia que batiza filhos de casais não-casados; Pompéia dos bares com cara de Vila Madalena, mas sem necessidade de parar em valets com preços abusivos; Pompéia que tem bar de ostra, peruano, de açaí, bistrô francês e boteco pé-sujo lado a lado! Parabéns a um dos bairros mais legais de São Paulo!
Aqui ainda se visita de supetão. Bate na porta e vai entrando, mas essas visitas têm um preço que nos faz pensar duas vezes se vale a pena encarar as ladeiras, as quais chamo de barrancos.
roqueiro que é roqueiro, não trabalha para o PIG. folha, desocupem a tv cultura!
trabalhador trabalha em qualquer lugar. na linha de montagem da volks,na redação, na feira, na plantação de flores de holambra, no minério de Itabira… nao misture as coisas.abraço
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