Barraco de casal: até que a eleição os separe
17/09/12 11:44Um barraco amoroso pode ter dezenas de motivos. O ciúme, você sabe, é sempre o maior causador deste tipo de drama.
Há barraco, porém, que nem carece de razão prática –basta a teia de aranha do tédio tecida pela acachapante rotina.
Durante as campanhas eleitorais o que pega é o barraco ideológico. Como o que testemunhei agorinha no calçadão de Ipanema.
Ele como fiel partidário do candidato à reeleição do Rio, o peemedebista Eduardo Paes. Ela, uma tigresa de unhas negras e engajada até os peitos adesivados, fazia propaganda de Marcelo Freixo, o cara do PSOL.
A discussão esquentou. O casal quase foi aos tapas e safanões. O que era apenas um embate político acabou incorporando temas mais íntimos. Arranca-rabo.
Acontece. Outra dia, tive que separar no braço dois pombinhos, aparentemente apaixonados, no bar Genésio, em SP. Ele, Serra. Ela, Haddad.
Tempo de eleição é assim mesmo. O pau canta. No Recife, então, a cidade mais ideológica do país, já testemunhei sururus históricos.
Até outro dia, e não somente em Pernambuco, era muito raro, raríssimo, gente da chamada esquerda namorar gente da direita. E vice-versa. Não havia paixão amorosa que desse jeito.
Como o tabu de namorar um(a) malufista em São Paulo até os anos 1990. Um tabu que se repetia em vários Estados com adeptos de outros políticos da mesma linha.
Uma amiga de São Luiz me diz aqui e agora que jamais beijaria na boca de um sarneyzista. Nem que fosse o último dos príncipes da Ribamarlândia.
É, amigo, ideologia quero uma pra viver.
Você já teve esse tipo de problema, Lola? Ou não está nem ai para estas barreiras? Vale a pena colocar o relacionamento em risco por causa de política?
Minha experiência pessoal garante que um casal só consegue viver em paz e em profunda intimidade se em alguns assuntos básicos houver identidade.
Os que me parecem mais importantes: espiritualidade, ideologia política, papel do homem e da mulher no relacionamento. O resto é secundário, na minha opinião.
Já tentei me relacionar com pessoas que pensavam diferente de mim em cada um dos assuntos acima, e não deu certo. Nos outros, como futebol e tantos mais, dá pra levar numa boa, é mais tranquilo manter a tolerância.
kkkkkkkkkkkkkkkkkkk sou de Recife e é isso aí, já presenciei coisas horríveisem um casal or conta da políttica kkkk
Vale a pena colocar a política em risco por causa do relacionamento?
Isso é muito sério…mal consigo ter amizades profundas com pessoas de direita!
É que nem religião: se não for igual, não combina.
Eu já tive várias brigas, porque “gosto” de política. Mas a grande verdade é que esse tipo de confronto acontece por motivos nada nobres: Vaidade, vontade de se impor sobre o outro, ou; Mediocridade, pois a pessoa luta pelo político, em vez de lutar pela sociedade.
A posição política de uma pessoa reflete seus pensamentos e sentimentos sobre o bem comum coletivo e pessoal. Sendo assim, se a pessoa estiver do lado oposto, a convivência diária fica muito difícil. Não há concordância sobre questões importantes como: direitos humanos, minorias, educação pública ou privada, regras do mercado – liberalismo ou maior presença do Estado… e nem sobre os ideais de vida juntos: filosofia de vida, parceria, educação dos filhos, visão de futuro… Enfim, no curto prazo pode funcionar, mas a longo prazo pode ser extremamente desgastante e destrutivo.
Sim, Maisa, a interferência desses assuntos -a menos q o casal resolva viver mudo- é muito grande. fica dificil a convivencia qdo as diferenças sao extremas.beijo
O pau come entre os casais mesmo. Pior do que brigar por ideologias é brigar por tudo: Eu Tucano ela Petista, eu São Paulino ela Corintiana, Eu sem religião ela católica fanática, eu muito alto ela baixinha, eu leio estadão ela folha de SP, eu prefiro os Stones ela os Beatles, eu leio Bukowski ela Clarice Lispector e por ai vai, brigamos o dia inteiro mas não nos largamos! E é isso que importa.
Gostei da minha conterrânea ludovicense… Apoiado! Os Sarneys ainda se elegem no Maranhão a custa dos pouco instruídos.
Xico, te assisti na Gaby, claro, e amei a entrevista. Mas tu é safado mesmo né, e ainda se declara religioso-cafajeste… foi muito bom. Bj.
E agora Mafalda?