A periguete como questão de classe
14/06/12 14:51
A gostosa Sullen e o periguetismo na ficção global
O Bananão, como dizia o saudoso confrade Ivan Lessa, sempre bota na conta do populacho o que considera, digamos assim, de “mau gosto”.
É uma leitura sacana, mas está valendo. Repare, colega, no caso do periguetismo. Até gente esclarecida, como o craque Alexandre Herchcovitch, resvala nesse preconceito. Este cronista, macho-jurubeba nada fashion, idem. Erramos, como diz aquela seção onde fiz morada, por muitos anos, na versão impressa desta Folha.
Como se o periguetismo tivesse nascido com a dita nova Classe C, este fetiche econômico, com os devidos méritos, do lulismo.
“Avenida Brasil”, a novela da Globo, óbvio, arredondou, nas saliências de Suellen, o conceito.
E chega de sociologia de boteco.
Aspas, ordeno, com os meus dedinhos ainda melados de escargot, para o grande modista Herchcovitch:
“Olhai as periguetes. O Brasil tem expertise de fazer roupa popular, de “periguete”. A gente também tem que olhar para isso. Pensei no banho hoje e queria falar: o que vendo mais e menos? Não vendo tanto vestido de R$ 10 mil. O que vendo muito são meus produtos de licenciamento, edredons de R$ 250, sapatos de R$ 129. Não vou deixar de fazer vestidos caros porque tenho clientes que os querem. Hoje, quem quiser sobreviver no Brasil e competir vai ter de fazer produtos para as classes C e D”.
Assim falou Herchcovitch em excelente matéria de Vivian Whiteman e Pedro Diniz para o caderno “Ilustrada”.
Vamos cair na real. A periguete, termo que rolava no Nordeste havia pelo menos 15 anos, não é uma questão de classe ou posse. É quase de alma. Conheci gente da Casa Grande nordestina ou quatrocentonas de SP com um periguetismo de incendiar a bacurinha.
No “Modos de homem & modas de mulher”(editora Record), Gilberto Freyre, o gênio de Santo Antônio de Apipucos, já costura para fora sobre este tema.
Só pra gente iniciar aqui um debate. Creio que interessante. Sempre lembrando que gosto se discute. E que mau gosto não existe.
Aquela história: quando eu penso em sacanagem, chamo de erotismo; quando o outro faz a mesma coisa eu rotulo de pornográfico.
O que é ser periguete?
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Chico sempre fantástico!
Sou fã das mulheres que tem “peito” para vestirem-se conforme seu estado de espírito e autoestima lhes permite.. “Piriquete” é só mais um rótulo pejorativo utilizado por que se incomoda com a ousadia das pessoas que são feliz à sua maneira.. Bjo!
cada mulher faz o que quer de seu corpo, e nem sempre elas se vestem assim pra atrair machos, elas são assim porque são e ponto final, o macho nem precisa de tanta produção é um bando de insensível que come qualquer porcaria, então pra que investir ?rsss
Periguete é pra quem pode e tem peito (dupla interpretação). Quem não dá conta, filosofa.
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Piriguete e a”creyca” sexy ao extremo… Satisfeita com o proprio corpo, com a sexualidade, vai a luta atraz do que quer seja isso grana, transa ou status… Nao quer dizer que seja do mal, mais tem bastante pimenta no caracter… Quer saber , acho que tambem sou meio periguetinha..rsrrs
Relaxa, galera!!! Ser culto e bem informado é muito legal massss estamos na vida para viver. Somos preconceituosos e ponto. Não existe roupa para o dia ou para noite. Usamos o que nos faz feliz. O que importa mesmo é o caráter. Outro ponto se a garota está a “perigo” que se satisfaça ela não deve nada a ninguém e se dever quem deve cobra-la são seus respectivos cobradores. Somos livres o que nos prende são nossos preconceitos..
acho q o termo periguete provavelmente venha da gíria “estar a perigo”, e uma mulher a “perigo” investe pesado pra resolver seu tesão, há ainda outra categoria que canaliza esse tesão todo em materialidades tipo jóias, carros, status, mimimi… Seria, no caso da fêmea, um estado da carne e no caso do macho sua essência de afirmação? beijo no perigueto!
“investir pesado” significa abusar da maquiagem, trajes q torneiem as curvas e arrasar no bom e velho salto alto. ou seja, toda mulher tem uma periguete enlouquecida dentro de si. 😉
Xico, talvez o piriguetismo não tenha nascido com lulismo e a nova classe C, mas adquirido maior força e visibilidade neste momento histórico. Deixando um pouco de lado as questões de fundo, podemos pensar que o exibicionismo dos brasileiros – há também muitos homens exibicionistas – também tenha a ver com o nosso clima tropical e com a influência do modo de se vestir de personalidades como Gretchen, Xuxa, Daniela Mercury, Yvete Sangalo, Cláudia Leite, Joelma, Xanddy, Leo do Parangolé…
Quando vejo mulheres com roupas ousadas no metrô, na rua, parece-me que há uma falta de bom senso para distinguir entre roupa de palco, de festa, de noite e roupa para trabalhar e andar na rua à luz do dia.
prefiro o meio termo: a piriguete que mora dentro de mim se veste á Constaza Pascolato. Afinal, por que eu precisaria que atraves de minhas roupas as pessoas soubesse que sou periguete.
piriguete é um estado de espirito.
Primeiro, Chico quando vc vai deixar de ter 48 anos? Segundo, adoro sua coluna e participaçao no programa Saia Justa. Terceiro: Periguete é a mulher( fêmea sem noção) que se veste para atrair macho.Razão e propósito de sua vida, coisa aprópriada nas savanas africanas. Para isso não precisam de harmonia, basta chamar a atenção de gregos e troianos, precisam mostrar que estão disponíveis, como carne em açougue, prontas para serem consumidas. As mais novinhas ainda tem uma certa graça, já as passadas se transformam em poluição visual. Beijão lindo.
Salvem as periguetes. ta na moda igual andar de camaro amarelo….
A “pirigueti” é uma dominadora com um Q de populacho. Homens de todas as classes, ficam doidin doindin… rsrsr
o termo periguete, aqui na bahia, é carregado de preconceito – e nao esta relacionado ao vestido curto e coladinho, que mostra coxas rolicas e as ladeiras da mulherada. esta relaciona às mulheres que gostam de transar. significa perigo – nao sei para quem. ricas, pobres, milionarias, remediadas e a nova classe média. existem periguetes em todo lugar
Os estilos adotados pelas pessoas no modo de vestir, mais sóbrios ou mais extravagantes, não têm, de fato, vou concordar, qualquer relação com a classe social da pessoa ou com o poder aquisitivo que ela tenha.
Agora tudo é culpa das classes C e D. Quer marca mais periguete que a Hervé Leger, e os bandage dresses? O mundo inteiro tá cheio delas e faz tempo
muito tempo. as pistoleiras. hehe