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Xico Sá

Modos de macho, modinhas de fêmea & outros chabadabadás

Perfil Xico Sá é escritor, jornalista e colunista da Folha

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O que é ser uma mulher rodriguiana

Por xicosa
21/08/12 11:40

1ª edição, anos 1960, da Lolita do tio Nelson

No burburinho do boteco, esse pentecostes das incompreensões urgentes, uma moça mais espevitada diz para uma apenas engraçadinha:

-És uma rodriguiana mesmo!

A dois dias do centenário de Nelson Falcão Rodrigues (1912-1980), recifense criado no Rio, fiquei pensando, com todos os clichês possíveis, de que matéria seria feita uma mulher rodriguiana.

Teria quantos por cento de culpa? Não faço a menor ideia. Mas certamente teria o pudor a corizar 24 horas no pequeno nariz.

O pudor é a mais afrodisíaca das virtudes. Disse Ele.

Todas as mulheres retratadas em crônicas, contos e peças de N.R. são pudicas. Mesmo a dama do lotação antes do sexo inadiável que começa no coletivo –ali foi inventado o bilhete único para o amor.

Alguém me disse, na mesma mesa das moças do supracitado boteco, que ninguém no Brasil é mais rodriguiana do que a Alessandra Negrini.

A atriz fez a protagonista da minissérie baseada no folhetim “Asfalto Selvagem: Engraçadinha, Seus Amores e Seus Pecados”, textos de Nelson que saíram no jornal “Última Hora”, final dos anos 1950.

Vem daí a lembrança imediata da Negrini. Lembro também da Lucélia Santos que fez a lolita rodrigueana no cinema.

Esqueçamos, porém, a memória televisiva ou cinematógrafica -se é que isso é possível.

Você se acha uma rodriguiana?

Uma rodriguiana, versão 2012, pode até fazer sexo na primeira noite.

Uma rodriguiana, porém,  jamais seria uma desbocada. Só diz palavrão na cama e depois de uns seis meses de casamento.

Uma rodriguiana pode até gostar de levar uma boas palmadas na hora do sexo. Talvez, agora no tempo das correções, apenas na bunda.

Enfim, amigos, quero apenas seguir em regime de homenagem permanente ao nosso gênio centenário. São apenas especulações em torno da mulher rodriguiana. Um jogo de adivinhação. Nada sei sobre elas.

Mais uma, garçom. O debate está aberto.

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Comentários

  1. Larissa comentou em 25/08/12 at 17:52

    Ser mulher rodriguiana nos tempos atuais não é nada fácil! Eu bem sei disso…

  2. Paola comentou em 25/08/12 at 9:45

    Ah…. to tiste…. Acho que não sou uma…. O que será isto né? de a mulher querer ser uma rodriguiana só pela atmosfera que isso envolve?

  3. Eduardo B. comentou em 24/08/12 at 22:29

    Xico, post antigo mas vale o comentário. A mulher rodriguiana é a Argentina, especialmente a portenha. Qq um que já tenha passado uns tempos em Buenos Aires sabe doq eu estou dizendo. Mulheres pudicas e de difícil “acesso”! abs

  4. Linha comentou em 23/08/12 at 22:25

    A mulher rodriguiana sem perceber, mata de inveja uma mulher comum.Como a primeira consegue ser cativante e discreta ao mesmo tempo ?Às vezes nem é tão bonita, mas tem um não sei o quê de paixão que atrai seu parceiro e se tornam cúmplices e felizes.Pobres mulheres comuns que capricham nas roupas curtas,coladas,transparentes e quase nuas se oferecem aos contemplados pelas rodriguianas,mas esses,esses já estão muito bem fisgados…E não têm olhos para outras ,aliás, não precisam de outras, são satisfeitos…Ser rodriguiana está na alma,não dá para fingir que é. Quando estava lendo esse texto,me lembrei daquela música da Fafá de Belém (…quando me cobiçou, sem querer acertou,na cabeça…eu sou sua alma gêmea,sou sua fêmea, seu par…)

  5. Carioca comentou em 23/08/12 at 21:52

    Sim, Rodriguiana legítima. Bibliotecas e seu silêncio me excitam, tenho saudosismo do tlec, tlec das máquinas de escrever, enrolava a saia na cintura como as normalistas do Instituto de Educação, já tive namorado cadete, e ainda ruborizo na saída do banheiro do Jobi quando olham minha aliança.

  6. Ale comentou em 23/08/12 at 21:02

    Gosto dessa contradição marota das mulheres rodriguianas… Um recato… que aproxima-se de um mistério… do segredo que dorme no travesseiro… sensual. Uma mulher rodriguiana, não abre-se de uma vez. Sua história encontra-se na página seguinte. Na fronteira. No escrúpulo está sua indecência.

    • Amanda comentou em 24/08/12 at 14:15

      Que bela definicao!

  7. Ana Laura comentou em 23/08/12 at 11:29

    afemaria. Tenho medo de dizer que amei, como todo mundo, afinal, toda unanimidade é burra, como disse Nelson Rodrigues.
    Está perfeito. 😉

  8. Helena comentou em 23/08/12 at 11:17

    Sim, um pouco rodriguiana, um pouco machadiana. E quase balzaquiana.

  9. Maria Paula (Boneca de Pano) comentou em 23/08/12 at 1:27

    Bendito Xico!!!
    Não consigo não me ver como uma Rodriguiana… Tudo na medida certa, com a timidez, com o pudor, mas também com a volúpia…
    Amei seu texto, como amo todos que vc escreve…

  10. Márcia Magalhães comentou em 22/08/12 at 17:59

    sou uma rodriguiana com muito orgulho!!

  11. Amanda comentou em 22/08/12 at 17:39

    Gostei de apreço pelas rodriguenas ,
    logo…rs..rs.
    Next :

  12. THEES comentou em 22/08/12 at 15:31

    Procure no google: LIVRO CIBERCÉLULAS. Este livro irá te surpreender!!

  13. Turtle comentou em 22/08/12 at 13:36

    A Paola de Oliveira, com Andrea Beltrao e Fernanda Torres ontem no entre tapas e beijos foram totalmente rodrigueanas..
    Principalmente a Paola sensacional no strip rebelde

  14. Nivea comentou em 22/08/12 at 9:50

    toda brasileira faz sexo no primeiro encontro se ela tem atração fisica pelo cara.
    Isso nao tem nada a ver com Nelson Rodrigues, é a liberdade da mulher e poder de escolha da mulher que cresceu.

    • Vítor comentou em 22/08/12 at 12:07

      Logo, se uma mulher não faz sexo no primeiro encontro, ou ela não tem atração física pelo cara ou não é brasileira. É isso?

      • Natalia comentou em 23/08/12 at 20:03

        Ou quem sabe ela não faz sexo no primeiro encontro justamente por se sentir extremamente atraida pelo cara!!rs

  15. Lucido comentou em 22/08/12 at 9:47

    “Uma rodriguiana, porém, jamais seria uma desbocada…. Só diz palavrão na cama e depois de uns seis meses de casamento.”

    Cara caretasso esse ein? Lerdo.

  16. Mari Muniz comentou em 22/08/12 at 9:36

    Creio que a mulher rodriguiana existiu somente na imaginação e visão dele, mas todas nós gostaríamos de ser uma mistura de todas, com ares ingênuos e plácidos até a explosão do vulcão. Saudades de vc no Saia Justa. Mil bjs Amore.

  17. FABIANA MATTOS comentou em 22/08/12 at 9:33

    Procure na internet: LIVRO CIBERCÉLULAS. Este livro irá te surpreender!!

  18. André Luiz comentou em 22/08/12 at 9:33

    Bela homenagem Xico.
    Seria muito foda, se você escrevesse sobre o velho Buk também, Charles Bukowski. Verdadeiro macho jurubeba.

  19. Ana comentou em 22/08/12 at 9:08

    Vou parar de ser desbocada e ficar corada mais vezes para ver se me metamorfoseio.

    • Eduardo B. comentou em 24/08/12 at 22:31

      Adorei o comentário…
      Tenho uma queda pelas “Anas”, alguma chance de eu conseguir seu email?

  20. Juliana Carvalho comentou em 22/08/12 at 8:38

    Penso que se a mulher rodriguiana é pudica, esse pudor é fruto de uma grande contenção, é a ponta do iceberg, é a máscara que esconde o excesso de volúpia e desejo. O que Nelson captou em sua literatura ainda está bem vivo entre nós!

    • xico sa comentou em 22/08/12 at 8:43

      Perfeito, Juliana. o pudor é um belo veu.bjo

    • Lucas comentou em 22/08/12 at 9:06

      Sendo assim, a mulher mineira é a rodriguiana por excelência.

      • Balzaquiana comentou em 22/08/12 at 13:35

        Xico,
        Sinto-me categoricamente uma rodriguiana: pudica; polida; voluptuosa; obscenidade oral, só na cama; casada, mas misteriosamente envolvida por um ‘quase desconhecido’, que desperta em mim os desejos mais primitivos, fazendo-me ter pensamentos que, às vezes, envergonho-me de ter… e mineira (como o Lucas citou no comentário, as mineiras são rodriguianas por excelência).

        • Lucas comentou em 22/08/12 at 14:24

          Me escreve pra gente trocar uma idéia, super numa boa? lucsky54@gmail.com

          • Balzaquiana comentou em 22/08/12 at 17:02

            Por que enfatizou’super numa boa’? rs

          • Lucas comentou em 22/08/12 at 18:38

            Porque eu fiquei realmente curioso pra saber algumas coisas mas não queria dar idéia de assédio internético rs

          • Mica comentou em 23/08/12 at 11:19

            A dúvida no ar ficou…

            Será que Balzaquiana adicionou Lucas??

          • Lucas comentou em 23/08/12 at 14:06

            Miseravelmente não, Mica, fiquei no vácuo rs

          • Mica comentou em 23/08/12 at 17:24

            Pois é Lucas, acho que ela está sendo rodriguianamente púdica… 😉

          • Balzaquiana comentou em 24/08/12 at 12:34

            Mica curiosa. Lucas ansioso.

  21. Helen comentou em 22/08/12 at 8:19

    Sempre gostei de assistir “A vida como ela é”, para observar o comportamento feminino. Acredito que os perfis das mulheres rodriguianas excitam pelo mistério que envolve suas ações, de início demonstrando uma certa fragilidade e medo, depois, mostrando do que realmente são capazes de fazer e do que é formada a essência de cada uma delas. Conheço várias mulheres rodriguianas, são discretas, igual uma brasa encoberta, ninguém esperam nada delas, só descobrem quando se deixam descobrir. Beijo Xico, te vejo no Saia Justa.

  22. opinioso comentou em 22/08/12 at 8:10

    “pentecostes das incompreensões urgentes” é genial, Xico. Genial. Que antena você usa pra captar esses sopros machadianos?

  23. ze mane comentou em 22/08/12 at 7:30

    toda mulher é rodriguena até mesmo as desbocadas, assim como todo timido é um maniaco sexual em potencial e toda unanimidade é uma merda.

  24. RoGarzi comentou em 22/08/12 at 7:04

    Tenho a impressão que uma mulher Rodriguiana não sabe que é uma.

    • Letícia comentou em 22/08/12 at 10:59

      Massa!

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