Adeus às armas: os machões dançaram
17/03/12 11:16Adeus, mundo moderno, vou criar bodes na Chapada do Araripe, para onde me dirijo neste exato momento.
Diante dos últimos estudos científicos, arrazoados econômicos e observações particularíssimas, creio só nos restar uma saída: a retomada da nossa vocação medieval e agropastoril.
A saída está no campo, nas montanhas ou no brejo propriamente dito.
É tudo que sobrou para a rastejante criatura do sexo masculino no século XXI. É, amigo, faça como este cronista, comece a comprar também o seu pequeno rebanho de bodes e cabras. Os sinais da nossa falência como seres modernos partem de todas as fontes e disciplinas.
O economista e jornalista Reihan Salamd, em texto para a revista Forbes já soltou o rojão apocalíptico: “Podemos dizer agora, sem medo de errar, que o legado mais duradouro da atual crise financeira não será o fim de Wall Street. Não será o fim das finanças, e não será também o fim do capitalismo. Essas ideias e instituições sobreviverão. O que não sobreviverá é o macho”.
Segundo o mesmo rapaz norte-americano, de apenas 31 anos e uma fortuna no banco, a crise internacional encerrou definitivamente o domínio sobre a fêmea.
A tese do moço: até o fim do ano, 28 milhões de homens perderão o emprego e em conseqüência do baque psíquico estarão mais frágeis e infelizes do que nunca.
Não é à toa, diz ele, que na blogosfera de finanças e economia, a situação é chamada de “he-cession”, um trocadilho em inglês para definir o peso do mundo sobre os ombros masculinos.
Para justificar o seu mote catastrófico, Salamd cita estudos que mostram como a cabeçorra do marmanjo é mais afetada por uma demissão do que a mente feminina.
E além disso, mulher, tem outra coisa, de acordo com o mesmo teórico: boa parte da ajuda dos governos para as instituições está indo para setores dominados pelas meninas –saúde, educação e serviços sociais.
É, amigo, a falência do mundo é masculina e muitas mulheres têm sido eleitas ou nomeadas, tanto na política como na economia, em repúdio às barbeiragens dos canalhas.
O homem lesou e a mulher vai mesmo tomar conta do mundo.
No atacado e no varejo. Observe como em qualquer serviço as moças resolvem com mais rapidez e competência.
Fiquei impressionado outro dia, na recepção de um hotel em Santos, por ocasião do evento Tarrafa Literária, como o macho virou uma bobina, qual um carretel de cacimba de tão enrolado a criatura.
Era apenas um check in, amigo, um simples procedimento de hotelaria, mas quem disse que o rapaz decifrava as coisas?! Bastou chegar uma simpática mocinha e,pá, com dois toques no sistema, mostrou quão simples era tudo.
Sim, é somente uma cena boba do dia-a-dia, porém diz muito. Nem preciso falar que o representante do sexo masculino tem inclusive mais tempo de casa do que a senhorita. Seria espezinhar demais a nossa trupe.
Nas escolas, então, milhares de pesquisas revelam como as meninas dão couro nos homens abestalhados, incapazes de interpretar um texto.
É, amigo, nos restam as atividades agropecuárias e as trincheiras das guerras, velhas práticas dos selvagens.
Os machões dançaram, caríssimo Norman Mailer!
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