Em busca da macheza perdida, homem se fantasia de homem
21/02/12 16:12A nostalgia do macho perdido fez muitos marmanjos se vestirem de homem –e não mais da fantasia de ser mulher- nesta folia. Óbvio que o enunciado deste Freud de pé-sujo não vale para as “Virgens de Olinda”, o maior bloco de travestidos do mundo.
Também vi homens fantasiados de Laerte no carnaval de Pernambuco. Como o DJ Dolores, no capricho e na estica na festa do “I Love Cafusú”. Coisa fina!
O que mais chamou a atenção, repito, foi a nostalgia de ser homem à moda antiga. Ou homem simples. Como ensina, paulofreirianamente, o cafuçú-mor Reginaldo Rossi nos seus shows para os suburbanos corações.
Um popular, um passante, um homem de bairro, um homem provedor com o pão debaixo do braço na volta para o lar doce lar.
Um homem de capanga. Não um homem de nécessaire.
Pena que seja apenas uma vaibe nostálgica, uma fantasia carnavalesca.
Pois como bem sabemos, da capanga básica com, no máximo, uma latinha de Minâncora, um cortador de unhas (tipo Unhex) e um tubo de polvilho antisséptico Granado, chegamos a uma sortida nécessaire de cremes e frescuras.
Daí para uma sobrancelha desenhada foi um pulo.
Tudo isso começou, repito, quando Deus, de uma costela de David Beckham, criou o metrossexual.
Perdido no mato sem cachorro ou GPS, esfoliado e mal-pago, o macho parece tentar uma desforra contra o avanço histórico da fêmea. Justamente no campo da cosmética.
Sintoma do triunfo do metrossexualismo , que deixa o seu rastro de peles lambuzadas e mulheres divididas.
Há quem goste. Tenho percebido, porém, um coro de moças perplexas diante deste novo caubói sensível da montanha.
As últimas queixas que ouvi de amigas intrigadas com seus rapazes delicados:
“A bancada de potinhos de creme dele é maior do que a minha, como é que pode uma coisa dessas”.
“Outro dia, repare, ele demorou mais para se arrumar do que eu, de tanta dúvida que tinha com as vestes. Nos atrasamos para o cinema”.
“Fico revoltada quando um marmanjo, e dito hétero, fura a fila da clínica de depilação. Eles são cada vez mais presentes”..
“Outro dia ficamos disputando o espelho do banheiro do hotel, vê se pode!”
Pode sim, minha querida, o macho-jurubeba, o dito cavalheiro à moda antiga, já era, não passa de fantasia carnavalesca.
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