Para você que se livrou de um homem-roubada
13/09/12 17:00Ou de uma mulher-abismo.
Ou ainda: a dor é P&B e a liberdade é 3D.
Para você, minha pequena, que acaba de se livrar de uma dor amorosa que a acompanhava pelas ruas como um vira-lata sadomasoquista.
Para você que acabou de deixar essa dor no cemitério dos amores esquecidos ou no crematório dos encostos e homens-roubada.
Para você, neste exato momento em que se livra da praga, o cirúrgico instante em que você diz “baby você já era”, como na versão da Clarah Averbuck para “Out of Time”, dos Rolling Stones, clássico dos concertos de Wander Wildner.
Está ai um momento lindamente difícil, primeiro plano, fechado, só você e a câmera do homem que filma tudo lá de cima, agora em 3D, para que todos acreditem e não vejam como truque ou chantagem…
Está ai o justo instante em que diz, aqui, câmera 1, a grua de Deus: acabou chorare, tá tudo lindo, chega de palhaçada!
O momento da iluminação, meu santo Jack Kereouac, o beijo no vento, o sorriso, o fim da maldição de todas as músicas tristes que pareciam sempre biográficas, como as de Leonard Cohen, do Chico ou do Waldick.
Já reparou, amigo(a) que, quando doentes de amor, toda e qualquer canção é a história cagada e cuspida das nossas vidas?!
Entramos no carro ou em um táxi de madrugada, velho e bom amigo Serginho Barbosa, e lá está a trilha sonora da existência.
Agora você simplesmente ergue as mãos para os céus e diz: estou livre, carajo!
Penei, sofri, vivi o luto amoroso, mas essa(e) peste não me merece. Você ergue as mãos para os céus e agradece.
Você foi grande, não esnobou com o(a) primeiro(a) que apareceu pela frente, respeitou o luto sob trilha de Morrissey, viveu noites de insônia e solenes estiagens no reino da Carençolândia.
Você quase toma barbitúricos, você quase toma racumin como os suicidas antigos, mas você foi forte, enfim, você foi intenso(a) e segurou a onda em todas as medidas e trenas do possível.
Óbvio que às vezes você se enganou, achava que estava livre e teve ruidosas recaídas, todos nós dançamos esse tango sem manteiga, achamos que estamos libertos e lambemos, de novo, os pés de novo da mulher-abismo ou do homem-roubada, afinal de contas o amor é mesmo uma pedra de crack da existência.
Agora não, você se sente livre mesmo, até recita um verso de Walt Whitman: “De hoje em diante não digo mais boa sorte, boa sorte sou eu!” E segue. Lindeza.
Pronto. Você se sente livre mesmo(a), se arruma bem linda, bota flor no cabelo, você, homem velho, luta boxe sozinho no banheiro, você pede um uísque duplo, bota um Rolling Stones na radiola de ficha, sai bonito da sinuca, mata a bola preta de tabela, você está preparado(a) para uma nova vida, caiu a pena como um passarinho, caiu o pelo como um(a) gato(a), mudou de sina e com todo respeito ao clichê mais vagabundo, a fila anda.
Você fez todas as rezas, orou para Jesus, foi no terreiro e no centro espírita, baixou os tarôs e tomou carma-cola, pediu para a menina anônima que viu a virgem na mata e rendeu-se ao neo-orientalismo, você fez de tudo um pouco, santa.
É, amigo(a), se o pé-na-bunda é em preto e branco como naqueles bons, mudos e tristes filmes do expressionismo alemão, a salvação é em 3D, mais que léguas submarinas, é uma montanha russa, um carrossel de parque de diversão, uma roda gigante ou uma simples caminhada pelas ruas com um sorriso enigmático e um bom ventinho na cara.
Adeus, roubada!
Sou internauta há pouco tempo e tive a felicidade de conhecer seus textos. Levanta o astral da gente. Já tive vários homens roubada mas tenho sorte, não duram o suficiente pra sofrer muito. Vamos levantar a cabeça e seguir em frente porque não adianta sofrer por quem não merece. Parabéns, vc é ótimo!!!!! Bjs e abraços.
Xico,não tenho mais o q dizer,já disseram tudo.Fico só rindo sozinha e imaginando como vc pode penetrar tão profundamente e entender essas mazelas do amor(homem roubada)…quem de nós nunca passou por isso…gde beijo.
Carajos de asas… perfeito 🙂
Xico, maravilhoso!! Depois dessa, joguei a última pá de esterco na cova do falecido-roubada 🙂 Te amo!!!
Continue escrevendo, assim, sempre 🙂
Beijos!
Atônita. Enebriada. O texto é seu querido Xico, mas foi feito prá mim..boa sorte sou eu, boa sorte somos nós, os mortais que retomam a rédea de suas vidas, de suas vontades. Hoje eu quero sair só..melhor só do que mal acompanhada!
“que bom que não se interessa mais por mim!” de Pedro Luiz cantado por Ney e com a afirmação da Kika.
Xico, isso é um texto de sexta-feira. Depois de ler, a vontade é ir desfilar essa “3Dzice no Central ou tomando todas no Zero Um. Afinal, a cachaça também te dá asas. 😉
desfilar ali no asfalto entre o central e o frontal! avisa q vou assistir, aplaudir e… beijos
E dividir a cerveja? hehe Beijo! =)
Xico, foi um homem-roubada que me falou de ti. E tu foste o melhor que me ficou dele! Rsrsrs Beijos de Lisboa
“Adeus,roubada”!!! De tangos sem manteiga aos “out of times” da vida, seus textos acabam com o chorare de qualquer um, baby. Esse texto diz tudo, assim como tantos outros. Sou apaixonada pela sua forma sublime de escrever!!! Não mude,nem se perca por aí (pouco provável). Seu lindo!!!bjos
amanda,corazon,assim eu vou é me dedicar mais nas escritas.beijos
hahaha, você é o melhor do mundo!
Hahaha, é isso xicosa, acabou o murro das lamentações desabou já era.
Luto bem vivido, eis agora vivo a melhor parte da vida… curti e cada trilha sonora neste momento… apenas rir com os amigos, dançar… e ser somente minha, todinha minha.
É bem isso “‘“De hoje em diante não digo mais boa sorte, boa sorte sou eu!””..bjao.
Catzo, Xico!! Coração disparado e lágrimas nos olhos diante da narração do que quase é a minha atual realidade. Só ficou no quase porque apesar de ter enterrado o velho amor, ainda não consegui voltar pra vida. Me escondo do mundo com medo de alguém me enxergar, um medo FDP que transformou tudo aqui dentro em pedra…
Porque mais difícil que se livrar da dor, é voltar pra vida e arriscar a senti-la novamente…
Xico,
E suas metaforas e verdades maravilhosas. Amo!
Adorei!
Meu querido Xico, adorei o bate papo ontem em Sorocaba. Ficamos lindos na foto.
Acabei de me livrar de um homem roubada e sigo feliz. Lindamente.
Mais uma vez, adorei seu texto!
Beijos.
Genial, meu caro.
Quem nunca passou por uma dessas?Mas realmente depois que você se liberta é o nirvana.
Xico você realmente já deve ter se livrado de algumas “abismos” por aí.Bjs
como sempre, fenomenal!
Eeeee! Que maravilha, né, o dia após o outro! Como é bom esquecer tbm, né? Você é demais, Xico! Sempre junto, nas horas boas e ruins. Obrigada! Te adoro. Beijo
“o amor é mesmo uma pedra de crack da existência”. É isso ai.
Chico meu rei!! To esperando este filme 3D há quatro anos… a dor amorosa nao me acompanha mais pelas ruas, mas é uma peste, as vezes, aparece sem avisar e me pega desprevinida… parece que tá sempre a espreita
puta madre !
Eita Xico, melhor ainda dar adeus à dor em pleno setembro!
Que seria uma mulher abismo?
Bj
Mariana, pedindo licença ao Xico para responder por ele, e já respondendo, mulher-abismo é o amor impossível do homem-roubada. E vice-versa.
Xico, entendi certo ou errado?
XicoS Sá, eu te amo… Mesmo sabendo que tu é um homem-roubada!
Nossa Xico! Parece que você fez a previsão do meu destino! Arrepiei! rs
Ah, Xico, só você mesmo para dar essa levantada em qualquer mortal. Xico, seu serelepe…
Giovanna
bora chacoalhar geral nas asas do desejo.beijo
É pura verdade, mas conseguimos!!!!
Viva depois de 12 anos de vai e vem.
O texto relatar exatamente o que acontece e a vitória final!
obrigada
Xico,
Eu geralmente amo tudo o que você escreve, mas esse texto tá lindo demais!!!! Suas analogias se superam!
Lindo uso da nossa língua, das referências… Lindo o viés poético pelo qual você intrepreta a vida. Adoro!
Vida longa à sua inspiração, meu rei!
Beijo de outono,
Lucy
gracias,amor.com uma leitora dessas eu madrugo pra tentar algo q preste.beijo
Ai que galante! Corei! 🙂 Bjs
Obrigada, Xico! Foi justamente o que fiz! 🙂
Nutro uma paixão imensurável pela tua sabedoria…. 🙂 Bjão
gracias,amor.bjo