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Xico Sá

Modos de macho, modinhas de fêmea & outros chabadabadás

Perfil Xico Sá é escritor, jornalista e colunista da Folha

Perfil completo

Homem-Ossanha: o que diz ´vou´ e não vai

Por xicosa
03/07/12 02:50

 

Baden & Vinícius, os caras que me deixam na frente do crime. Gracias, amigos

É tempo de homens frouxos e perdidos, baby. Homens que não pegam no tranco. Homens que estão sempre confusos. Melhor: “cafusos”, como na blagle do gênio Didi Mocó -“eu tô cafuso, eu tô cafuso”.

E não me venham mais, caros colegas de perdição, com essa história de que estamos zuretas por causa do avanço da fêmea e outros chabadabadás etc etc. Isso é coisa para simpósio, café filosófico, Casa do Saber etc.

Caí nesse conto do varejo sociológico, mas agora me rebelo. Estamos perdidos por preguiça sentimental mesmo. Pura acomodação. Não tiramos a bunda do sofá. Seja para ver um Madureira x Brasiliense ou para ver o título do Corinthians na Libertadores.

Fingimos que estamos reagindo aos sinais dos tempos. Necas. Não confundam metrossexualismo com sensibilidade. Usar um creminho e depilar o peito, nos casos mais extremados, não é ser um hétero com alguma delicadeza. Muito pelo contrário.

Estamos onde sempre estivemos: acomodados à repetição da rotina. Homem ama quando o garçom pergunta: “o de sempre, doutor?”É deveras confortável. Daí levamos o conforto do botequim para todos os lugares.

Daí esquecemos o pedido mais óbvio e silencioso das mulheres: “Me surpreenda, miserável!”

E, amigo, se ela tiver que verbalizar esse pedido implícito nos seus olhos e gestos, adeus, estamos lascados. É que já estamos no atoleiro moral do namoro ou casamento.

Nossa boa forma de usufruir o melhor dos mundos é fácil. É só aplicar o lema dos escoteiros: “Sempre alerta”.

Sempre ligado para ler os sinais no rosto delas. Ler principalmente os olhos, as entrelinhas, os silêncios ao dobrar a esquina etc. Não deixar que ela se entregue a divagações com os farelos dos pães do café para nós dois.

Se você dá chance à metafísica dos farelos, já era. Logo mais a danada vai alegar um tal de retorno de Saturno, vai ficar toda mística, e adeus. Todo cuidado é pouco com todas as fêmeas, mas, por favor, atenção redobrada às mulheres que chegam ali por volta dos 28.

Idade fatalíssima. Mais esforço, hombres. Também estou tentando.

O que nos mata é esse eterno “Canto de Ossanha”, como no samba de Vinícius de Moraes e Baden Powell: “O homem que diz vou/ Não vai!”

Escute a música aqui e repare se não faz sentido.

Nunca estivemos tão vacilões. Canalhas primários. Só prometemos. Dizemos que vamos e… “puerra ninguna”, como diz meu papagaio paraguayo no seu portunhol selvagem.

Matamos até aquela clássica exclamação rosada das bochechas femininas: “Você só quer me comer!!!”

“Quem dera”, elas riem da nossa cara. Nem isso. Muitas vezes nem isso, como me contam aqui, na apuração da tese de boteco, as minhas lindas Gi,Dri,Mi,Bi,Fá,Só, Lá,Si…Dó! SP ama encurtar os batismos, eu acho ótimo e afetivo.

Passo a régua com um haikai que fiz um madruga dessas, no mercado do Peixe, Salvador, Rio Vermelho: Você vem, mexe, assanha /depois fica no vai não vai/ parece “Canto de Ossanha”.

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Comentários

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  12. Miriam comentou em 05/07/12 at 22:13

    Predador evoluído, você.

  13. Lushka comentou em 05/07/12 at 19:21

    Xico Sá,
    adorei a analogia do Homem de Ossanha. Parabéns pelo texto!

    Branco,
    para você que gosta de escrever, algumas dicas de gramática, para que seus textos futuros não sofram dos mesmos erros:
    1. “a” crazeado é igual a + a, isto é, só é usado antes de nome feminino, nunca antes de um verbo, como “à mirar-me”, “à emitir” ou “à fiz”;
    2. nunca se separa o sujeito da ação; em “As pernas cruzadas e descruzadas , mostravam discretamente um pedacinho de tecido vermelho” ou se tira a vírgula ou se coloca “cruzadas e descruzadas” entre vírgulas;
    3. Quem “Superou meus devaneios!”? Os seios? Vale re-escrever para não soar como erro de conjugação;
    4. A pontuação merece uma revisão cuidadosa.
    Bons escritos.

    • Pasquale comentou em 06/07/12 at 15:16

      Lushka, apenas uma observação:

      “craSeado”, já que crase se escreve com S.

      Grafia também merece uma revisão cuidadosa, principalmente quando esta ensinando ou corrigindo alguém.

      😉

      • xicosa comentou em 06/07/12 at 20:07

        é, Lushka, ja fui tao bom nisso.hj com 5 minutos pra escrever, e isso nao é desculpa,acabo atropelando a gramática. sei todas essas regrinhas,ate ja as ensinei no colégio…, mesmo assim, em algumas ocasiões,passo por riba de tudo. insanidade. mas me corrija sempre, faz favoire, será lindo. beijo

  14. Fernanda Lanza comentou em 05/07/12 at 16:14

    Como sempre Xico Sá, perfeito!!! Os homens tinham que ler um pouco mais das suas crônicas…

    Sensacional.

  15. Klimatyzatory comentou em 05/07/12 at 7:50

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  17. Vinícius comentou em 04/07/12 at 14:48

    Aê Xico, Forum da Ele e Ela, lembra? Só clássicos da literatura hah

  18. branco comentou em 04/07/12 at 14:19

    Foi um sonho ou foi real ? Quem sabe ?

    Sei que num sábado qualquer, bateram à porta; casa vazia,
    tarde propícia. Era ela !

    Pediu para entrar, disse que estava passando….
    Entrou; perguntou por todos, “viajaram respondi”…..

    Estava calor, ofereci uma bebida, ela disse que não, que tinha pressa ……
    Essas coisas que diz toda mulher….

    Insisti, aceitou…. Coloquei uma música suave, perguntei pela vida;
    “assim , assim” , respondeu…

    Notei que seus seios estavam soltos dentro de um vestido saco, sem mangas
    bem cavado, mostrando retalhos da minha agonia!

    “Ave Maria, ela é cheia de graça e só o Senhor sabe das minhas fraquezas”….

    Na segunda taça ela ria, ria muito com aquela boca enorme e os olhos negros
    à mirar-me…. As pernas cruzadas e descruzadas , mostravam discretamente
    um pedacinho de tecido vermelho ….Era de propósito ?? Não sabia e me torturava…

    Na terceira taça, disse que sentia calor…que gostaria de nadar…Lamentou não ter o
    traje adequado !….

    ‘‘Bendito é o fruto deste nosso encontro”….

    Um cisco no olho foi providencial; dispus-me a assoprar… Bem pertinho senti seu hálito
    quente. Mandei-a fechar aqueles olhos negros. Surpreendi e beijei seu pescoço, logo abaixo da
    orelha….Ela gemeu, um gemido fininho, barulho de gato; um ronronar suave ….

    Ela continuava à emitir pequenos grunhidos, ainda de olhos cerrados….Desviei
    minha exploração para o resto da nuca…Agora ela gemia mais alto, com a boca aberta!

    Tirei seu vestido, num golpe único e deparei-me com aqueles seios que eu tanto imaginara…
    Superou meus devaneios!
    Lembravam os doces sonhos das vitrines de minha infância; eram morenos e redondos , salpicados
    por estrelinhas brancas.. Seus biquinhos entre o rosa e o escarlate, olhavam para o céu , como
    a pedir perdão pelo desvio de ofício….

    “Rogo por mim, agora , na hora de minha pequena morte”….

    Tirei sua calcinha, delicadamente, postado atrás ! Que deslumbre!… aquela bunda majestosa; não
    era simplesmente uma bunda; era um Altar !, local para se rezar aos pés e depositar os desejos mais secretos…..

    Ela virou-se e ofereceu-me os lábios! Seus seios rijos riscavam meu peito com urgência ….
    Deitamos ; ela entreabriu as pernas mostrando parte do seu mistério ! Era o poço dos desejos, a terra
    do nunca, onde tudo pode, a Pasárgada do Bandeira oferecendo a cama e a mulher escolhida…..

    Com sofreguidão arrastou-se sobre meu corpo , até minha cintura; e com a desenvoltura das mágicas
    desapareceu em meio ao meus pelos pubianos , devorando-me por inteiro, somente os olhos de serpente,
    lá de baixo, emergiam das suaves estocadas e riam maliciosos para mim….

    Quase morro !….Para meu alívio ela sobe sorrateira e novamente procura minha boca ! Seu sabor
    acre-doce, misturado aos perfumes do sexo, insistiam num desfecho….Novamente ela abriu as pernas
    e guiou meu sexo, cego de desejo, com as pequenas mãozinhas em direção ao inferno…ou céu; sei lá….

    Mais uma vez à fiz esperar!… Virei a de costas, com a bunda para o infinito, entreabri suas pernas e
    suavemente fui para dentro dela, bem devagar….

    Aos poucos o ritmo crescia e eu galopava, segurando em seus cabelos pretos….
    Pouco antes do êxtase, paramos e nos colocamos frente a frente; seus olhos grudados nos meus;
    agora ela cavalgava tal qual uma potranca ensandecida !

    Depois de tanto explorarmos nossos corpos suados, sucumbimos em sono profundo….
    O sol já ia alto quando acordei e não dei por ela. Levantei-me com algum esforço, o corpo
    alquebrado e dolorido rangia ! Fui procurá-la no banheiro ….
    Lá não encontrei ninguém e nenhum vestígio de nossa noite, apenas meu rosto no espelhinho
    em cima da pia, barba branca e rala por fazer,olhos fundos e embaçados denunciavam meu
    corpo vencido pelo tempo….
    Eu tinha a cabeça nas nuvens e os meus pés no chão….

    Foi um sonho ?
    Decida você , meu confidente !
    Amém …..

    • Ludi comentou em 08/07/12 at 0:29

      FODA…. se tu puder me mande mais contos meu e-mail é aopersistiremossintomasomedicodeveraserconsultado@hotmail.com FELICIDADES!!!

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