Grandes canalhas da literatura (I)
19/03/12 02:17Só existem dois tipos de homens, amigo, os Vadinhos e os Teodoros.
Simples assim e esquemático.
Ou se é um ou se é o outro.
O primeiro não presta, mas derrete o coração das mulheres com a sua canalhice; o segundo é um sujeito virtuoso, direito, o objeto de desejo de uma fêmea quando está sofrendo, no dia-a-dia do lar, com um macho desmantelado.
Os dois se completam. Os Vadinhos jogam, bebem e são raparigueiros, piolhos de cabarés, só voltam para casa quando fecha a última barraca do mercado do Peixe, para ficarmos na geografia soteropolitana.
Os Teodoros não deixam faltar nada em casa, homens corretos, responsáveis, cumpridor dos seus deveres.
Como de besta não tinha nada, Dona Flor, por força da quentura do corpo e de alguma espiritualidade, conseguiu o milagre de viver com os dois maridos ao mesmo tempo, o safado e o virtuoso.
Morena gulosa. Mas fez por merecer em vida o banquete, a moqueca de machos fervida no óleo da testosterona.
Fora dos livros e do cinema, pode ser que o esquema não funcione a contento, mas o centenário Jorge Amado realizou o desejo secreto das mulheres, aquela vontade guardada lá no fundo do pote do juízo.
E assim começamos a série sobre grandes canalhas da literatura. Sugestões para as próximas crônicas?
Quem é o seu canalha predileto?
Lima Barreto criou e detestava Cassi Jones, o grande canalha de Clara dos Anjos.
Chico, meu canalha favorito, pelo menos é o que lembro, é o Peixoto de Bonitinha mas Ordinária, com Lucélia Santos. E sempre lembro do José Wilker xingando de boca cheia o Peixoto de “filho da p.”. Acho que é um clássico.
Meu canalha predileto é o Bel-Ami de Guy de Maupassant
Meu canalha favorito é você, Xiquinho!!!
canalhas da literatura: o maior de todos é o Pato Donald. O cara não usa calças e sai do banheiro enrolado numa toalha… só pode ser para disfarçar uma ereção residual… eh eh eh… agora ele também não o único culpado… imagina sexo oral com a Margarida… aquele bicão… eh eh eh…
o cananha mais inesquecível para mim foi o personagem do teorema, que não lembro o nome mas fez pai mãe filho e filha arriar sem falar na empregada que acabou comendo urtiga…
Não sabia que o significado da palavra homem tinha mudado para: “falta de opção”. Escrevo sobre isso no blog Acedia: http://www.acediadepegasus.blogspot.com
Cirino, do Memorial de Maria Moura, de Rachel de Queiroz, era um perfeito canalha. Nem uma durona feito a Moura resistiu à canalhice e charme do bandido, embora eu teria ficado com Duarte: bom, fiel, amoroso. Adoro os Teodoros dessa vida, aqueles que me protegem, me tratam como uma rainha. Vadinhos dão trabalho demais, não valem tanto sofrimento.
Xico Xamã!!! Bom como sempre…Pra mim , pasmem , o grande canalha das Artes é 007 (SEAN CONERY,please…) comedor voraz de todas as mocinhas e não mocinhas do cinema…SINATRA , com aquela cara de padeiro irtaliano também era páreo duro…Abraços Etílicos
Não há maior canalhice do que reagir à morte da amante com um “Que ferro! Podia ter trazido a Alphonsine!”; então, sem dúvida: Primo Basílio é o canalha-mor da literatura em língua portuguesa.
e não vamos esquecer o Visconde de Valmont, o pilantra conquistador de Ligações Perigosas. Nem criança escapava do rapaz…
O Humbert Humbert, de Lolita, do Nabokov…esse é punk!
Canalhas da literatura são a maioria de Nelson Rodrigues em “A Vida como ela é”.
O verdadeiro gentleman sabe a hora de ser Vadinho e de ser Teodoro. O caminho do meio é sempre a melhor alternativa.
Detectamos um?!
Desconfio que sim, Nina… rsrsrs
tem gente que engana bem…hehe
Então o que não engana é o Marco.
Isso mesmo! Foi o que me ensionou minha preceptora, nos idos felizes de minha pequena Macondo… a procurar sempre o “caminho do meio”… eh eh eh…
Quero o Vadinho na cama e o Teodoro à mesa. No intervalo, o Primo Basílio…
Pode ser ou é pedir demais?
Parabéns Xico Sá…E bom trabalho…Não faltam sugestões…
O CÔNEGO DIOGO DE “O MULATO” DE ALUISIO DE AZEVEDO.
O personagem indelicado de Herman Hesse em Gertrud. Vale ler.
Tem também o Iago, em Otelo.
O personagem indelicado de Herman Hesse em Gertrud. Vale ler.
mas num sabe de nada… o mercado do peixe nem fecha!
fala zério,eu já fechei la umas 4 vezes.dei sorte qdo tava contigo.mas era o teu prestígio,miserável.beijo
Pode ter certeza que eu prefiro os Teodoros. Deixa ele comigo que eu ensino a virar um Vadinho nas horas certas!kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk!
Joga um Dom Casmurro aí pra gente ver no que vai dar!
Bj Chico!
sábia!beijo
Denise, tiraste a minha (palavra) da boca. Dom Casmurro. Ninguém se lembra, mas, um dia antes de encucar na hipótese (bem provável, aliás) do chifre de Capitolina, ele mesmo, o Bento, desejara ardentemente a mulher de Escobar, com troca de olhares e um aperto de mão mais quente e um milésimo de segundo mais demorado que o de costume… Quando descobriu que o chifre não existia (era coisa que colocavam na cabeça dele), o cara despachou a mulher, sem cartão amarelo nem nada. Esta, por sua vez, foi-se embora calada, porque nesses assuntos, é minhó calá.
Adoro as obras do Eça de Queiros e ele soube, como poucos, definir um verdadeiro canalha/amante: O Primo Basílio, que sem dúvida é um dos “melhores” sedutores infames da literatura. As consequências do seu poder encantador foram arrebatadores, porém mortais. A morte de Luiza é praticamente um crime doloso! Basílio é um dos meus canalhas prediletos, mas eu prefiro e sempre vou escolher os Teodoros e os Jorges para dividir a vida. Vadinhos? Basílios? Casanovas? Bem, já ouviram falar em “fantasias”? Chico Sá, beijão pro cê!!
avimaria,esse Basílio é um condenado mesmo d tao bom.beijo
Xico, o cirurgião Tomás de a Insustentável Leveza do Ser (Kundera), vivido no cinema por Daniel Day-Lewis. O macho-alfa, vulgo cafajeste ou fodão (segundo o ponto de vista) com uma tendência ao fetichismo. Perfeito em papel e celuloide, uma honra para poucos…
Eu sou sou uma Sabina sem Tomás, belo canalha!
O canalha do namorado de Mabaea, nem me lembro do nome do imprestável! Em “A Hora da Estrela”, de Clarice Lispector.
né canalha nao,amor,é um lascado como ela.so nao tem coração às vezes.isso é diferente de canalhice.beijos
Verdade, querido. Valeu por matar um pouquinho da saudade de você. Beijoca.
semana passada o principe harryesteve no alemao “pacificado”e perguntou a um dos pms q faziam sua escolta
pergunta 1: como eu servi as forças armadas britanicas posso te fazer algumas perguntas?
pergunta 2: se o morro do alemao esta pacificado porque vc esta usando um colete a prova de balas?
pergunta 3: se voce esta usando um colete a prova de balas pq eu nao estou usando?
fonte:ricardog@ m@ . blogspot
Não sei se é o meu predileto, mas foi o primeiro que me veio ao juízo. O monsieur Humbert Humbert! Ah, quanta canalhice em se auto descrever, Xico: “Tenho todas as características necessárias para estimular o interesse de uma menina: queixo bem talhado, mão musculosa, voz grave e sonora.” Podem o chamar de “Humbert o cão; Humbert, o rouco; Humbert, o pequeno; Humbert, o terrível; ou simplesmente Humbert Humbert.” Que mocinha de 12 anos e uma mãe chata não se interessaria por tanto charme “Humbertês”?! Também lembrei do monsieur Sir. Stephen em “Historia de O” (meu romance sadomasoquista favorito~~~~ – já leu, coração?!) é canalhice em vermelho hemorragia pra um homem só – suspiros~~~~ Beijo grande e excelente semana e xero no cangote! .)
mr HH é um homem muito honesto com os seus sentimentos.foi condenado por isso.beijos
Isso, muito honesto com seus sentimentos, aliás, fez de um tudo o que podia para ser bom. Às vezes há muita canalhice na honestidade, Xico. Um canalha honesto com ele mesmo e com qualquer mulher – as mina pira! – penso. Mas agora, lembrei do maior, o mestre: Don Juan! – não vi se já citaram, mas agora me dou por satisfeita.
Bukowski,autor e personagem.
O Primo Basílio, é o primeiro que me vem em mente.
Mas o que as mulheres desejam de verdade é uma mistura de Teodoro com Vadinho. É pedir demais Xico?
Não nos esqueçamos de Giacomo Casanova de Seingalt, o grande CASANOVA. Arguto conhecedor da alma humana(principalmente a feminina), aventureiro, beletrista, boêmio e por ai vai. Inigualável, The best. As suas memórias são absolutamente saborosas de se ler. Recomendo a todos.
esse é um gigante,Velosão.clássico,quase imbatível.abraço
Adoro os Vadinhos, vadios e deliciosos. Em seus mínimos momentos Teodoros, os Vadinhos me fazem continuar ensandecida de prazer, lubridiada e consciente disso, apaixonada.
Não suportaria viver com um Teodoro; eu o destruiria, total.
entre os dois….ainda prefiro Teodoros…….mas nos idos de 2000 so vejo os Vadinhos…..mulher nunca está contente….rs…..nota 7. bjo !!