Feliz dia dos cornos para todos nós
25/04/12 15:55Hoje é dia dos Cornos. Por mais que este blog/almanaque folclorize e tenha uma queda por datas exóticas, a celebração é séria, com farta tradição católica desde a idade Média.
O festejo dos maridos traídos sempre foi comemorado no dia de São Marcos. Oficialmente desde meados do século XVIII. Principalmente em plagas portuguesas e espanholas.
Aí começou essa liga simbólica entre o chifre e a traição.
A todo 25 de abril, em procissão, os fiéis levavam ao altar do santo do dia uma coroa com um corno de animal na ponta. Em missa, os vigários coroavam os homens casados. Que bênção!
O costume católico, óbvio, virou logo uma fuleragem profana e hoje é quase um subgênero dentro da nossa música romântica. Meu amigo Reginaldo Rossi que o diga.
Chifre também é cultura.
Em homenagem a todos nós, que um dia fomos ou serenos cornos, vos digo: só um chifre humaniza um macho, repito aqui o velho mantra deste cronista vagabundo.
Vale também a filosofia de parachoque: um homem sem chifres é um animal desprotegido.
Só um chifre humaniza a macheza.
Um chifre daqueles bem parafusados pelo destino na fronte do artista. Nem que seja apenas como arma de vingança, como diz a canção do gênio potiguar Carlos Alexandre.
Um chifre daqueles que nos faz furar o LP com “Stephanie Says”, do Velvet, ou nos põe como a última das criaturas, ao sentir as batidas dos pingos da tempestade contra a vidraça.
Outra boa canção para o dia que celebramos: Tom Waits com “This One’s From The Heart”, aquela do fundo coração, o filme de Francis Ford Coppola, trilha sonora permanente deste blog.
A seguir, a fita cassete o “Fino do Corno” ou “As canções que você tocou para mim”. Ei-las:
-“Les Amours Perdues”, do cafa Serge Gainsbourg, na vitrola, pode ser?
– “Por que me arrasto aos teus pés”,de Roberto e Eramos, sofre miserável!
– “No toca fita do meu carro”, do Bartô Galeno, arrocha!
– “Atrás da porta”, do xará Francisco, “só pra mostrar que ainda sou tua”.
– “Negue”, do Adelino Moreira, mas com o drama que só a Maria Bethânia sabe injetar na parada. “Que eu mostro a boca molhada,ainda marcada…”
– Lupicínio entra com umas dez no cassete. haja dor-de-cotovelo. Mas fiquemos com “Nervos de aço”.
E chega. Como diz aquele programa da Igreja Universal: pare de sofrer. Hoje é dia de comemorar.
Qual a sua música de corno preferida?
“Quem for corno levante os braços” Do Brega Goiano Milton Lamas” kkkkkkkkk
Boa crônica, mas “Negue”? De que Chico você está falando como autor? Para mim era de Adelino Moreira e Enzo de Almeida Passos. Isso se for a música que a Bethânia gravou.
-Xico, aquí vai uma pergunta: Por que todo côrno fica sedento, bebe!bebe!bebe! até cair.
Concluo então: Chefre dá sede.
-Ainda bem que sempre é o último à saber, Já imaginou se fosse o primeiro? Ia faltar cerveja no mundo.
-Eis a conclusão da tese: Se não existisse côrno não existiriam tantas cervejarias pelo mundo afora, certo?
Atenção cornaiada, vamos então pedir patrocinio para a “Festa dos Corno” na Kaiser, Brahma, Skoll, Antartica, Itaipava etc.etc.etc.. É no mínimo justo a contra-partida não?
Ai que sede!!!!
xico, para mim, a maior dor de corno(a) é Jolene da Dolly Parton!
E Nelson Rodrigues dizia:
“traia antes de ser traído!!!”
camisa listrada do Assis valente o cabra levou uma gaia do tamanho do mundo e invocou-se e saiu arriando pelo mundo kkkkkkkkkk
Oi Xico, saudades!!!
Sensacional o texto.
Lembro de uma música que tocava aqui em Manaus na década de 80. Não sei de quem é:
…”Ela se agarrou com outro e eu não vou me conformar. Mas ela vai ficar sabendo que todo homem a mulher tem que respeitar. Agora veja, meu amigo, essa conta eu vou pagar…mas ela vai ficar sabendo que todo homem a mulher tem que respeitar!”. Abração
Acho engraçado essa “síndrome de cornos” que os homens tem. Falo por mim, nunca “presenteei” nenhum homem com galhos, e espero que a maioria seja assim. Não merecemos levar a fama por conta de algumas…
nao adianta, a gente ja nasce corno,eli. a paranoia é pra sempre. e acho divertida.bjo
A minha preferida eh “Ela me traiu usando o resto das camisinhas”, do Falcao.
se Rossi é o rei dos cornos, Falcão é o imperador do chifre, Rosane. muito boa essa.bjo
“Ne me quitte pas”
Que eh a pior humilhacao romantica de todos os tempos.
A minha preferida é “Nossa canção”, do Rei: “…e até voce voltar/Meu bem eu vou cantar/Essa nossa canção! Um parabéns a todos nós, que somos ou fomos cornos!
Fala aí xico,vc arruma cada coisa!!!Que dia de corno que nada ,vamos bebemora e curtir a vida!!!!Abraço
O mestre Waldick interpretando “Os Seus Botões” de Roberto Carlos. Imagina o cheiro de Uísque no estúdio…
esse disco todo do waldick é genial.ele cantando roberto e erasmo.abraço
Oi Xico, minha música de corno preferida é “Deslizes” na voz sofrida e não menos tremida do mestre Fagner: “E é só assim que eu perdoo os teus deslizes, e é assim o nosso jeito de viver, e em outros braços
tu resolves tuas crises, em outras bocas
não consigo te esquecer.”
Isso sim é gostar de sofrer!! beijos.
Olá Xico, a minha preferida é Olhos Nos Olhos de Xico Buarque, melancolia total, mas eu adoro!!!Bjs
Fagner é mestre. Dor de chifre que dá ate gosto de curtir o sofrimento! Beso, Xico.
Xico,
Tem uma música no CD gravado pelo Jackson Antunes chamado “Canções para as Caboclas que eu Amei”, pouco conhecida, que é uma preciosidade no quesito cornitude. Trata-se da faixa 10, cujo título é “Minha Mulher”, composta por Chico da Viola (pergunte lá em Sete Lagoas/MG). Essa dói que só. Sinta o refrão:
“Em cada lágrima que cai
Cai um pedaço de mim
Como pode um amor bonito
Terminar assim
Bebo pra te esquecer
Tento não me machucar
Ai meu Deus que bom seria
Ver você voltar.” (2x só pra matar na unha)
Um abraço, companheiro.
Ela voltou diferente – Odair José. “Um dia ela voltou pra casa e sorriu um sorriso diferente”.
Na hora do adeus – Reginaldo Rossi. “Assim vai ser melhor pra todos três”.
o chato de sair com homem corno é que eles têm defesas demais! hello, boys, zerem o cronômetro para partir para a próxima. nem todas as meninas gostam de galhar seus machos…
grande lição,Mari.vale uma crônica.beijo
É o velho ditado que diz que gato escaldado tem medo até de água fria!
Eu gosto de ‘Beth’, do Kiss, que é a música do candidato a corno.
yes,essa é do corno de vespera.muito boa.abs
Radinho de Pilha ( Raul Seixas)
Sensacional, Xico!
É como outro dia postei no twitter, aquele fórum dos loucos: “Se não fosse o chifre, todas as músicas seriam instrumentais.”. Abraço, Xico.
seriam mesmo.tudo seria um jazz sem voz.abraço
Bela frase!
Com certeza “Atrás da porta”, mas na versão de Elis se debulhando em lágrimas
eita,Ana Paula,essa é matadora mesmo.beijo
Que atire a primeira pedra, aquele que nunca foi corno.
Afinal chifre não existe, é coisa que colocam na sua cabeça.
não escapa ninguém.bjo
Ahh! Em Plena Lua de Mel. R. Rossi.
essa é a cornitude-mor.bjo
A outra – Los Hermanos
boa escolha: “já me cansei de ser a última a saber de ti”
Oi Xico. A minha tb é Negue, mas na versão exagerada do Camisa de Vênus (siga machucando esfacelando… qu emostro minha boca lascada e toda arrebentada por um beijo teu). Enfim, fico aqui pensando com quanto lirismo é tratado o corno macho. E nós como ficamos? Bjs.
Xico, como diz o rei Rossi, hoje é o dia do corno, foi bom te encontrar.
digo o mesmo.beijooooo